Capítulo 10

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Madeline Miller.

Estava sentada no sofá, na frente da televisão, que era apenas uma tela escura por não ter ligado o objeto. Não tinha nada para assistir e nem estava com vontade de ver alguma coisa. Eu parecia uma estátua de barro, não me mexia, nem mesmo a íris dos meus olhos ousavam observar alguma outra coisa que não fosse a TV desligada na minha frente.

Eu realmente não sei o que eu estou sentindo no momento, era uma mistura de tristeza e confusão. Sim, eu tenho um pouco de curiosidade em saber quem são meus pais, quais são as minhas origens, mas nunca vou deixar os meus pais adotivos de lado, apenas gostaria que eles tivessem me contado ao invés da minha tia ter feito isso.

Meus olhos não se mexem, apenas para piscar após longos segundos, escuto a porta da sala abrir e fechar depois que a pessoa entra, sei que era Arrascaeta pelos sons do passos apressados em minha direção, ele anda um pouco mais devagar ao chegar perto do sofá onde eu estava, hesitante se senta ao meu lado.

-Maddy? -Arrascaeta me chama, encostando levemente seus dedos na parte de cima da minha mão.

E finalmente, viro um pouco a minha cabeça, apenas para me dar mais visão para o rosto do homem loiro ao meu lado. Consigo ver a preocupação no rosto do jogador, mesmo com a visão embaçada por algumas lágrimas que caíam e eu não fazia questão de segurar ou esconder que estava chorando.

-Por que está chorando querida? -Ele franziu os olhos.

Abro a boca, mas não consigo dizer absolutamente nada, então pego o envelope no assento vazio só meu lado. Não tinha visto os papéis que estavam dentro do envelope, o loiro segura o papel marrom, abrindo em seguida e vendo um por um dos papéis antigos.

Depois de alguns minutos de análise, ele me olha, largando os papéis no sofá e me surpreendendo com um abraço. Eu não esperava por aquilo, mas o jogador rodeia seus braços ao meu redor, me dando um abraço caloroso e confortável, como um apoio para o momento que está sendo um pouco difícil pela minha confusão. Sinto quando o loiro deixa um beijo no topo da minha cabeça, fazendo um carinho com a mão em meus cabelos depois.

-Como deveria me sentir? - Pergunto quando nos separamos de um abraço.

-Não sei ao certo, mas se estiver triste e confusa, tem todo o direito. Você merecia a verdade e que ao menos fosse contada por eles, não sei os motivos dos dois, mas acho que você deveria saber que era adotada.

-Eu me sinto exatamente assim, queria a verdade, tudo foi escondido de mim e se minha tia não tivesse tido vontade de me contar, eu nunca iria saber - Eu digo - Não estou com raiva dos meus pais, estou triste por terem me escondido isso. Tenho minhas curiosidades sobre minhas origens, os motivos dos meus pais biológicos terem me abandonado, mas nunca deixar meus pais adotivos de lado.

-Você não está errada Maddy, tem todo o direito de querer saber essas coisas e eu acho que chegou a hora de corremos atrás de todo seu passado - Ele enxuga as lágrimas que mancharam as minhas bochechas.

-Vamos correr atrás do meu passado juntos? - Dou um mini sorriso, pensando que o loiro estava falando com algum tipo de ironia.

-Sim - Suas mão segura a minha levemente - Juntos.

Seus dedos se entrelaçam nos meus, passando um calor amigável. Ele me dá um sorriso com os olhos brilhantes, eu também sorrio, parece que a sua tranquilidade me invade, fazendo com que as lágrimas parem de descer e me concentro apenas em seus olhos castanhos me observando com carinho e amor.

. . .

Olho para o envelope, criando coragem para abrir e pega os inúmeros papéis que estavam lá dentro. Depois de muito olhar, levo minha mão para dentro do envelope e pego tudo que tem lá e por ter tanta coisa, acaba caindo uma coisinha, uma pulseirinha. 

𝐎 𝐀𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨 -𝐃𝐞 𝐀𝐫𝐫𝐚𝐬𝐜𝐚𝐞𝐭𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora