AP: Me manda o nome e o endereço do restaurante? Te encontro lá.
AH: Então você não vai me dar o prazer de te levar no meu carro? 😭😭😭
AP: Prazeres ainda melhores te aguardam essa noite, Ponchito 😉
AH: Wow... Sou um homem de sorte!
AP: Sorte mesmo porque o merecimento é zero.
AH: 🤧
AH: Você é incrivelmente má quando quer, Anahí.
AP: E você adora, Ponchito.
AH: Bodega de los Secretos, Calle de San Blas, 4. 21h00.
AP: Bodega de los Secretos... Gostei.
Alfonso
Conferi as horas mais uma vez no meu elegante relógio da Omega. Os ponteiros marcavam 21h17, como sempre Anahí estava atrasada. Eu estava em pé na calçada, esperando na entrada do restaurante. A noite já estava escura, porém iluminada pela luz amarelada dos postes e dos restaurantes e bares que estavam abertos. Era melhor esperar aqui fora, onde corria uma brisa do que entrar Bodega adentro e sufocar-me num misto de nervos e ansiedade.
Não entendo porque estou tão nervoso. Já dividimos tantas noites juntos ao longo dos anos—foram tantos jantares, tantas noites regadas a tequila ou vinho, ou qualquer porcaria com alto teor alcoólico...
Porra, quem estou tentando enganar? Só a mim mesmo e muito mal por sinal. Enfiei as mãos em punho nos bolsos da calça social preta e como fazia quando me perdia num monólogo interno, nem sequer percebi a chegada de um carro prateado e muito menos da beldade que saíra dele.
Me assustei sentindo uma mão delicada e pequena cutucar o meu braço e ali estava ela com aqueles olhos reluzentes, um sorrisinho no canto da boca.
"Oi." Ela disse, sem desgrudar os olhos dos meus.
"Oi." Respondi de volta, me sentindo meio idiota e meio sortudo ao mesmo tempo.
Só então pude perceber o quão linda ela estava. Havia algo diferente na pele dela, que fazia seu corpo todo brilhar. O vestido que ela usava tinha alças muito finas e era de uma seda delicada com um caimento tão perfeito que parecia se moldar a cada curva do corpo dela, numa cor verde-oliva que eu não me lembrava de vê-la usar antes. Os cabelos loiros estavam impecáveis e soltos, caindo em ondas por trás das costas. E o cheiro? Anahí exalava a mais pura harmonia entre luxúria e doçura—era o perfume francês que eu tanto gostava—Organza.
"Se eu soubesse teria trazido um babador," Ela falou naquele tom debochado dela, quebrando de certa forma o feitiço.
"Não resisto a uma mulher bonita." Falei galanteador, tomando a mão dela e plantando um beijo ali.
Annie desvencilhou a mão da minha e balançou a cabeça, soltando uma risada. "Ai, Alfonso, essa é a raiz de todos os seus problemas."
"Problemas?" Repeti com um sorriso malicioso nos lábios, fazendo uma brincadeirinha de olhar em volta e tentar avistá-los. "Não vejo problema algum essa noite—bom, exceto você, Anita."
Sorri vitorioso ao ver que o charminho feito funcionara nela, nem que fosse um pouco. Ofereci meu braço pra ela e tão natural quanto respirar, Anahí encaixou sua mão e me deixou guiá-la restaurante adentro, onde o maître nos esperava.
Anahí
Ao entrar no restaurante e ser guiada pelo maître escadaria abaixo para o subsolo que pude perceber o porquê daquele lugar se chamar Bodega dos Segredos. Ao longo de um vasto corredor haviam alcovas revestidas em tijolos antigos, que com a boa iluminação do lugar, fazia do ambiente totalmente convidativo, privado e me atrevo a dizer, romântico. Peônias rosas, minhas prediletas estavam dispostas sobre a mesa com toalha branca, onde havia também uma única vela branca. A música de fundo era um jazz antigo, bem suave.
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Andar Conmigo
RomanceQuando termina a turnê Soy Rebelde, Anahí Puente se sente pronta para reassumir as rédeas de sua vida e sair da aposentadoria de vez. Divorciada do marido almofadinha, Annie aceita um papel principal numa série da Netflix e embarca para Madrid onde...