Adriana
Depois que deixei o n.4 no meu quarto, tenho tido altos e baixos. Hora fico feliz por tê-lo seguro e bem, hora me culpo mortalmente por ter feito o que fiz. Eu não quero me colocar na posição de vítima, ele é a única vítima aqui e é por isso que eu me sinto tão mal por isso, por ser eu a agressora. Ao mesmo tempo, não consigo tirar da cabeça o que aconteceu hoje de manhã...
Ouço uma batida na porta e Jackeline entra, com cara de preocupação.
— Yae, Dri, como tá o pacote?
— Pacote? Ah, dei banho, cuidei dele... e o deixei dormir, ontem.
— Ontem? E hoje? - Ela me pergunta, curiosa
— Hoje, acordei com o barulho da máquina de café, ele estava sentado na cama, chorando... não era de dor física... Amiga eu destruí muito mais do que eu queria nele dele... - Suspiro. - Ficamos um bom tempo deitados na cama, ele no meu colo, chorando. Depois conversamos e choramos juntos... Mas o André é... - Suspiro novamente, para organizar os pensamentos. - Ele é acolhedor, protetor e compreensivo.
— Uiiii, André é o nome do garanhão?
Meneio a cabeça afirmando enquanto um sorriso se forma em meus lábios.
— ADRIANA, não me diga que você está apaixonada!
— Nãooo, tá louca! - Quem ela pensa que eu sou?
— Ah, tá bom - Ela diz, irônica. - E depois.
— Bom, expliquei as coisas pra ele e...
— E?
— Transamos maravilhosamente. - Confesso sorrindo.
Jack grita de alegria.
— E como foi??? Me dê mais detalhes!
— Menina sério, foi muito bom!
Estou derretendo só de lembrar.
— Pelo menos uma coisa boa saiu dessa história. - Ela diz animada. - Desde que ele foi para o estábulo eu to babando por ele... Por ele e pelo seu cachorrinho...
— Podemos ajustar isso, mas tem que ver com ele... Talvez o André não queira, mas o n.4 vai fazer o que eu quiser. - Digo confiante. - O n.8 é uma delícia também, viu? É diferente, mais carinhoso e cuidadoso, mas não fica pra trás, só é menos experiente. O único que eu não consegui domar ainda é o n.5, ele é uma delícia, já comi ele, mas não está no ponto que eu gosto ainda.
— Logo você consegue. - Ela sorri.
***
Eu acho que estou ficando maluca... Eu nunca senti isso antes por ninguém e o mais estranho é que não é só pelo André que eu sinto isso...
Os dois já estão me esperando quando entro na sala de treinamento. Preciso colocar meus pensamentos em ordem antes de começar com eles. Eu respiro fundo e fico na frente dos dois. Eles me olham assustados.
— Vou soltar vocês, precisamos conversar. Por favor, não façam nenhuma idiotice, ok?
— Por favor? - O n.5 repete curioso.
Eu solto os braços do n.5, os tornozelos do n. 8 e tiro sua máscara.
— Sentem no sofá. - Indico o lugar para os dois.
Pego uma cadeira e sento na frente deles. Olhos os dois nos olhos e respiro fundo novamente.
— Ô senhora, o que é que está rolando? - O n.5 pergunta impaciente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CRM - Centro de Reabilitação Masculina
Ficção GeralDark Romance Sadomasoquista/Poliamor. Como o mundo seria com as mulheres no poder? Subjugados, eles devem respeito e obediência a elas, os que não se curvam são enviados ao CRM.