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Oi pessoal! Estou começando a postar essa história nova que há alguns meses vem ocupando minha mente. Não se preocupem, continuarei postando novos capítulos de Volverlo a Intentar, mas é que eu precisava muito colocar pra fora a Anahí e o Alfonso dessa história, que será mais curtinha e hopefully, uma ótima companhia para esse mês dos namorados. Espero que gostem e comentem muito! Beijinhos, Bea

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Madrid, 07 de junho de 2024

Anahí


É a última caixa, é a última caixa... Eu repetia feito um mantra na minha cabeça, enquanto subia o quarto lance de escada com uma caixa de papelão com 'cozinha' rabiscado em pincel permanente na lateral. Meu peito e minhas coxas ardiam com o esforço e eu bufava, sentindo-me sem ar, alguns fios de cabelo loiros se soltando do coque bagunçado e grudando no meu rosto por causa do suor.

Quando finalmente cheguei ao segundo andar—que era na verdade um terceiro levando em consideração o térreo—entrei pela porta da frente do apartamento 08. Este seria meu lar durante os próximos oito meses e com muita fé nas plataformas de streaming, talvez até por alguns anos se minha série fosse renovada. É isso mesmo. Anahí Puente em uma série! Anahí Puente (e não mais Velasco, por favor) numa série para a Netflix. Para quem um ano atrás estava semi-aposentada, até que eu estava dando uma boa reviravolta.

"Quem vê assim nem acredita que é fitness!" Veio a voz da minha sobrinha, fazendo graça, em minha direção.

"Olha aqui, garota, eu já carreguei umas quinze caixas dessa escada acima só essa manhã, enquanto a bonita acordou agora, tomou seu cafezinho sem pressa..."

Ana Paula revirou os olhos azuis da família Portilla com um drama digno da framboesa de ouro. "Acontece que eu já procurei a cafeteira italiana em todas as caixas e não encontrei, então deve estar nessa daí que você trouxe agora."

Eu bufei, empurrando a caixa com o pé na direção dela.

"Vai procurando aí enquanto eu tomo uma ducha. Nem bem é verão e eu já tô derretendo nesse calor madrilenho," eu resmunguei, atravessando a sala de estar que estava feito um labirinto devido às caixas, a caminho da minha suite.

Ao entrar no meu banheiro de mármore branco, já fui chutando os tênis para um canto e me libertando da calça legging que estava grudada ao meu corpo. A regata roxa que eu vestia estava molhada de suor. Meu corpo suplicava por um jato de água refrescante e assim abri a porta de vidro do meu box do chuveiro e abri as torneiras, regulando a temperatura. Entrei devagarinho para evitar o desconforto do choque térmico, finalmente deixando a água molhar os meus cabelos e cair sobre meus ombros tensos e couro cabeludo.

Esse era apenas nosso terceiro dia em Madrid, mas com meus pertences finalmente aqui e meus filhos e sobrinha debaixo das minhas asas, mais parecia como o primeiro dia do resto da minha vida. Eu finalmente estava livre e pronta para escrever os próximos capítulos da minha vida. Há mulheres que dizem que após os quarenta anos a gente só vai ladeira abaixo. Pois eu penso o contrário, dos quarenta para cima, a gente vai voando rumo ao topo da montanha, e é de lá que se tem a visão mais bonita.

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Madrid, 08 de junho de 2024

Alfonso


Gosto de pensar que sou de uma geração que preza muito mais pela privacidade e pela discrição do que essas gerações mais recentes, mas mesmo assim ao longo dos anos criei o hábito de certa forma chato—porém às vezes útil e necessário—de checar minhas redes sociais todos os dias.

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