Adriana
Vou em direção a sala de segurança, mas sou interceptada por Jackeline que me puxa de canto.
— Dri, não tem imagens! - Ela fala sussurrando.
— O que? - Me exalto.
— Shiiii, fala baixo! Não tem, fui cobrar da Amanda e ela disse que as câmeras não estavam funcionando na hora.
— Como assim? Ninguém me falou que elas estavam inoperantes. - Digo contrariada.
— Pois é, também achei estranho, esperei os ânimos se acalmarem e voltei a falar com a funcionária. Ela ainda estava muito assustada, mas me disse que nunca teve problemas com o n.4, mesmo nos dias que ele estava mais arisco, ele sempre a obedeceu e a tratou bem. Senti que ela estava mais desapontada do que qualquer outra coisa, sabe?! Pelo que ela disse, parece que ele se assustou com ela...
— Nossa, essa história está muito mal contada...
Jackeline olha pra mim aguardando minha decisão.
— Vem comigo.
Volto com ela à sala de castigo onde o n.4 está. Ela se assusta com o estado dele assim que entra, mas peço para que ela não deixe ser vista por ele ainda. Desligo o plug, me aproximo do corpo imobilizado e tiro a mordaça, imediatamente ele começa a falar:
— Por favor, eu juro que não fiz nada, juro pela minha vida que não fiz... por favor...
Não digo nada. Dou a volta em seu corpo e retiro tudo com cuidado, o soltando da mesa no processo.
— Vem, levanta. - Eu o ajudo.
No instante em que ele vê a Jackeline no canto da sala, desvencilha-se de minhas mãos e cai de joelhos aos pés dela.
— Por favor, me ajuda... eu não fiz nada, não fiz... - Ele implora para ela, que me olha esperando minha liberação.
Eu assinto e ela se ajoelha, passando as mãos em seus cabelos tentando acalmá-lo.
— Calma, n.4, já passou, você não vai mais ser castigado... Vem, senta aqui no sofá.
Eu o ajudo a sentar no sofá no canto da sala. Ele está exausto, não tem como ele fazer muita coisa contra nós.
— Eu não fiz nada, só me defendi. - Ele repetiu e abaixou a cabeça chorando.
— Vou pegar uma água pra você. Fica aí.
Pego rapidamente a água que veio junto com o lanche, que eu não comi, solto seus pulsos e entrego a garrafa para ele. Ele bebe ela quase inteira e suspira, cansado. Jackeline continua a acariciar gentilmente sua cabeça.
É o tempo que eu tenho para considerar toda a situação. Não faz muito sentido negar o acontecido agora, depois de saber que eu não vou mais castigá-lo, é bem mais fácil assumir e pedir desculpas.
— Como assim você só se defendeu? - Pergunto, ainda desconfiada.
— Eu... estava só tomando sol... esperando a adestradora voltar do almoço... três mulheres que eu nunca tinha visto por aqui se aproximaram, me xingando, me agarraram e me levaram para o... não sei que lugar era aquele...era um lugar pequeno... tentei me soltar, mas não consegui, tentei gritar e levei um soco que me tirou o ar. Não sei o que elas queriam...
Ele deu uma pausa, eu senti um frio na espinha e Jackeline me olhou espantada.
— Eu sei que aqui tem um monte de câmeras, mas não lembro de ter visto nenhuma ali... elas continuaram a me bater e xingar... uma delas agarrou meu pescoço e apertou tanto que eu desmaiei. Acordei nos cochos, com alguém me cutucando, achei que eram elas, levantei com tudo e as empurrei. Quando percebi que não eram elas, já era tarde demais. Tentei explicar mas ninguém me ouviu...
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CRM - Centro de Reabilitação Masculina
Ficción GeneralDark Romance Sadomasoquista/Poliamor. Como o mundo seria com as mulheres no poder? Subjugados, eles devem respeito e obediência a elas, os que não se curvam são enviados ao CRM.