O Plano

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Com Ray ao lado deles (e muito irritado por estar participando daquela missão, diga-se de passagem), Frank e Gerard estavam oficialmente se preparando para a perigosa jornada que seria a procura da pedra de Simona. Depois de explicarem tudo ao dominador de ar — que demorou um bom tempo para concordar com os dois, e apenas fazê-lo sob a premissa de "eu preciso manter vocês vivos de alguma forma" — os três estavam na biblioteca da sede da fazenda, o mapa de Leathermøuth posto sobre a mesa em que estavam inclinados, e fazendo planos sobre como eles iriam chegar até as montanhas do norte com o máximo de segurança possível.

— Aqui — Gerard apontou para um canto do mapa. — Essa é a nossa melhor opção. Pegamos caminho por Leviathan, passando por Sewerwolf e Grifter. É mais rápido e passamos por cidades nem tão grandes ao ponto de Frank poder ser reconhecido, nem tão pequenas ao ponto de acabarmos chamando atenção. O caminho é o mais curto possível nessas condições, a gente chega lá em cinco dias, porque vamos pegar a balsa de Sewerwolf e contornar a região até Grifter, e de lá vamos para as montanhas do norte. O que vocês acham?

— Eu acho que você é muito nerd — comentou Frank, seus olhos arregalados de surpresa. — Como você sabe tanto sobre esse país?! Eu sou o príncipe e nem eu sabia que dava pra pegar uma balsa para ir até Grifter!

Gerard deu de ombros.

— Eu estudo no meu tempo livre. Não é muito, mas é o que eu tenho.

Os olhos do príncipe estavam brilhando como os de uma criança impressionada. "Wow!", eles diziam.

— E eu ainda acho que é uma baita de uma burrice esse lance todo… — Ray fez uma careta para o mapa em sua frente e então se virou para Frank. — Vossa Alteza sabe que as coisas não vão ser nada boas se alguém descobrir sobre isso, certo?

— Se o Michael descobrir sobre isso — completou Gerard, sua voz queimando com acidez. — Se aquele mauricinho de uma figa descobrir sobre o nosso plano, eu e o Ray podemos dar adeus às nossas cabeças!

— Eu gosto da minha cabeça! — Raymond choramingou, colocando as mãos em cada lado de sua cabeça como se isso o pudesse proteger da afiada lâmina de uma guilhotina.

— Ninguém vai ter a cabeça cortada, está bem?! — Frank revirou os olhos, mas logo suavizou a expressão ao falar com o dominador de ar: — Ray, eu agradeço pela preocupação, mas vai dar tudo certo. O Gee tem razão, Mikey não pode saber sobre isso. Tudo depende de nós conseguirmos esconder isso dele. Se não, ele realmente vai ferrar tudo pra gente. Ele não pode saber…

— Quem não pode saber sobre o quê?

Gerard murmurou uma palavra que se Frank ousasse falar algum dia sua mãe o faria engolir três barras de sabão seguidas, e Ray soltou um lamúrio digno de um homem condenado. Os três olharam para a entrada da biblioteca e encontraram Mikey encostado no batente da porta, os braços cruzados em frente ao peito e uma expressão cautelosa no rosto, analisando cada um deles como uma águia analisaria a presa.

— Hum… — Frank pigarreou e soltou uma risada nervosa. — É que… Huh… Bem, é engraçado, é que…

— O conde e a condessa Way não podem saber que a gente quer levar o príncipe para os campos de Killjoys — Gerard completou astutamente. — Para andar a cavalo, sabe? O terreno lá pode ser perigoso e o senhor e senhora Way não gostariam que o príncipe fosse até lá, mas ele quer muito, entende?

A sobrancelha direita de Mikey se arqueou. Ele não pareceu nada convencido, mas Frank achava que Gerard os salvou de um grande problema ao bolar aquela desculpa esfarrapada tão rapidamente.

— É mesmo? — Michael perguntou, suas palavras saindo lentas, cuidadosas. O príncipe sabia muito bem que seu amigo estava desconfiado.

— Huh, sim! — Ray exclamou, forçando um sorriso. — Se Vossa Excelência permitir, Sir Michael, nós poderíamos pegar a nossa melhor e mais dócil égua, Betty, e usá-la para levar o príncipe até lá. Gerard tem razão, é um terreno imprevisível, mas nós conhecemos o lugar como a palma da nossa mão. Não será problema algum!

Between Vultures And Flames || {frerard}Onde histórias criam vida. Descubra agora