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Madrid, 23 de junho de 2024 (Domingo)

Alfonso


Era quase meio-dia e estávamos ali esparramados ainda, o blackout que cobria as venezianas da sacada e da janela do quarto nos abrigando do sol intenso lá fora. O ar-condicionado estava ligado, claro, e eu tinha Anahí deitada em meus braços, sua mão em torno do meu pescoço agarrando meus cabelos. Nossas pernas estavam entrelaçadas e eu não ousava me mexer e correr o risco de acordar a fera, embora a coluna começasse a reclamar.

Eu a senti mexer de leve, observei suas pálpebras ondularem, antes dela abrir os olhos. Anahí abriu os olhos e aquele choque de azul da cor do céu me tirou do fôlego. Então era assim acordar com ela... A cada dia o encantamento se renovava e ao que parece, a cada dia eu me prendia ainda mais em sua teia.

"Acordou bem?" Eu a perguntei.

"Hmm... acordei... com a consciência de que não tenho mais vinte e dois anos."

Eu ri, observando as bochechas dela corando.

"Que foi que você tanto me olha?" Ela perguntou acanhada, escondendo o rosto em meu ombro.

"No creo! Anahí tímida?" Brinquei, me fazendo de chocado.

Annie largou um tapinha no meu peito e com o rosto ainda escondido plantou um beijo em minha pele. Estávamos nus, nossas peles coladas.

Ela se virou pra mim, com um sorriso faceiro no rosto, mordendo a boca daquele jeito que me seduzia.

"Ponchito, cê tem noção do quanto você é um homem lindo?" Ela me pergunta, as bochechas ficando rosadas.

"E gostoso?" Eu provoco, imitando uma expressão sexy de modelo.

Annie solta uma gargalhada, 'Muito.'

'Então somos dois.'

'Mas eu não sou homem..." Ela retruca manhosa, fazendo biquinho, brincando com minha barba.

Não resisto e sorrio: "Mas não é mesmo!"

Eu a beijo na boca, minha mão massageando e acariciando os seios dela. Em seguida, abocanho seu mamilo, beijando e chupando. Anahí suspira de prazer. Ela se joga para trás sobre os travesseiros brancos da cama, me dando carte blanche para comê-la por inteiro.

"Foi bom pra você ontem e mais cedo?" Ela me pergunta, ainda sem me olhar.

"Foi. Foi mais que bom... Há muito tempo não era assim." Eu respondi, esfregando minha barba contra o pescoço dela. Annie soltou um leve gemido, arrepiando-se ao meu toque. Eu a senti relaxar, e então, ela pousou a mão sobre meu peito, me afastando um pouco para que nos olhássemos.

"Assim como?"

Eu a percebi tímida nesse momento, quase como uma garotinha—o avesso da mulher sensual e sedutora da noite anterior. Com Anahí sempre haveriam essas duas facetas, a da menina amorosa e vulnerável e o da mulher apaixonada e forte como um touro. E eu, aos poucos descobria que amava e queria as duas.

"Com amor e paixão. Você não sentiu?" Eu a perguntei, brincando com seus cabelos loiros rebeldes que caíam sobre seu rosto.

"Senti." Ela respondeu simplesmente, "e quero sentir de novo."

A outra faceta.

Anahí me empurrou com força, virando nossos corpos, dessa vez me empurrando fundo contra os travesseiros e almofadas, montando sobre mim sem o menor pudor. Suas mãos pequenas e ágeis percorriam meu abdômen e cada curva dos músculos no meu peitoral. Me vi preso da melhor maneira possível, meu desejo se renovando a cada rebolado e lânguido esfregar de sua parte íntima contra a minha.

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