Capítulo 2

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Madeline Miller.

Pedro aguarda uma explicação enquanto dirige até a casa do jogador que me pediu para encontrá-lo. Respiro fundo enquanto crio coragem para dizer que estou mais endividada do qualquer pessoa da família já esteve na vida.

-O que quer ouvir? - Pergunto, tamborilando os dedos nervosamente na ponta da janela.

-Por que não me disse que estava com muitas contas para pagar? - Ele parecia um pouco irritado.

-Eu não vou me apoiar nas suas costas e nem quero fazer isso com ninguém, não podia pedir para você pagar as minhas contas, de novo - Levanto a outra mão, abaixando novamente quando termino de falar.

-Eu sei que não quer, mas eu sou seu amigo e quero te ajudar - Ele me olha por um curto período, voltando a se concentrar na pista assim que o semáforo fica na cor verde - Quantas doses de insulina você ainda tem?

-Duas - Eu olho para o relógio no pulso do platinado ao meu lado - Preciso sair da casa de Arrascaeta antes das 15:30 -Olho para os lados quando entramos no condomínio onde o jogador mora -É o horário da próxima injeção.

-Qualquer coisa peço um tempo a ele, tenho certeza que vai entender.

Olho para a casa assim que saio do carro, dizer que o homem era rico seria uma diminuição de toda sua fortuna. Digamos que já era esperado que o jogador fosse podre de rico, assim como 90% dos jogadores de futebol bem sucedidos, assim como Pedro. Ele encosta a mão em meu ombro, antes que toquemos o interfone.

-Podemos ir embora, se quiser.

-Preciso escutar o que ele tem a dizer - Eu encosto a minha cabeça em seu ombro, levantando novamente e tocando o interfone.

Somos atendidas por um dos seus empregados, que nos pede para esperar na sala enorme da casa que também era extremamente grande. Eu e Pedro ficamos quietos esperando pelo loiro, que aparece alguns minutos depois, com uma calça jeans, blusa abotoada branca, com cabelo bem organizado, estava bem bonito e isso chegava a ser um pouco irritante.

-Boa tarde aos dois.

-Meu amigo, estou muito curioso neste seu acordo com Madeline - Pedro diz.

Continuo quieta, mesmo quando o loiro se senta no sofá à nossa frente, inclinando o corpo para frente enquanto eu olho atentamente para cada um de seus movimentos. Ele parece se ficar em mim também, passando os olhos por mim até chegar nos meus olhos, corto o contato visual pois tinha ficado envergonhada de alguma maneira.

-Ouvi a sua ligação...

-Sim, eu e ele sabemos - Aponto para mim e para Pedro - Agora nos diga o acordo, tenho coisas a fazer ainda hoje - Eu digo, querendo apressar aquela conversa, com medo que chegasse o horário da minha insulina, além da curiosidade.

-Muito bem - Ele afirma com a cabeça - Tenho dinheiro suficiente para acabar com suas dividas e preciso da sua ajuda, talvez possamos chegar em um acordo bom para ambos.

-Acha que pode pagar todas as minhas contas? E por que eu? -Arqueio a sobrancelha.

Ele tinha dinheiro suficiente para pagar todas as minhas contas, na verdade, se ele pagasse absolutamente tudo nem faria cócegas em sua conta bancária. Como eu sei? Apenas acho baseado em sua carreira muito bem sucedida.

-Eu sei que posso pagar as duas dívidas, não fique preocupada com isso - Ele aperta os lábios em um leve sorriso - Minha família é bem chata com casamentos e digamos que estou com 28 anos e na mente deles eu preciso me casar. Eles estão pegando no meu pé e antes que comecem a me apresentar mulheres, pensei em uma coisa interessante que tirariam a atenção deles depois de um tempo.

𝐎 𝐀𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨 -𝐃𝐞 𝐀𝐫𝐫𝐚𝐬𝐜𝐚𝐞𝐭𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora