14. In the name of Kim Namjoon!

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Olá! :3

***

Talvez estivesse sonhando.

Durante todo o beijo, o que mais Namjoon pensou foi nisso. Só poderia ser um sonho, certo? Não era possível que Seokjin tivesse, enfim, dado o passo crucial e lhe tascado um beijaço, era? Mas, se era um sonho, um delírio de sua parte, o que fosse, era bem real. E bom. Bom para cacete. Um dos melhores beijos que já tinha experimentado. Ou não. De repente estava achando isso porque desejou por muito tempo vivenciar um momento assim com Seokjin. Era como quando se estava com fome por um período longo demais, de forma que qualquer comida, boa ou não, parecia a refeição mais deliciosa do mundo.

Exceto que Seokjin não era qualquer comida. Seokjin era um banquete completo, com todas as etapas, feito pelo mais renomado chefe não só da Coreia do Sul, mas da Ásia oriental inteira. E da ocidental também. Do mundo inteirinho. Até da galáxia, se fosse duvidar. Não seria modesto para definir o quanto Seokjin era um excelentíssimo de um senhor gostoso. Lindo e gostoso, e que beijava muito bem. Sabia usar com propriedade os lábios e a língua, e tinha plena noção de como percorrer o corpo da outra pessoa com as mãos durante o beijo. Só precisava, quem sabe, ser um pouquinho mais ousado e enfiar a mão entre suas pernas, dentro da camisa, do short... Mas só de ele usar a mão para puxar seus cabelos e alisar sua bunda, já estava de bom tamanho.

Para quem tinha chegado até ali na maior secura, um beijo era o mel no qual o ursinho se lambuzaria, sem a menor pena.

E Namjoon se lambuzou bastante. Não era um ursinho, afinal; estava mais para um ursão. A fome de mel tinha que ser proporcional ao seu tamanho. Por isso, cem por cento nem aí com o montão de água que estava gastando, não deixou que o beijo se esvaziasse tão rápido assim. Fazia sexo solo na frente de uma câmera quase todos os dias era para isso, para ter dinheiro a fim de não perder uma oportunidade de ouro como essa só por conta da grana que poderia gastar. Se fosse para esvaziar alguma coisa, que fosse o tanque de água reserva do prédio. O beijo, jamais. Podia se acertar com o síndico depois. O que não poderia era perder a chance.

Com o tesão de dez gatas no cio, Namjoon se jogou no momento e aproveitou tudo. Todos os dias em que passou sonhando acordado, imaginando como seria estar com Seokjin, cobravam agora os seus boletos, e isso o deixava com poucos resquícios de juízo. Não que tivesse muito desse elemento, mas o que tinha, escapara pelo ralo junto com a água que caía sem parar. E assim, no desespero, na alegria, na empolgação de estar sendo beijado por alguém que desejara muito, Namjoon perdeu o controle que vinha tendo até então e fez um movimento mais avançado.

Adorando o beijo, cada vez mais profundo, a força com que Seokjin puxava seus cabelos e a indelicadeza com que ele o apertava, decidiu que precisava de mais. Beijo era bom, uma delícia, mas como um ursão faminto, era o sexo que lhe traria verdadeira satisfação. Já tinha passado da fase de se contentar com uns beijos bem dados. Queria dar beijos, sim, mas também queria dar outra coisa. No calor do momento, na urgência de seus instintos, tirou a mão que segurava com firmeza a nuca de Seokjin e a deslizou pela camisa molhada, sentindo um arrepio percorrer a espinha conforme ia sentindo os músculos naturalmente definidos de quem era acostumado a se exercitar não em academias, mas pelo cotidiano de trabalhador braçal. Sem cerimônia, seguiu correndo a mão por ali até chegar entre as pernas de Seokjin, apertando o que havia na área, dando um claro sinal de que já podiam passar para o próximo estágio.

Só que não devia ter feito isso. E logo ficou sabendo de que tinha sido um erro. Se estivesse no domínio de suas faculdades mentais, teria se segurado e ido com menos sede ao pote. Já esperara tanto, o que custava esperar mais um pouquinho? Era só ter tido um tiquinho mais de paciência, um tantinho só de jeito, quem sabe. Mas estava fora de si, e agiu como agiria com qualquer pessoa, sem ponderar a questão de que, com Seokjin, era diferente. Não porque havia sentimento, porque ele era especial, mas porque ele era difícil. Um puta gostoso do cacete, e difícil para uma porra de um caralho em igual medida. Era óbvio que ele não iria se deixar levar tão fácil assim por uma apertadinha no pau. Era claro que isso, em vez de excitá-lo, iria o assustar. Tonto, era o que Namjoon tinha sido ao fazer aquele pequeno ato de linguagem não verbal do sexo com alguém que não estava no mesmo estágio que o seu. Só se deu conta, porém, quando era tarde demais.

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