Between Vultures And Flames || {frerard}

A lenda de Simona

Frank encontrou Gerard fumando do lado de fora da casa, encostado em uma cerca e de frente para a floresta que rodeava a fazenda.

— Hey — ele cumprimentou, quieto.  Tudo estava tão calmo lá fora que parecia errado falar mais alto que um sussurro. Ele achava que os únicos autorizados a fazer barulho naquele momento eram os grilos e as corujas, e eles estavam já fazendo um ótimo trabalho com isso.

Gerard deu outra tragada em seu cigarro antes de responder, tão quieto quanto:

— Hey.

O príncipe colocou as mãos nos bolsos da calça, sentindo a estranheza da situação em que estava.

— Olha, eu sei que você provavelmente não quer ouvir isso, mas tenho que dizer: sinto muito pelo que aconteceu mais cedo no jantar.

— Você não deveria ter feito aquilo. — Gerard ainda não tinha olhado para Frank. Ele continuou olhando para o céu estrelado acima deles.

— Você quer dizer, defender você?

— Sim — Ele disse enquanto dava outra tragada. — Não vale a pena.

— Você estava chorando, Gerard.

Essa frase fez Gerard estremecer visivelmente. Ele parecia envergonhado por ter sido pego chorando.

— E daí? Ainda não vale a pena.

— Eu só fiz o que qualquer pessoa com o mínimo de empatia faria.

Gerard suspirou pesadamente.

— Bem, eu tenho que admitir que a cara do Donald quando você gritou com ele foi incrível. Cara, ele ficou morrendo de medo!

Um pequeno sorriso apareceu no rosto de Frank.

— É, foi  bem engraçado. Mas ele merecia muito mais do que um berro. Ver você sendo tratado assim… — Frank respirou fundo, pois não sabia como completar a frase. Ele continuou, incerto: — Me fez… Me fez sentir algo. Algo ruim. Eu senti como se fosse eu que estava tendo os cabelos puxados por ele. Isso me deixou tão puto… Eu… Eu nunca senti nada assim. Nunca.

Desta vez, Frank realmente sorriu ao acrescentar:

— E a propósito, isso não foi um flerte.

A risada de Gee fez o coração do príncipe bater mais rápido e fez seu estômago se encher de borboletas.

— Eu sei. Na verdade… — O sorriso de Gerard desapareceu enquanto ele parecia pensar em suas próximas palavras. — Quando eles estavam tentando convencê-lo a ficar e você ficou bravo… Parecia que estava acontecendo comigo. Eu realmente podia sentir fogo subindo pelo meu corpo e meu sangue borbulhando de raiva e indignação. Foi bizarro. Eu não sei por que me senti assim. Eu nem me importo se você vai voltar para o castelo ou não... Ou pelo menos eu acho que não.

— Bem, talvez estejamos destinados a ficar juntos, huh?!

Gerard gargalhou com tal frase, e Frank logo se juntou a ele.

Os dois ficaram quietos depois disso. O príncipe agora também olhava para o céu noturno, sentindo-se perdido em sua grandeza e vastidão. Era lindo — só não tão bonito quanto o garoto ao lado dele naquele momento.

O silêncio foi quebrado com uma pergunta inesperada feita por Gerard:

— Então a rainha está doente, huh?

Frank franziu os lábios. Ele odiava falar sobre sua mãe, mas, por alguma razão, ele não se viu capaz de ignorar a pergunta de Gee.

— Sim, ela está.