32. Sinônimo de amor é amar

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Música on: "Um amor puro" (Iza, Maria Gadú)

O sol brilhava nos castanhos cabelos de Rafaella, e seus olhos pareciam ainda mais verdes naquela manhã enquanto confidenciava seus planos a Gizelly. As mulheres estavam sentadas à sombra do grande carvalho, ouvindo o som da cachoeira, os cantos dos pássaros faziam o plano de fundo perfeito, para o casal apaixonado.

– Estás falando sério? – Gizelly ainda duvidava da loucura que ouvia.

– Sim! Veja, Gi. – Rafaella agora se colocava de pé, a caminhar descalça pela grama enquanto falava e gesticulava empolgada. – Podemos construir a escola bem ali, e um lugar para que as crianças possam brincar bem aqui! E pendurar uns balanços ali, e ali! – Seu sorriso era largo e radiante. Rafaella havia levado Gizelly até ali para lhe mostrar sua mais recente ideia, a de construir uma pequena escola para as crianças dos empregados da fazenda. Queria ensiná-los a ler e a escrever. E como o lugar era afastado, seria perfeito para se manter longe o bastante dos olhos e línguas curiosos das pessoas.

– O que me dizes? – A forma como Rafaella lançou para Gizelly o seu melhor olhar pidão, chegou a ser desleal. Não houve outra alternativa para a morena, não que ela fosse recusar o convite em ajudar a mulher, mas era impossível dizer não a Rafaella.

– Tu sabes que é impossível lhe recusar algo, quando usas dessa carinha, não sabes? – Acusou, Gizelly, falando num tom de voz doce enquanto esticava sua mão direita puxando Rafaella pela barra da blusa, para que a mulher voltasse a se sentar em seu colo.

– Cada um usa as armas que tem, minha senhora. – Devolveu, enquanto empurrava Gizelly para que se deitasse sobre o tecido que cobria a grama.

– Cuidado com o meu revide, meu marido... – Sussurrou Gizelly, ao ouvido de Rafaella antes de tomar os lábios da maior em um beijo que teve seu início calmo e despretensioso, mas como vinha acontecendo ultimamente, não demorou para que o calor e a necessidade de mais as dominassem, e os toques ousados se fizessem presentes.

Os dedos de Gizelly se perderam nos fios castanhos de Rafaella, se prendendo a cada fio como se sua vida dependesse disso, puxando com certa possessividade ao passo que a língua de Rafaella invadia a boca de Gizelly degustando de seu sabor adocicado, sugando seus lábios na mesma intensidade com que suas mãos apertavam a cintura da morena e colava seu corpo ao dela.

As unhas de Gizelly desceram pela nuca de Rafaella num arranhar suave enquanto os lábios da maior libertavam os da morena apenas para sugar seu ponto de pulso, e foi nesse momento que sua coxa direita, inconscientemente, acabou por pressionar o centro das pernas de Gizelly que tinha os olhos fechados submersa em todas as sensações que Rafaella a proporcionava fazendo com que Gizelly deixasse um gemido baixo e arrastado escapasse por seus lábios, assustando as mulheres, e quebrando o "encantando" levando-as a encararem-se ofegantes e piscando os olhos, enquanto engoliam a saliva com dificuldade.

– Perdoe-me, Gi. – Rafaella tentava controlar sua respiração, sentindo seu coração palpitar na garganta, e o subir e descer daqueles seios fartos no decote de Gizelly não estava colaborando muito para que Rafaella pudesse voltar a si, aquela umidade em sua roupa íntima a estava deixando constrangida em excesso. Gizelly não estava tão diferente. A morena não era capaz de responder, apenas piscava os olhos sentindo seu corpo arder e seu centro contrair num latejar estranhamente... bom...

Sim, os beijos e carícias estavam ficando perigosamente... insuficientes. Elas precisavam de mais, muito mais...

[...]

– A julgar pela quantidade de folhas que tens nos cabelos, devo dizer que o passeio foi deveras proveitoso. – Não foi preciso que Gizelly olhasse para que soubesse de quem vinha o escárnio.

Lies - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora