Capítulo 4

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Adriana

O dia começa para mim bem antes do resto do centro.

Gosto de acordar e tomar um banho longo e gostoso, me arrumo e vou tomar café em minha sala. Começo o expediente dando uma olhada nas mensagens, e-mails e notícias, depois passo por todos os setores do centro, observo o andamento dos preparativos para receber os servidores. Gosto de acompanhar de perto o que acontece aqui, afinal é minha responsabilidade. Não tenho obrigação de treinar servidores, assumo essa outra responsabilidade porque eu gosto e porque me deixa mais próxima aos servidores, consigo acompanhar inclusive os serviços dos funcionários com essa proximidade. Vejo se estão comendo, se estão sendo bem higienizados e se estão sendo bem tratados.

Quem vê de longe pode achar que eu não me importo com os servidores, mas é uma visão muito superficial. Confesso que sinto prazer em vê-los sofrer, mas acima disso sei que são pessoas, muitos deles não tiveram oportunidade de serem diferentes. A revolução foi brutal com eles e a vida fora do sistema não é fácil. Meu objetivo é fazê-los encaixar no sistema, deixá-los prontos para conseguir uma tutora para cuidar deles, fazendo com que eles tenham uma vida mais digna e saudável.

Tenho o poder de selecionar as tutoras e tenho o cuidado de não deixar que qualquer uma tutele meus servidores. Sei que tem muitas mulheres por aí que procuram servidores reabilitados para os torturarem, despejando todo o ódio que sentem nos coitados, mas eles já tiveram uma vida de merda, não é para isso que eu trabalho. Busco sempre tutoras que acolham os servidores como a um familiar.

Assim que termino de ver as notícias, vou em direção ao refeitório, passando antes pelas celas, onde a equipe de limpeza higieniza cada uma delas. Cumprimento quem eu encontro no caminho e paro na grade do refeitório para observar os servidores, que estão tomando seus cafés da manhã. Pelo que eu vejo as meninas já separaram os servidores, todos já estão devidamente identificados com o nome das respectivas treinadoras, e alguns já tinham novos acessórios. O n.5 come calado em uma mesa sozinho, o n.8 tem seu desjejum no chão, como um cachorro e uma cuidadora dá o café para o n.4 na boca. É bonito de se ver.

Me aproximo da cuidadora e toco levemente seu ombro:

— Querida, quando eles terminarem, leva os meus pra minha sala, por favor?

Vou para a minha sala de treinamento e em pouco tempo ouço uma batida leve na porta e os 3 escravos entram e se ajoelham.

— Passaram bem a noite? - Pergunto

Eles assentem com a cabeça e eu lhes devolvo um sorriso.

— N.5, retire a máscara do n.4.

Ele não me atende de pronto. N.5 sendo o n.5.

— Se você não o fizer, quem ficará com a máscara será você!

Agora n.5 vai e desata a máscara do n.4, que respira aliviado. Certo, o n.5 funciona com ameaças.

— Cada um de vocês será treinado para uma função diferente. O n.8 vai para o canil, o n.5 vai para o treinamento doméstico e o n.4, para os estábulos. - Digo olhando para cada um deles que me devolvem caras de insatisfação.

— Não vou tolerar nenhum tipo de insubordinação, lembrem-se disso. Além disso, serão treinados para desenvolverem suas habilidades sexuais e físicas. Vocês três vão aprender a lamber, chupar, dar e comer uma mulher e, acima de tudo controlar seus corpos e seus orgasmos. Todos sabem que após uma simples gozada vocês ficam inúteis por horas.

— Não é bem assim...

O n.5 abre a boca para se defender e eu interrompo-o com um tapa forte na cara que o faz virar a cabeça.

CRM - Centro de Reabilitação MasculinaOnde histórias criam vida. Descubra agora