EMBORA PARECESSE LOUCURA, EU ESTAVA COMEÇANDO A GOSTAR DE TER A COMPANHIA DE RHYSAND. Quando voltei para minha cela naquela noite, fiquei me sentindo sozinha, mesmo tendo a presença de Feyre ali. Dia após dia, apareciam refeições quentes para mim e minha irmã, e eu sabia que aquilo era obra do Grão-Senhor. Presas naquela cela, eu só conseguia pensar no enigma, mas nunca acabei chegando em nenhum resultado realmente interessante. Eu tinha pensado em amor. Mas depois, Feyre mostrou-me que não fazia sentido ser essa a resposta. O tédio me levou a começar a conversar com os ovos de dragão empalhados dentro daquela caixa, eu conversava com eles, como se fossem pequenas crianças. Pode parecer doidera, mas foi algo que me manteve sã. Os dias continuaram se passando, e as coisas ficavam ainda mais entediantes dentro daquela cela, eu não vi mais ninguém além da minha irmã e até conversar com ela estava começando a ficar tedioso. Às vezes, eu conseguia vê-la amaldiçoando minhas tatuagens e isso me fez pensar que talvez ela estivesse começando a perder as estribeiras.
Se eu estivesse contando certo o horário das refeições, cerca de quatro dias depois de eu encontrar Rhysand naquele quarto, duas fêmeas Grã-Feéricas chegaram a minha cela. Elas surgiram pelas fendas, de fiapos de escuridão, exatamente como Rhysand o fizera. Mas, enquanto ele havia se solidificado em uma forma tangível, aquelas feéricas permaneceram em grande parte feitas de sombras, as feições quase indiscerníveis, exceto pelos vestidos largos e fluidos de teia de aranha. Elas permaneceram em silêncio quando me tocaram. Não protestei; não havia nada com que lutar contra elas, e nenhum lugar para correr. As mãos que as duas fecharam em meus antebraços eram frias, mas sólidas, como se as sombras fossem um manto, uma segunda pele.
—— O que é isso? — Perguntou Feyre, mas quando ela não me viu protestar, não fez nada. Com certeza, imaginou que poderia ser alguma coisa que eu já estava ciente.
——— Não sei, mas me espere e não surte, por favor.
Elas deviam ter sido enviadas por Rhysand; deviam ser serviçais dele, da Corte Noturna. Poderiam ser mudas, considerando tudo o que disseram para mim quando se aproximaram de meu corpo e saímos... fisicamente saímos pela porta fechada, como se ela nem estivesse ali. Como se eu tivesse me tomado uma sombra também. Meus joelhos cederam diante da sensação, que era como aranhas andando em minha coluna, nos braços, conforme caminhamos pelas opressoras masmorras escuras.
As feéricas subiram comigo por escadarias empoeiradas e corredores esquecidos, até chegarmos a um quarto simples, no qual me despiram, me deram um bom banho e depois, para meu horror, começaram a pintar meu corpo.
Seus pincéis eram insuportavelmente frios e faziam cócegas, e as mãos sombreadas das feéricas me seguravam firme quando eu me mexia. As coisas só pioraram quando elas pintaram minhas partes mais íntimas, e me esforcei para não chutar uma delas na cara. As feéricas não ofereceram explicação sobre o porquê — nenhuma dica de se aquilo era outro tormento enviado por Amarantha. Mesmo que eu fugisse, não havia para onde escapar. Então, parei de exigir respostas, parei de revidar e deixei que terminassem.
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𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃, acotar + hotd fanfiction.
Fanfic˳ ᰋ ʿʿ 𓈒 • 𝗔𝗧𝗛𝗘𝗡𝗔 𝗔𝗥𝗖𝗛𝗘𝗥𝗢𝗡 é conhecida na vila onde mora por sua beleza anormal. Carregando cabelos brancos como pele de lobo e olhos um pouco amarelados, a menina se diferencia das suas outras três irmãs. Por isso, sempre fora t...