Ana:
As horas se arrastaram até a minha folga, mas seu sei que, no fundo, não era isso que estava me preocupando.
Convidei o Gu para passar dois dias comigo na minha casa, eu sei que isso é um passo normal para qualquer casal, mas ta longe de ser o que planejei. Eu sabia o que tinha me levado a isso, a gente não conseguiu se ver na última semana e eu também precisava ficar com a minha família. Tudo isso me fez ter a ideia de convidar ele.
Meu pai já conhecia o Gustavo porque estava me acompanhando em alguns shows e minha mãe eu tinha certeza que amaria conhecê-lo finalmente. Mesmo antes de convidá-lo, eu já sabia o quanto meus pais iam adorar ter ele ali.
Era só porque não poderíamos nos ver de outra forma, nada daquilo tinha nada a ver com relacionamento sério.
Pelo menos foi o que tentei me convencer.
— VOCÊ VAI TRAZER ELE AQUI? — Minha melhor amiga, Ana Alice, que está morando com a minha família por conta dos estudos, disse assim que contei.
Nós estávamos deitadas na minha cama encarando o teto, antes de contar eu a fiz prometer que não me julgaria, o que não adiantou de nada.
Ana: — Vou.. — Respondi sem muita certeza do que viria a seguir.
Ana Alice: — Você sabe que isso é bem o tipo de coisas que namorados fazem, né? Você ainda se lembra de como é namorar? — Ela perguntou irônica.
Ana: — Claro que lembro palhaça. — Joguei um travesseiro acertando sua cabeça. — É que é diferente agora, não namoramos, mas não temos agenda pra ficar normal que nem todo mundo.
Ana Alice: — Você tem certeza que é só isso? — Ela perguntou e eu senti meus pensamentos entrarem em pane.
Ana: — Tenho. — Respondi me enchendo de uma coragem e de uma certeza que eu não tinha.
Ana Alice me lançou o olhar mais debochado que conseguiu, mas graças a Deus, não disse mais nada. Me convencer de tudo aquilo já estava sendo difícil suficiente para eu ter que convencer mais alguém.
— TATA. — Antonella entrou gritando no meu quarto. — Que história é essa que você vai trazer seu namorado novo aqui? — Ela perguntou curiosa fazendo Ana Alice gargalhar e eu fechei a cara em reação automática, pronta pra matar meus pais.
Ana: — Ele não é meu namorado. — Respondi séria.
Antonella: — Então é seu amigo? — Ela perguntou confusa.
Ana: — Também não é... — Respondi sem ter ideia de como explicar.
Ana Alice: — Eles não são namorados AINDA. — Explicou tranquila, enquanto eu a encarava pronta pra descontar a raiva dos meus pais nela.
Antonella: — Aaaaah, entendi. — Disse com um sorrisinho e saiu de volta correndo do meu quarto antes que eu pudesse falar qualquer coisa.
Meus pais pareciam tão ansiosos quanto eu para receber o Gustavo, compraram um absurdo de comida, confirmaram mil vezes comigo se não tinha algo que ele não comia.
O Gustavo decidiu que preferia ir de carro, por isso saiu cedo de São Paulo com direção a Londrina, ele foi me avisando durante todo o caminho, e parecia que a cada hora eu ficava mais ansiosa.
Assim que ele avisou por mensagem no meio da tarde que chegou, fui até a porta pra recebê-lo — vai dar tudo certo — repeti pra mim mesma antes de chegar a porta.
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Só Não Deixa Saudade
أدب الهواةGustavo e Ana estavam vivendo o momento mais intenso de suas carreiras e com o coração tranquilo. A última coisa que queriam era se apaixonar. O destino dos dois se cruza por acaso e mostra que quando é amor de verdade, não adianta lutar contra. H...