𝐎 𝐀𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨 -𝐃𝐞 𝐀𝐫𝐫𝐚𝐬𝐜𝐚𝐞𝐭𝐚

Capítulo 22

Madeline Miller.

Não sei se era a mão dele que estava junto a minha, mas aperto para sentir o calor dele, para sentir que ele está ao meu lado.

-Arrascaeta... - Falo com uma voz falha e baixa.

Abro os olhos, tendo a confirmação de que ele estava ali, que não era um sonho como o que estava tendo, o sonho do nosso casamento. Foi lindo, pena que não era a realidade, mas fico feliz de ter acordado e ver que ele estava aqui, no meu quarto de hospital, esperando que eu acordasse.

Me lembro do acidente, do momento em que me avisaram da morte de meu pai e do momento acelerei o máximo que eu pude em um carro recém alugado.

-Maddy? - Seu corpo salta da cadeira rapidamente, com um sorriso e lágrimas nos olhos - Vou chamar a médica, calma.

Ele solta a minha mão delicadamente, mas corre até a porta do quarto, abrindo e chamando um médica que logo atende aos seus chamados. A médica responsável pelo meu caso logo abre um sorriso ao me ver de olhos abertos, mesmo que fazendo pouco movimentos por estar meia fraca.

-Madeline, siga a luz com os olhos - Ela pede, apontando a pequena laterna para os meus olhos e eu faço o que a mulher pediu - Certo, consegue falar?

-Sim senhora - Falo, mais uma vez, com a voz baixa.

Arrascaeta se mantém meio longe enquanto a médica me examina, olho para o loiro que está com os dedos sobre os lábios, observando tudo quieto. Ainda vejo lágrimas em seus olhos e a única coisa que eu quero fazer é tranquiliza-lo agora.

-Pode mexer o pé? - Ela me pergunta, levantando o lençóis para observar o movimento dos meus pés. Faço que sim com a cabeça e faço o que ela pede, recebendo o sorriso de satisfação da mulher - Ótimo, vou pedir alguns exames para confirmar se está tudo bem, mas por enquanto vou te deixar com que converse com seus parentes e namorado.

A médica segura o prontuário, puxando a caneta e escrevendo alguma coisas, saindo do quarto em seguida. O loiro volta a se aproximar da minha cama, apoiando a mão no apoio da cama, sorrindo com os olhos castanhos que eu tanto gostava.

-Fico feliz que tenha acordado - Ele fala enquanto me olha como se eu fosse uma obra de arte que ele tinha gostado.

-Sonhei com você - Digo, repentinamente.

Me canso de ficar deitada, queria ficar meio que sentada, então me estico um pouco, procurando um botão da maca onde desse para levantar um pouco. Suspiro quando uma dor passa pelo meu corpo, meus braços doíam um pouco, principalmente o direito, minha barriga também doía, sentia o curativo que tinha feito ali. Arrascaeta faz um sinal para que eu fique quieta e então clica em um dos botões ao lado da cama hospitalar, que faz com que levante um pouco, ficando do jeito que eu queria.

-Vai me contar o que era? - Ele pergunta, interessado no sonho que tinha falado.

-Era nosso casamento - Dou um pequeno sorriso - Minha mãe e pai estavam lá, Fagner, Pedro e o noivo, que era você.

-Isso é ruim, ou bom? - Sei que ele só fez essa pergunta para saber o que eu acho.

-Bom, extremamente bom - Dou duas batidinhas na cama, abrindo um espaço para que ele se sente, ele entende e faz como eu meio que pedi.

Levo minha mão até seu rosto, acariciando. Ele coloca sua mão sobre a minha, fazendo um carinho com o polegar, sorrindo e me olhando com ternura.

-Estava com medo que você não acordasse - Puxo seu rosto para perto do meu, tentando dar um sorriso tranquilizador para o loiro.