Desafio complicado

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Rafaela escorregou a cabeça para fora do peito de Bradley e saiu em direção à saída mais próxima. A princípio, ele ficou confuso com a movimentação repentina dela, sem saber muito bem o que fazer, se ia imediatamente atrás dela, ou se era melhor esperar um pouco. Se lembrando da última vez que Rafaela passou por algo parecido com isso, ele deixou os companheiros discutindo para trás e foi ver como ela estava.

À essa altura do dia, já estava escuro, e no meio da praia já com a areia num tom acinzentado, Rafaela tinha se agachado e chorado por cima dos joelhos, Bradley nunca a tinha visto tão pequena e frágil daquele jeito.

-Rafa, o que houve? - ele se aproximou dela, com paciência, se sentando ao seu lado, procurando falar baixinho.

-Eu... me desculpe, me perdoe... não era minha intenção... - ela murmurou entre mais choro e soluços - eu... eu não consegui ficar lá, eu... não deveria estar aqui, você não deveria estar comigo, eu não consigo ser mais que isso, era sobre isso que eu estava falando, quando eu te evitei... eu...

-Só me conte o que está sentindo, eu não te culpo por nada - ele assegurou, com uma mão reconfortante nas costas delas.

-Eu simplesmente não consegui ficar lá enquanto todo mundo estava falando, eu não sabia o que fazer ou dizer... simplesmente não me senti à vontade - Rafaela se explicou, um pouco mais calma agora - por isso eu sinto muito, você queria tanto me apresentar aos seus amigos e é assim que eu me comporto.

-Está tudo bem, sério, eu entendo - Bradley disse, muito compreensivo, sentindo que não precisava adicionar mais nada à sua frase, tudo que a namorada precisava no momento era apenas de um abraço e um pouco de conforto, foi o que ele ofereceu a abraçando logo em seguida, a deixando se acalmar até que pudessem decidir o que fazer.

Phoenix, apesar de ser um dos motivos principais da conversa calorosa que estava acontecendo lá dentro, ficou atenta ao melhor amigo e foi atrás dele assim que percebeu sua ausência. Vendo que ele estava com Rafaela, achou melhor se afastar.

Lentamente, os dois se levantaram, tentando decidir juntos o que fariam a seguir.

-Você quer ir pra casa? Nós podemos ir pro meu apartamento, peço o jantar e tudo mais - Bradley ofereceu gentilmente.

-Eu... acho que devo uma desculpa aos seus amigos, por sair assim, como uma louca - ela deu de ombros, um tanto indecisa ainda.

-Você não agiu como uma louca, meu amor, só precisava de ar, todo mundo tem um momento assim na vida - ele beijou a testa dela como outro sinal de reconforto - nós poderíamos ter ido mais devagar, eles simplesmente chegaram sem parar...

-Vamos nos despedir deles e então vamos pra casa - ela decidiu por fim.

Rafaela segurou firme na mão que Bradley a ofereceu e então entrou no bar novamente.

-Pessoal, estamos indo, está meio tarde, mas a gente se vê no trabalho - ele disse de forma calorosa.

-Rafaela, me desculpe se nós fizemos alguma coisa - Bob, que mal tinha falado algo até agora fez questão de dizer algo na intenção de fazê-la se sentir melhor.

-Obrigada, Bob - vendo as intenções dele, ela fez questão de agradecer no mesmo tom de gentileza - tchau, pessoal.

Ela assentiu em silêncio e seguiu com Bradley, ficando em silêncio pelo resto da viagem. Dessa vez, ele compreendeu que ela precisava de um tempo para se acalmar e processar o que tinha acontecido.

Quando Rafaela desceu do carro e subiu até o apartamento de Bradley, ainda se encontrava em um silêncio sepulcral. Ele podia não ler mente, mas seu namorado tinha uma ideia do tipo de culpa que ela deveria estar enfrentando no momento, afinal, era claro como ela estava envergonhada do que tinha acontecido.

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