Capítulo 71 - Túneis

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Yurgan e Gauargi possuíam expressões que lembravam crianças pegas fazendo uma travessura.

— E então? — insistiu Argos. — Descobriram algo interessante?

— Seguimos por túneis e cavernas, saímos em outro ponto da montanha, no entanto, não há uma entrada segura por ali. Há uma caverna que não nos arriscamos a explorar. — relatou Yurgan.

Gauargi o olhava incrédulo.

— Que bom que não pedi segredo sobre essa incursão. — disse o lorde.

— Yurgan é um jovem sagaz, lorde Gauargi. Sabe bem que não conseguirá sustentar uma busca por esses caminhos sem o conhecimento necessário. — falou Argos, ainda olhando para Yurgan, que sustentava o olhar. — Nunca entendi o motivo de ter entrado para a Guilda, mas fiquei feliz por ser companheiro de minha sobrinha. Sempre soube que era sensato. Venham! — disse e caminhou para fora, em direção à própria tenda. — Mostre-me. — Pediu quando estavam já na tenda.

Yurgan retirou os mapas e colocou sobre a pequena mesa que ali havia. Em nenhum momento disse onde conseguira os documentos, e Argos não perguntou. Explicou rapidamente os caminhos que haviam seguido e as principais diferenças que havia no cenário e no mapa. Diante do relato do jovem, Argos foi fazendo anotações e preenchendo as lacunas.

— O que está tentando? — perguntou o velho patrulheiro.

— Acredito que conhecer os caminhos da montanha é algo importante. Além disso, talvez haja alguma maneira de usarmos esses caminhos para lidar com os orcs ou mesmo um caminho que possamos percorrer para procurar por Maxine. — respondeu Yurgan simplesmente, enquanto Argos o encarava com semblante sério.

— Por que o está ajudando, lorde Gauargi? Se me permite perguntar. — questionou o mais velho.

— Concordo com as preocupações de Yurgan. Não sabemos por onde os orcs vieram, como se reuniram e se abateram com tamanha força sobre nós. Acredito que nossas energias são melhores utilizadas dessa maneira do que apenas aguardando. — respondeu o lorde.

— Concordo com os senhores. Vou ajudá-los com os mapas. — Pegou algumas folhas de pergaminho e começou a rabiscar enquanto os dois jovens se entreolhavam.

Argos pediu algum tempo para que pudesse analisar os mapas e entendê-los. Tentaria torná-los mais fáceis de seguir, já que ele mesmo não poderia seguir com eles como guia. Levou quase dois dias até conseguir fazer o que pretendia, alternando entre os problemas com os orcs e seus homens e a revisão.

Depois do ataque ao acampamento, os orcs se aproximaram mais, inclusive, alguns tentaram escalar a muralha, sendo mortos no processo. Estavam a cada dia mais ousados, o que mantinha a todos ocupados.

No mesmo dia que receberam os mapas com as anotações em mãos, Yurgan e Gauargi puseram-se a desbravar novamente. Entraram na caverna que haviam descoberto anteriormente e a exploraram por um longo tempo, sem alcançar o fim. Decidiram retornar antes e deixaram Argos frustrado com o relato, especialmente quando, na segunda tentativa, também não chegaram a lugar algum. No terceiro dia, enquanto planejavam a exploração, Gloradan os chamou e pediu que se juntassem ao grupo que partiria em busca dos batedores que haviam saído no dia anterior e não tinham retornado.

Partiram imediatamente, seguindo os patrulheiros que conheciam o caminho. Eram cinco no total, incluindo Yurgan, Gauargi e Gloradan.

O som da batalha ecoou antes mesmo de eles a avistarem, instigando-os a incentivar os cavalos a correr mais rápido. Yurgan, Gauargi e Gloradan portavam os escudos e as espadas em mãos, prontos para lutar ao modo da cavalaria. Os patrulheiros à frente, familiarizados com o estilo de combate dos cavaleiros, abriram caminho, cavalgando para as laterais e cercando os orcs e os aliados que já estavam em combate.

A Chama de UrunirOnde histórias criam vida. Descubra agora