Capítulo dez | Os Livros Traumatizados

151 14 0
                                    

NARRADORA.

PRESENTE.

1245 palavras.

ATHENA ESTAVA SENTADA no parapeito do pequeno sofá branco encarando os jardins pelas vidraças na porta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ATHENA ESTAVA SENTADA no parapeito do pequeno sofá branco encarando os jardins pelas vidraças na porta. Ela ainda não conseguiu processar que acabou de assistir um feérico morrer de maneira cruel e dolorosa, sua cabeça estava uma bagunça, os gritos dele se misturando com os berros da garota de seu pesadelo. O sol apontava no céu, mas seu corpo não estava cansado, ela não subiria para dormir. Não parecia que ela conseguiria descansar agora, não depois do que presenciou. Archeron precisava conversar com alguém sobre aquilo, precisava desabafar sobre como a cena não saia de sua cabeça e só continuava a se repetir a todo tempo. Fechando os olhos, ela suspirou fundo. E esperou. Esperou por Tamlin.

- Se você está cansada deveria ir pro seu quarto. - O loiro aparece em frente ao campo de visão da garota quando ela abre os olhos. A túnica dele ainda está coberta de sangue, suas mãos também estão sujas, mas agora ele não carrega mais o corpo sem vida. - Quer que eu te acompanhe?

- Não. - Responde, sem hesitar. - Eu preciso...

- Do que você precisa, Atena? - A voz dele era rouca e gélida, porém sua expressão era gentil.

- Só preciso conversar com alguém. - Os olhos dela agora estão transmitindo o quão ela está confusa e como sua cabeça está bagunçada.

- Vamos até minha sala. - Ele pensou em oferecer seus aposentos, mas ela provavelmente não se sentiria confortável lá.

Athena se colocou de pé em um segundo, acompanhando Tamlin, que começou a andar em direção ao escritório dele. Quando eles entraram, ele moveu as mãos e algumas velas se ascenderam, o silêncio ainda estava presente entre os dois, ele queria deixá-la falar no tempo dela.

- Sabe que, eu nunca tive remorso de ver animais morrendo, então, de certa forma, imaginei que quando e se visse pessoas, não me afetaria também. - As palavras dela são angustiantes e dolorosas. - A imagem dele agonizando vem a minha mente toda hora. Eu não consigo esquecer isso, é como se, eu já tivesse visto algo parecido com isso antes e todo o sentimento ruim voltasse à tona.

Tamlin estremeceu levemente quando ela disse isso, seu corpo enrijeceu, mas Athena não pareceu perceber essa reação estranha.

- Eu não sei porque isso está me incomodando tanto.

- É normal, Athena. Você acabou de presenciar um trauma. - Ele disse, no tom mais calmo que podia usar. Tamlin realmente queria ajudá-la. - Você vai se sentir muito melhor se subir tomar um banho e descansar.

- Não vou conseguir pregar os olhos. - Ela diz, sendo sincera.

- Então, você sobe, se limpa e vem para cá novamente, ok? - Ele desce o olhar pela camisola branca dela que haviam várias manchas vermelhas.

- Ok. - Athena não tinha muito o que discutir, e ela realmente desejava tomar um banho.

Ela reparou que o dia já estava totalmente claro, o sol iluminava todo o seu quarto quando entrou, o que ela imaginou serem passarinhos cantavam animados lá fora e ela conseguia escutar o som das árvores se mexendo com o vento leve. Athena tomou um banho quente e demorado, a mente ainda perdida na noite caótica que ela havia acabado de ter. Quando terminou, Alya arrumou seus cabelos em uma trança, e ela colocou um vestido azul claro longo, porém não chamativo. Enquanto ela descia de volta para o escritório de Tamli, notou que a casa ainda estava silenciosa, ou seja, Feyre ainda dormia e Lucien igualmente, bem provável.

- Você demorou. - Ela escuta a voz de Tamlin não muito longe dela, assim que ela abre a porta da sala, ele agora estava usando túnicas limpas, seus cabelos não estavam mais sujos.

- Enrolei um pouco na banheira - Archeron sorri timidamente, não queria deixá-lo esperando.

- Certo. - O que é a sombra de um sorriso passa pelo rosto de Tamlin. - Venha até aqui, preciso lhe mostrar algumas coisas.

Ele segurava um livro velho, empoeirado e pouco bonita nas mãos. Entretanto; quando ele o abriu a visão mudou e Athena teve de se aproximar para observar melhor. A primeira imagem tinham algumas palavras aparentemente na antiga linguagem feérica, o vallyriano. Archeron conseguia entender razoavelmente as palavras, mas claro que muito por cima, já que seu conhecimento não era tão avançando quanto o de Aemond, mas claro que não mostraria isso a Tamlin.

- Qual o propósito de me mostrar algo que não consigo ler? - Ela questiona, obviamente mentindo. Essa era uma grande vantagem em ser humana, ela ainda conseguia mentir.

"Dragonstone: A ilha do Dragão."

Tamlin riu, balançando a cabeça.

- Apenas a capa está em vallyriano. O resto você conseguirá ler. - Ele explica, se acomodando melhor na cadeira onde estava sentado. - Você demonstrou muito interesse em Dragonstone no meu mapa; então procurei esse livro que conta mais sobre como era lá.

Um sorriso tomou conta do rosto de Athena, e ela segurou o livro em suas mãos, começando a folhea-lo. As folhas eram pesadas e difíceis de passar, mas eram cheias de informações e desenhos, de aparentemente como era o local. Ela passou a ponta dos dedos sobre o desenho de uma flor branca, embaixo havia mais uma palavra em alto valiriano 'fogo e sangue', os olhos dela passaram por toda a página lendo sobre o clima e até mesmo quais tipos de vegetações haviam na ilha. Enquanto isso, o loiro ao lado dela, tinha começado a ler um novo livro. Os dois continuaram nesse silêncio confortável, cada um se distraindo da maneira que gostariam.

- Esse livro é realmente interessante. Quem o escreveu? - Athena pergunta após muito tempo em silêncio, apenas lendo.

Tamlin levantou os olhos dos livros, encarando a fêmea na sua frente. Seus olhos ficaram presos nos dela, e por um instante, ele se sentiu encurralado e teve vontade de apenas continuar ali, a encarando.

- Hum... Não sabemos. Não tem autor. - Ele responde após o momento de transe nela, balançando a cabeça negativamente ele espanta qualquer tipo de pensamento diferente que poderia ter com ela.

- Como assim? O livro apenas chegou aqui então? - Franzindo a sombrancelha e estreitando os olhos, ela fez uma cara engraçada enquanto ficava pensativa.

- Bom, obviamente alguém o escreveu. Mas é desconhecido. Ele apenas estava aqui desde... Desde antes. - Ele quer dizer que esse livro tem estado na família a tempos? Bom, ela parece não pensar muito, deixando essa ideia de quem poderia ter escrito o livro de lado.

- Posso colocá-lo no meu quarto? - Ela não queria parecer intrometida, nem enxerida, nem nada do tipo, apenas havia gostado muito dele.

- Pode. - Tamlin diz, sem se importar, pra ele, não fazia a menor diferença. - Mas você sabe que pode descer aqui sempre que quiser, certo? Não precisa nem pedir.

Athena sentiu que ele estava ultrapassando um limite que ele mesmo havia imposto para si, apenas para deixá-la bem, mas isso não era verdade, Tamlin fazia aquilo que fazia, porque queria, claro que desde que ela chegou, ele tem se importado até demais, mas isso não é um problema, nem algo que ele tenha que se preocupar. O tratado é que ela viva "com" ele para o resto da vida, ele teria tempo o suficiente para entendê-la.

- Por que você faz isso? - Ela pergunta, genuinamente, querendo saber o porquê dele ser tão atencioso com ela.

- Eu não sei. - Tamlin é sincero de volta, é importante para ele que ela confie nele. Ele decide não falar mais nada, porque sente que falaria alguma merda.

- Bem, obrigada. - Archeron sorri para ele, e então se levanta, colocando o livro entre os braços.

𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃, acotar + hotd fanfiction.Onde histórias criam vida. Descubra agora