Enver, Yogratax...
Oitavo mês de 2.999...
A viagem correra como planejada. Em alguns momentos aceleravam o galope, mas de maneira geral seguiam a uma velocidade moderada e atentos. Viajavam com roupas e acessórios simples, sem chamar atenção.
— Vou seguir nesse ritmo indo um pouco mais ao leste e depois me deslocarei para o norte. Assim, dou algum tempo a você e já verifico se Tarquin passou pelas redondezas. Qualquer um que tenha visto aquele rostinho, lembrará. — Gauargi sorriu.
Tristan nada falou, continuou concentrado pelos próximos minutos que se seguiram, até que chegaram na estrada que dava acesso a Enver. Ali eles pararam os cavalos e se despediram.
— Boa sorte! — desejou Gauargi. — Espero que a encontre, linda e rechonchuda! — riu ao se afastar a galope, fazendo o príncipe lembrar que chamava a princesa de porca pintada, devido à menina ser rechonchuda e cheia de sardas.
Era uma maldade, mas ele sorriu.
Seguiu em um ritmo lento e logo avistou Enver. Não lembrava de ter estado no local antes e se admirou com a beleza, ainda que fosse uma cidade pequena. Ao adentrar finalmente nas ruas calçadas, notou que havia algo na paisagem que destoava de toda a suntuosidade do local. Algo havia queimado.
Ele parou em um estábulo, onde deixou seu cavalo, pagou por seus cuidados e seguiu para a taverna mais próxima. Parecia de boa qualidade e estava quase vazia. Sentou-se a uma mesa e uma das atendentes que estava encostada no bar se adiantou, rapidamente.
— O que posso lhe servir, senhor? — disse animada.
— Gostaria de uma boa cerveja e o que tiver para comer. — sua voz não transparecia qualquer emoção.
— Claro! — a jovem quase saltitou para a cozinha e logo voltou com a caneca de cerveja.
Tristan agradeceu e ficou algum tempo focado no líquido escuro. Olhou em volta e prestou atenção nos presentes. Eram apenas cinco pessoas. Um homem no balcão, bebendo sozinho e outras duas mesas estavam ocupadas com duas pessoas em cada. Um homem e uma mulher em uma, dois homens na outra. Ninguém conhecido.
Não demorou para que seu prato, que cheirava muito bem, fosse servido. A jovem animada o trouxe.
— Espero que goste, senhor! Se precisar de qualquer coisa, me chame!
— Na verdade, se não estiver muito ocupada, eu gostaria de pedir para que se sentasse um pouco comigo. Detesto comer sozinho. — solicitou ele.
A moça pareceu em dúvida com o pedido.
— Posso pagar por seu tempo. — disse Tristan.
A moça saltitou novamente até o balcão e falou com a taverneira, que deu uma boa olhada em Tristan, então deu um sorrisinho para a moça e a dispensou com um gesto de mão.
— Ficarei o quanto quiser! — disse sorridente.
Tristan sorriu para a jovem.
— Então. — falou, enquanto misturava o arroz negro com o molho do ensopado. — O que há para saber sobre Enver?
— Enver é ótima, senhor! A vida é boa aqui. Minha opinião difere da de muitos, mas acredito que esta seja a melhor região da cidade. Estamos perto da estrada e recebemos muitas pessoas.
— O que os outros dizem? — perguntou o príncipe, demonstrando curiosidade.
— Ah, que o centro é melhor, mais agitado, mais nobre. Mas eu gosto daqui. — sorriu e Tristan devolveu o sorriso.
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A Chama de Urunir
FantasyA Guilda de Aventureiros é uma organização respeitada, principalmente no reino de Yogratax, onde foi fundada. Sua fama se estende além das fronteiras, e ser um aventureiro, membro da Guilda, é o objetivo de Maxine. A jovem deseja glória, assim como...