Capítulo Vinte e Dois | A lágrima preta

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TALVEZ MEUS GRITOS ESTIVESSEM ASSUSTANDO a parteira, mas eu não me importei

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TALVEZ MEUS GRITOS ESTIVESSEM ASSUSTANDO a parteira, mas eu não me importei. Eu podia literalmente sentir meu corpo se rasgando para que essa criança pudesse sair de dentro de mim. Alguns xingamentos acabam escapando dos meus lábios nos minutos seguintes, e junto a um grito estridente consigo escutar o choro baixo do meu neném.

--É uma menina, senhor. - A parteira diz enquanto segura minha filha ensanguentada em seus braços. Um sorriso cresce em meu rosto, e o olhar de Rhysand também é de admiração. Quando o bebê vem em meus braços, meu marido vem junto, se agachando do lado contrário. --Sua filha.

--Obrigada, Nila. - Murmuro com algumas lágrimas nos olhos, mas as desvio para o bebê em meu colo. Ela é a coisa mais perfeita do mundo, e se acalenta logo em que se aconchega nos meus braços. --Nossa bebê, Rhys.

--E ela parece tanto comigo. - Ele brinca, dando um beijo em minha testa e tocando a barriguinha exposta dela. - Vocês duas foram verdadeiras guerreiras hoje.

- Sim, nós fomos. - Respiro fundo, enquanto a ajeito em meu colo. - Como devemos chamá-la?

- Não sei. Talvez possamos homenagear sua mãe, Rhaenys. - Rhys fala bem baixinho, e logo em seguida o bebê começa a chorar alto, coloco a ponta do meu mindinho em sua boca e o balanço levemente. - Ela não gostou.

Nós nos entreolhamos por alguns instantes, antes de uma ideia maravilhosa passar pela minha cabeça. Não fazia muito tempo desde que infelizmente a irmã e a mãe de Rhysand haviam falecido, e acho que seria uma ótimo oportunidade de homenagear uma das mulheres mais importantes de nossas vidas. Um sorriso cresce em nosso rosto.

- Papai, apresento-lhe sua nova garota favorita; Velaris. - Digo, com um sorriso e lágrimas caindo dos olhos. Era um momento tão especial para nós dois.

- Velaris. - Rhysand sorriu e eu consegui ver o quão grato e feliz ele estava pela escolha do nome, com cuidado ele acariciou a cabeça com poucos fios de cabelo da garotinha. - Eu amo vocês.

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DE REPENTE, sou obrigada a abrir meus olhos enquanto escuto a porta do quarto se abrir, me mantenho virada para a parede, pois sei quem é, consigo sentir a presença dele. Era minha segunda noite nesses aposentos, e era a segunda vez que ele entrava por essa porta tarde da noite, eu tinha uma certa curiosidade envolvida no que ele fica sabendo até essa hora da madrugada, mas nunca serei forte o suficiente para perguntar. Essa noite, virei meu corpo na direção que ele entrou, e dei de cara com seus olhos solitários e aparentemente perdidos, ele não usava a máscara de esconder os sentimentos, estava realmente vulnerável. Sua blusa estava levemente aberta e ele carregava o blazer que compunha nas mãos, eu conseguia ver o início de seu peitoral tatuado daqui. Ele pareceu notar que eu estava acordada, mas não disse e nem fez nada, apenas caminhou com indiferença até o banheiro. O que estava fazendo? Matando ou torturando pessoas não parecia ser a opção correta (sim, esse foi meu primeiro chute). Pela sua expressão claramente vulnerável, era algo que definitivamente não o agradava, e o suficiente para que ele não tenha que esconder isso de mim. Ele me odeia, não deveria me deixar vê-lo nesse estado.

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