17. O inesperado ás vezes é ...

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Cinco minutos eu demorei, só pra reativar o comando das minhas pernas. Pronto, daí você já tira como eu tava nervosa. Que diabos esse homem veio fazer aqui? E agora pra eu levantar sem acordar mainha? Que porra viu.

Vesti a primeira calça que vi pela frente, era tipo moletom cinza. E fui com camisa de homem mesmo. E daí que eu tô parecendo um pivete. Meu Deus, são onze e pouquinha da noite, este homem só pode ser louco.

Avistei o carro dele e realmente estava na porta do beco, com a luz interna acesa. Ainda bem que a rua não estava tão movimentada, pelo menos não naquele pedaço. Tinha uma galera no bar como sempre, há alguns metros dali, entrei no carro rápido para não ser notada, mas conheço minha vizinhança, sempre tem alguém olhando.

O carro não tinha cheiro de bom air, nem de perfume, tinha o cheiro dele. Aquele cheiro único, intenso, marcante, inebriante. Respirei pra começar a falar e ele pois o dedo na minha boca, para me calar. Calei. Porra Adara, você está tão rendida assim? Pensei comigo mesma, é eu estava.

Ele colocou a mão na minha nuca e se aproximou, a um centímetro da minha boca, dava pra sentir as nossas respirações, nossos batimentos cardíacos no mesmo ritmo. Rodrigo puxo os cabelos da minha nuca, mas não com força, com jeito. Olhou no fundo dos meus olhos e disse: Diz pra mim, que não sente nada. Diz agora Adara, que não houve nada e foi só um beijo (...)

Eu abri a boca e fechei rápido, olhei cada detalhe daquele rosto, aquele maxilar travado e expressão séria. Ele estava bravo comigo e sexy pra caralho, quando eu pousei meus olhos em sua boca não resisti. Eu não queria resisti. Começamos a nos beijar, eu como sempre iniciei. Ele agora me segurando com as duas mãos, enquanto a minha ia percorrendo pelo seu corpo. Em menos de dois minutos nessa brincadeira, eu estava sentada no colo dele. Rodrigo abaixou um pouco seu banco e passou a mão para apagar a luz interna. Não precisava de luz, o nosso fogo queimava e a chama era tão alta, que podíamos nos enxergar tranquilamente ali. Estava muito quente ali. Beijos, carícias, as mãos de Rodrigo ao mesmo tempo que eram carinhosas eram ousadas, bem devagar ele levantou a minha camisa e seus olhos pareciam os de uma criança que tinha acabado de ganhar um brinquedo novo, quando me viu sem sutiã. Enquanto ele chupava meu peito, passava as unhas pelas minhas costas, que se arqueavam com seu toque, aos poucos eu já estava chegando ao ponto e ele nem precisou tocar lá. Me pediu permissão com o olhar e eu levantei um pouco a perna indo para o outro banco, dando passagem para ele tirar minha calça. Eu estava sem calcinha, e sem falar nada, ele só sorriu e foi entrando no meio das minhas pernas.

Apertada na janela, apertando o banco e numa posição totalmente desconfortável, eu gozei na boca dele, gemendo baixinho e contraindo as pernas. Rodrigo me lambeu até eu pedir arrego, pouco preocupado que o banco do carona tinha molhado, com os olhos em brasa, eu entendi o recado. Trocamos de posição, me abaixei e foi a minha vez de sentir o seu gosto. A cabeça do seu pênis me parecia um morango de tão vermelha, eu tinha acabado de gozar, mas estava atenta a tudo que estava passando naquele cubículos. Apertados. Quando eu senti que ele iria gozar, sentei nele e fui descendo rebolando devagar. Rodrigo segurava o meu quadril com as duas mãos, para controlar a intensidade. Não queria gozar agora e eu não queria que aquele momento acabasse. Eu rebolava, subia e descia devagar, e naquele carro só dava para ouvir nossos gemidos, e quando ele não mais se aguentou, me abraçou e gozou. E pela primeira vez eu vi um homem gozar tão lindo, gemendo sem pudores, puta que pariu. Ficamos um tempo assim abraçados e ele fazendo carinho no meu cabelo. Respirei fundo e enfim conseguir falar:

Adara: Isso não tá certo, você tem namorada e eu ... bom, tem o Bruno

Rodrigo: Eu já te disse, não tenho namorada. E o Bruno, bom, vc pode resolver isso.

Adara: E aquela mulher da academia? A Juliana me disse que vocês namoram.

Rodrigo: A Juliana fala demais. É complicado, é a Luana. A gente ficou algumas vezes e ela se acha minha dona, diz pra Deus e o mundo que a gente namora, mas não temos nada, tô te dando a minha palavra.

Ai nessa hora me subiu uma raiva, sei lá porque, fui saindo do colo dele e me vestindo, quando eu estava me preparando para sair do carro, ele me segurou:

Rodrigo: Ei, calma ai velho. A gente tem uma conexão massa, você sabe disso tanto quanto eu e não é ficando com meu irmão que você vai resolver isso não.

Adara: Ah é? Então como é que vamos resolver então, me diz? O que você quer Rodrigo?

Rodrigo: Velho calma, você acha o que? Que se eu não quisesse você, eu estaria aqui agora? Não é pelo sexo Adara, você sente tanto quanto eu, que tem algo a mais.

Adara: Se eu não estivesse com seu irmão, eu seria tão atraente assim para você? Você me assumiria?

Rodrigo: Porra não é fácil assim cara, não tem nada haver com o Bruno não, você nem sabe quem ele é direito. Dá tempo ao tempo, ele não é esse menino bonzinho que você pensa não.

Adara: Ah, é serio que você vai começar a falar mal do seu irmão? Pode ir parando.

Rodrigo: Eu não consigo assumir um relacionamento sério

Adara: Porque não? Prefere ficar com uma e outra pagando de gostosão né?

Rodrigo abaixou a cabeça e formou uma expressão que eu não consegui decifrar, nem parecia o mesmo homem de minutos atrás.

Rodrigo: Depois que ela morreu, eu não conseguir amar outra mulher.

Adara: Ela quem?

Rodrigo: A mãe da Isabela. Ela .. Ela morreu no parto e eu agora só tenho a Bela, não sei colocar outra mulher no lugar da mãe dela.

Caralho, aquilo me rasgou o peito e me deu uma vontade de chorar. Eu abracei ele e pedi desculpa baixinho. Ficamos um tempo abraçados, até que fomos interrompidos por duas batidas no vidro. Bom, era um dos meninos da boca, pediu pra abaixar o vidro e ligar a luz interna, como eu era nascida e criada ali, conhecia ele, era o formiga. Ele falou um tá paz, é Darinha e o nego dela no radinho e saiu, só então nos demos conta do quanto tempo ficamos ali.

Antes de eu descer do carro, ele me pediu pra ter paciência com ele. Disse me também que não iria se afastar, e sempre iria manter contato, me beijou prometendo voltar em breve.

Desci do carro procurando nas janelas todas as fofoqueiras da rua, e não achei uma. Bom, pelo menos amanhã não iria tá na boca do povo essa minha aventura aqui. Ah, quem nunca? Me julguem. Eu estava nas nuvens. Fui entrando em casa na pontinha do pé pra não acordar mainha. Nestas horas eu queria ter banheiro no quarto, mas a realidade é outra.

Fui para o banho e quando saí, dona Analice estava em pé só me esperando e eu dei um grito.

Adara: Ai mainha, que susto. Oxe.

Analice: Susto né? Tá tomando banho essa hora porquê?

Adara: Tô com calor ué, não pode mais não?

Menti com minha cara sínica

Analice: Calor. Sei, sei bem seu calor.

Adara: Oxe

Analice: Você trancou a porta quando entrou?

Mulher, eu já estava cinza, mas tentei manter o teatro né. Mainha é foda e eu não sei mentir.

Adara: Oxe mainha

Analice: Você se acha a dona sabida né? Pois não esqueça que eu já tive sua idade viu.

Ela foi lá conferir se a porta tava trancada e eu passei pra o quarto rapidinho, para ela não render assunto. Sou péssima mentirosa, pra mainha então. Se ela me aperta a mente mais um pouquinho, sai tudo. Sempre foi assim.

Já deitada, antes de dormir, as duas notificações na barra: Bom descanso minha princesa , do Bruno e um Amei hoje, você é minha, do Rodrigo. Sorri. Qual você acha que eu respondi primeiro ? É, acertou. Ele mesmo.

Digitei: Foi perfeito, já quero de novo. Bjs, sua Adara.

Enviei.

Amanhã eu resolvo com o Bruno. Juro.

Eu, AdaraOnde histórias criam vida. Descubra agora