Gustavo:
"Se esse mundo acabar
E for inevitável o nosso fim
Só quero que lembre de mim
E quando a luz apagar
Eu fecho os meus olhos e vivo em ti
Só quero que lembre de mim"Era o meu dia de folga, se é que posso chamar assim já que mesmo quando poderia estar descansando prefiro testar melodias, arranjos, compor.
Isso, claro, quando não estou jogando.
Encarei meu violão após testar alguns arranjos, respirei fundo e me permiti repassar os dois últimos anos até aqui.
Olhando minha vida e minha carreira as coisas haviam melhorado muito em comparação ao ano passado, muito ao ponto de parecer até outra vida.
A pandemia não foi fácil, ficar todo esse tempo sem shows, sem nem saber se conseguiria voltar aos palcos um dia, não foi fácil e parecia que ia me enlouquecer a qualquer momento.
Como se só isso não fosse o suficiente, no meio da pandemia teve o término também, que não havia sido nada fácil, mas que era um ciclo encerrado agora, graças a Deus.
Eu sei, foi um ano merda, mais não era o momento de focar nisso, aliás, eu devia apagar essa fase da memória, era algo que eu deveria lembrar só como uma fase ruim que consegui superar.
Agora finalmente eu estava de volta aos palcos, finalmente eu podia fazer a piada ruim de que o mundo não tinha acabado assim como eu imaginava quando compus Fim do Mundo no meio de todo esse caos que pandemia trouxe.
Voltar me deu o gás que faltava na minha vida, além de um grande alívio também. Minhas músicas estavam sendo muito bem aceitas, alcançando ótimos números. Por um tempo cheguei a pensar que tinha perdido a mão na hora de escolher as músicas que lançaria. Nessa loucura que se tornou a industria, não escolher certo em qual música trabalhemos, não investir no hit certo, e não atingir bons números é literalmente dar um tiro no pé.
Apesar de gostar de fazer outras coisas durante toda aquela fase, nada se comparava ao prazer de voltar a estar em um palco, sentir a energia das pessoas cantando, não dava pra fugir, a única certeza que eu tinha na minha vida era que eu queria cantar por toda ela.
Agora que as coisas estavam caminhando e que eu estava com a rotina caótica de volta - não que eu fosse reclamar disso - em breve iniciariam as gravações do meu DVD de 10 anos de carreira.
- Da para acreditar que já faz todo esse tempo que eu me dedico a música?! - Penso alto, imediatamente um filme passa sempre na minha cabeça quando lembro do quão importante é esse marco de 10 anos.
O Gustavo adolescente compositor jamais imaginaria que chegaríamos tão longe, pensando bem, acho que nem o Gustavo adulto imaginaria que chegaríamos.
Além do DVD, finalmente aceitei o convite para apresentar um programa de TV, um programa sobre música chamado TVZ, onde outros cantores falam sobre a carreira, participam de brincadeiras e cantam.
A produção do programa queria alguém do sertanejo, mais que conseguisse transitar entre outros ritmos que estavam em alta agora, então aparentemente eu me encaixava nesses quesitos.
Era a primeira vez que eu aceitava algo do tipo, por mais que fosse a minha praia falar sobre música, ficar a cargo da temporada inteira de um programa em uma emissora grande era uma responsabilidade imensa.
Esse não era primeiro convite que eles me faziam para apresentar o TVZ, mas eu nunca me senti pronto, pela primeira vez, senti que devia aceitar mesmo podendo ser uma loucura aceitar um programa em uma emissora tão grande sem ter grande experiencia em apresentar abracei o desafio. Afinal, era uma ótima chance de me desafiar em algo novo além de me dar visibilidade, aprendizado, os prós eram muito maiores que os contas.
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Só Não Deixa Saudade
FanfictionGustavo e Ana estavam vivendo o momento mais intenso de suas carreiras e com o coração tranquilo. A última coisa que queriam era se apaixonar. O destino dos dois se cruza por acaso e mostra que quando é amor de verdade, não adianta lutar contra. H...