Capítulo Onze 2 | Calanmai

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ATHENA
ARCHERON

PRESENTE.

1863 palavras.

MEU OLHAR CONTINUA PRESO NO DELE

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MEU OLHAR CONTINUA PRESO NO DELE. Mas diferentemente dos últimos segundos, ele ficou inexpressivo novamente, porém ainda me observando. Obrigada não parecia ser o jeito adequado de iniciar uma conversa depois desse momento estranho, porém é necessário, já que ele havia me salvado de três feéricos mal intencionados. Comecei a retomar minha consciência, e reparei que ele não estava de máscara, ou seja, era de outra corte. Um meio sorriso brincalhão, nasceu em seus lábios sensuais.

- O que uma mulher mortal faz aqui, na Noite da Fogueira? - A voz do feérico foi como o ronronado de um amante, me fazendo estremecer, acariciando cada músculo e osso e nervo.

Dei um passo atrás.

- Meu amigo me trouxe.

O rufar dos tambores estava se intensificando, chegando a um clímax que eu não entendia. Fazia tanto tempo desde que vira um rosto exposto que parecesse vagamente humano. As roupas dele - todas pretas, todas requintadas - eram justas o bastante para que eu visse o quanto parecia magnífico. Como se tivesse sido moldado da própria noite.

- E quem é seu amigo? - Ele sorria para mim, como um predador avaliando a presa.

- Um moço - menti de novo.

- O nome dele? - Ele deu mais um passo, enfiando as mãos nos bolsos.

Recuei um pouco mais e fiquei de boca fechada. Será que tinha trocado três monstros por algo muito pior? Quando ficou evidente que eu não responderia, ele riu.

- De nada - disse o feérico. - Por ter salvado você. - É estranho que uma mortal seja amiga de um feérico- ponderou ele, e começou a me circundar. Eu podia ter jurado que gavinhas da noite estrelada formaram um rastro atrás dele. - Humanos não costumam morrer de medo de nós? E você não deveria, aliás, ficar do seu lado da muralha?

Eu estava morrendo de medo dele, mas não deixaria que soubesse.

- Eu o conheço minha vida inteira. Jamais tive nada a temer delas. O feérico parou de circundar para me avaliar. Ele agora estava entre mim e a fogueira... e minha rota de fuga.

- No entanto, trouxe você para o Grande Rito e a abandonaram.

- Ele foi buscar bebidas - falei, e seu sorriso se ampliou. O que quer que eu tivesse dito, me delatou. Eu vi os criados levando a comida, mas... talvez não estivesse ali.

Ele sorriu para mim por mais um segundo. Eu jamais vira alguém tão lindo - e nunca sentira tanto alarmes de aviso na cabeça por causa disso. Seus olhos desceram pelo meu pescoço, e parece que ele notou o acessório pendurado em meu pescoço, eles pareceram se arregalar por um instante, mas logo ele recuperou seu sorriso afiado.

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