CAPÍTULO 3 : Novas sensações

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Enquanto o meu mais novo alvo de encantamento nos explicava a extensão das lesões da paciente e nos indagava como um de nossos preceptores a cerca do tratamento adequado, eu me aproximava dela pra ver o que ela mostrava nas imagens da tomografia. Não pude evitar de sentir seu perfume, não era doce, era quase amadeirado, quando ela girava o pescoço em direção a nós eu paralisava, não conseguia absorver uma só palavra que ela tão concentrada nos dirigia. Foi então que me encarando ela perguntou:

- Você concorda com seu colega Doutora...

- Camila Cabello – completei. – Desculpe, mas concordo com o que mesmo? – acabei confessando minha distração com tal pergunta.

Tom não entendia o que se passava comigo, uma vez que não havia uma pergunta feita pelos preceptores que eu não saísse na frente com mil respostas e hipóteses...

-Mila, qualé, você ta bem? - cochichou sem graça.

-Ah! Desculpe, estou meio atordoada ainda... Mas, Dra Jauregui pode repetir a pergunta por favor?

- Perguntei qual seria a conduta para o edema cerebral da paciente - a linda médica falou me olhando séria. – Seu colega sugeriu aliviar a pressão intracraniana cirurgicamente, você concorda?

- Não - voltei a meu estado racional costumeiro e concluí: - As imagens e a clínica da paciente não evidenciam PIC (pressão intracraniana) aumentada que justifiquem um procedimento invasivo tão arriscado, o edema pode ser monitorado através da administração de corticosteróides nas próximas vinte e quatro horas.

Ela me fitou admirada com a segurança da minha resposta, sorriu com o canto da boca e disse:

- Muito bem, Drª Camila, você vai se encarregar de monitorá-la e me manter informada, ela acabou de sair do centro cirúrgico, a hemorragia do tórax foi contida, nos resta controlar o edema cerebral – falou com a segurança que estava me encantando ainda mais.

Saiu da sala, mas antes de fechar a porta, girou seu rosto pra trás, e me encarou por alguns segundos, o suficiente pra deixar minhas pernas bambas, em seguida bateu a porta. Tom, me cutucou com a ponta dos dedos dizendo:

- Que 'mulé' é essa! Que olhos, q boca... E ainda é chefe? Ai virou meu sonho de consumo! Já sei quem vai animar essa residência... Nem que seja nas minhas fantasias...

Mal sabia o Tom que ele estava exteriorizando meus pensamentos... Mas me contive, dei-lhe um tapa nas costas e saí da sala em direção a UTI onde a Srª Fatima da Silva se recuperava da cirurgia. Segui à risca o pedido, ordem, orientação, seja lá o que fosse da Drª Jauregui, e passei as vinte e quatro horas monitorando a evolução do edema cerebral da paciente.

Na verdade não saí da UTI, exceto pra lanchar alguma coisa, não gastando mais de 20 minutos. O quadro da Srª Fatima evoluía bem, inclusive com a redução do edema cerebral, no fim das 24 horas mostrava sinais de saída do estado de coma.

Eu escrevia a evolução no prontuário, me preparando pra deixar meu plantão, quando senti uma presença se aproximando atrás de mim no balcão da UTI, e me virei como no impulso, Drª Jauregui sorriu assustada, me abordando:


- Não está na sua hora Doutora?

Retribuindo o sorriso, respondi:

- Provavelmente minha hora já passou há umas doze horas... Mas não poderia deixar de atender sua ordem de monitorar a paciente.

Mas que loucura era essa? Eu estava me derretendo pra uma mulher? E tire esse sorriso bobo da cara Camila Cabello! O que ela vai pensar de você? Mas o que importa o que ela pensa de você? "Alou" Camila se situa!

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