Capítulo 54 - Caminho

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Yogratax...

Nono mês de 2.999...

Tristan deixara um arrasado Lancelin para trás quando se despediu, dizendo que era a hora de seguir viagem. Apreciaria sua última noite na taverna e seguiria seu caminho ao amanhecer, em busca de sua beldade, mas prometeu voltar.

Fazia a refeição noturna quando dois cavalheiros adentraram o recinto chamando atenção, vestidos em seda e modelos espalhafatosos. Ocuparam uma mesa próxima a que Tristan estava. Fizeram os pedidos e puseram-se a conversar. Tristan não havia prestado muita atenção nos dois homens, além da olhada inicial, mas sua atenção foi capturada ao ouvir o nome do irmão.

— Sim, estou lhe dizendo! Tenho quase certeza que era o segundo príncipe. O vi, certa vez, na corte. Era a mesma face!

— O que o príncipe estaria fazendo em um fim de mundo como essa vila onde você pernoitou? — zombou o outro.

— Os motivos do príncipe estão fora de minha alçada, só o que sei é a quase certeza de tê-lo visto, ali, naquele fim de mundo. Ouvi ele perguntando sobre as estradas, talvez estivesse indo para o norte.

Tristan ficou pensativo com aquelas notícias e decidiu que tentaria encontrar a jovem pelos próximos dias, já seguiria em direção ao norte de qualquer maneira devido à pista que encontrara e, se a busca não desse frutos, continuaria seu caminho em direção a Balmora, sem mais atrasos.

Muito cedo, na manhã seguinte, depois de uma boa noite de sono, Tristan já estava sobre o cavalo percorrendo uma das trilhas que seguia por entre o bosque. Seguiu a trotes lentos, observando sem nada encontrar. Ao chegar ao final do bosque, perdeu as esperanças e se perguntou o que estava fazendo ali. Não tinha qualquer outra pista! Seguiu um caminho que fora feito já há várias semanas, não encontraria qualquer rastro. Não havia nada ao final da trilha!

Respirou fundo e ficou por um longo momento, parado, sem qualquer atitude, completamente frustrado. Até que fez o cavalo se mover em direção ao norte. Lembrou-se de ouvir o jovem da estalagem falar sobre os convidados da festa, sobre eles serem membros da Guilda. Seu caminho o levaria para o norte, talvez pudesse se desviar um pouco ao leste e parar na sede da Guilda. Aproveitaria para perguntar sobre o irmão.

Daquele ponto em diante seguiu para o leste, no entanto, a falta de conhecimento sobre as estradas secundárias acabaram por atrasar o jovem que acabou precisando pernoitar em uma das vilas vizinhas a Marco da Floresta Velha.

Chegou quando a noite já se adiantava, estava exausto, mas encontrou um estábulo para cuidar de seu cavalo e depois caminhou procurando por uma estalagem. Na vila havia um templo de adoração a Atos que impressionou o príncipe por seu tamanho, considerando a simplicidade do local, até mesmo durante a noite era possível notar que era a construção mais rica dali. Entrou na taverna chamada Espada Esplendorosa e caminhou até o balcão, atraindo alguns olhares. Ali, ele aguardou o taverneiro.

— O que vai ser? — perguntou o homem, que tinha uma barriga protuberante e um avental manchado de gordura.

— Gostaria de algo para comer, cerveja escura, se tiver, e um quarto para esta noite. — pediu em tom neutro e educado.

— Claro! Um instante, meu jovem. — Colocou metade do corpo para dentro da porta que ficava ao lado da entrada do balcão, falou algo com quem estivesse lá e, em seguida, serviu uma caneca de cerveja escura.

— Aqui está a chave. A comida já vem.

Tristan olhou em volta, observando os rostos. Não havia nenhum nobre e também ninguém com os cabelos ruivos. Voltou-se para o balcão ao ouvir o prato ser colocado em sua frente. Era comida simples e boa. Um pedaço de cordeiro com um ensopado de batatas e pão escuro. Teve uma boa surpresa ao receber um pedaço de torta de maçã depois de terminar a refeição, esteve contente como uma criança e o taverneiro gostou do entusiasmo do jovem, que era só elogios para a torta.

A Chama de UrunirOnde histórias criam vida. Descubra agora