6- pov: Liz Carter.

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Acordei com o toque do meu celular e logo percebi que Matthew não estava na cama.

A noite tinha sido maravilhosa. Eu não fazia ideia de qual tinha sido a última vez que eu tinha saído com alguém, mas eu realmente precisava daquilo.

— Bom dia. — Matt entrou no quarto e me entregou uma xícara de café.

— Bom dia. — Sorri, tomando um leve susto quando ele grudou nossos lábios em um selinho.

— Tem mais café na mesa. Se não for te atrasar pro trabalho.

— Meu turno foi adiado mais uma vez, só preciso ir hoje pra algum tipo de reunião. — Levantei e percebi que eu estava usando a camisa dele, e sinceramente, não lembro que horas eu tinha vestido aquilo.

O acompanhei até a cozinha e na mesa estava servido um prato de panquecas, ovos, bacon, suco e algumas frutas.

Comemos, e logo depois vesti minha roupa. Matt me levaria pra casa e seguiria para o escritório.

— A noite foi ótima. — Ele disse quando o carro parou em frente ao prédio.

— Foi sim. — Sorri e ele mais uma vez me surpreendeu com um beijo.

— Te vejo em breve?

— Sim, claro.

— Tenha um bom dia, se cuida. — Ele piscou e eu desci.

Me senti com 20 anos, chegando em casa com a mesma roupa, depois de passar a noite fora. Agradeci por não encontrar os vizinhos que me viram sair ontem.

Tomei um banho e fui para o meu escritório, onde tinha recebido mais alguns documentos pra preencher e revisar. Assim foi durante toda a manhã, à tarde fui até a delegacia para a reunião que foi marcada. Algo sobre algumas novas medidas de segurança e outros assuntos.

Sai de lá e fui direto pra clínica de Sofia, pela hora, sabia que estava quase fechando, então seguiríamos juntas pra casa dela.

— LIZ!!!! — Ouvi a mesma gritar antes mesmo de eu entrar em sua sala. — Me conta tudo, em todos detalhes.

— Oi amiga. Como você está? — Fiz graça e ela me resmungou.

— Vamos lá, não é todo dia que Liz Carter sai com alguém, preciso saber. Fiquei esperando por isso o dia todo. — Ela fez drama e eu ri.

— Vamos pra sua casa, você cozinha, e eu te conto tudo. — Pisquei vendo ela revirar os olhos.

— Tudo bem. Chris precisou ficar no escritório até mais tarde.

Ela resolveu tudo pra fechar a clínica e seguimos até a casa dela. Depois de enrolar ao máximo a conversa, sentamos pra jantar e ela insistiu — Vamos garota, conte tudo.

— Matthew. — Soltei e bebi um gole do meu vinho.
Ela colocou a mão na boca, surpresa.

— Você está brincando?

— Não estou. Ele me enviou um presente, eu agradeci, ele me chamou pra jantar e passei a noite na casa dela. — Comi um pouco e ri, vendo Sofia ainda chocada.

— Sabia que minha garota não ia perder a chance. — Ela deu risada. — E como foi? Ele sabe o que faz?

— E como sabe. — Sorri de lado.

— Quem diria, em dona Liz. Finalmente se abrindo pra novas aventuras.

Nós levantamos e seguimos pra sala. Parecíamos até adolescentes de novo, assistindo a qualquer filme besteirol que passava na TV, comendo um monte de doces e bebendo nosso vinho.

Logo depois o Chris chegou acompanhado do Oliver.
Levantei rapidamente e o abracei. — Como você está?
— Cansado. A empresa está tomando toda minha paciência. — Ele falou servindo seu uísque. — E você? Prendendo muitos malucos dessa enorme cidade?

— Parece que cada dia, o número de malucos triplicam por aqui.

Esperamos os meninos jantarem e sentamos no sofá, agora a Sofi estava abraçando com o Chris e eu deitada no colo do Oliver.

—Li, soube que você teve um encontro ontem. — Chris falou e sorriu sarcástico.

— Sofi, não aguenta guardar segredo? — Falei jogando a almofada nela.

— Mas não foi eu que contei. — Ela se defendeu, jogando a almofada de volta.

— Encontro é? — Oliver perguntou e olhou sério pra mim

— Foi ele que me contou — Chris resmungou

— Com quem você teve um encontro, Lili? — Ouvi a voz de Oliver sair rouca, dando um gole na sua bebida.

— Matthew, o sócio do Chris. E ele te contou? Mais fofoqueiro que as mulheres — Falei e ouvi eles rindo.

— Você se conheceram sexta e já dormiram juntos? — Oliver pareceu não gostar da frase que saiu de sua boca.

— Parece que tem alguém com ciúme. — Sofi disse,
sarcástica.

— Só não quero que a Lili se machuque, de novo. — Oliver falou sério.

— O Matt não é desses caras, Oliver. Eu já conheço ele suficiente pra saber disso. — Chris comentou e eu levantei.

— Podemos não entrar nesse assunto? Isso não significa que a gente é namorado. O Matt é ótimo, mas vocês sabem que eu não me apego fácil. Se for pra ser, que seja. — Segui até o banheiro e na volta encontrei com Oliver.

— Lili, você sabe que eu só quero te proteger não é? Não quero que você se magoe por ter ido rápido demais. E eu gostaria de ter conhecimento dessa história por você, e não pelo fofoqueiro do Collins. — Ele falou me puxando pra um abraço.

— Eu sei, Oli, e não precisa disso. Obrigada por se preocupar e desculpa não ter te contado, hoje o dia foi cheio e eu só tive tempo de vir contar pra Sofi, já que ela sabia que eu ia sair ontem. — Nos abraçamos e ele se desgrudou de mim, depositando um beijo na minha bochecha.

— Oli vai me deixar em casa. — Falei pegando minha bolsa e me despedindo do casal, que já nem notava mais nossa presença.

Seguimos até o carro e logo ele deu partida pra minha casa.

— Minha mãe disse que vem passar uns dias aqui. — A frase do loiro fez com um que um largo sorriso aparecesse em meu rosto.

— Quando?

— Ela chega na próximas semanas. Se prepara, parece que ela cada vez fica mais obcecada e brava pelo fato da gente não ser um casal. — Ele riu — Mas cansei de dizer a ela que só depende de você.

Fingindo não ligar pra última frase eu disse — Me avisa o dia pra que eu possa estar livre e recebê-lá em casa.

Oli me deixou em casa, recusando meu pedido pra que ele subisse. Nos despedimos e então subi.
"Só depende de você" . Aquela frase não saiu da minha mente durante o resto da noite...

Entre o distintivo e o coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora