࿐The Fall

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visenya pov

Retornamos para Dragonstone, consegui recuperar o corpo da minha sobrinha recém nascido e do meu irmão Lucerys. Os gritos da viúva Rhaena poderiam ser escutados pelos Sete Reinos.

— Eu sinto muito, irmã! Sinto muito, sinto muito... — repeti para Rhaena e a entreguei o pequeno corpo de seu filha.

Me esforcei para andar, meu corpo estava cheio de sangue e culpa. Quando entrei em meus aposentos, Baelon estava ali, e isso fora a gota d'água. Caí nos braços do meu tio e finalmente consegui soltar o choro que prendia.

— Me vinguei deles... Eu poderia ter matado mil deles, mas essa sensação nunca vai acabar. Isso não iria os trazer de volta.

Eu sussurrei para ele que estava me segurando com força

— Eu sei, meu amor... Eu sei — Baelon respondeu.

(...)

Estava no salão onde aconteciam as reuniões do Conselho Preto. Esperava atenta por notícias de meu tio, que estava em batalha nas Terras Fluviais. A porta do salão se abriu e eu sorri ao ver Erryk Cargyll entrar. Antes que seu escudeiro pudesse falar algo eu o beijei com carinho.

— Quero que saiba que meu pensamento não mudou. Ninguém nesse mundo  protegeu a mim e a meus filhos com honra  como você. E te amarei para sempre por isso. — Fiz carinho na barba do homem.

— Você será uma boa rainha, eu sei disso. Não espero que seja uma despedida, mas estamos em guerra. Não espero que conte a Ryker, Rhaenyra e Alysanne que sou o pai deles, mas eu te peço... Que se eu não estiver aqui, não deixem que eles se esqueçam de mim e do grande amor que eu tenho por eles, e não só por eles, por todos os seus filhos. E quero que minha rainha também não se esqueça do amor que eu sinto por ela, e da alegria que ela me fez sentir. Eu morreria por você, e por todos eles.

Eles não irão esquecer, e eu não irei me esquecer.

Dragonstone ficara sobre a segurança de Robert novamente. Rhaenys e eu voamos para o  Pouso de Gralhas.

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erryk pov

Nenhum dos Pretos que estavam ali, esperavam a visita de sor Arryk Cargyll, e seu propósito era incerto. Imaginei que fora fácil para Arryk entrar em Dragonstone se passando por. Contudo, no coração de Dragonstone, a caminho dos aposentos reais, os deuses o puseram frente a frente comigo, que compreendi imediatamente o significado da presença do meu irmão.
Mas infelizmente, eu não estava sozinho, eu estava acompanhado dos meus três filhos: Ryker, Rhaenyra e Alysanne.

— Então essas são as suas crianças bastardas? - Arryk perguntou— Eu sou tio, afinal?

— Irmão, não faça isso... O que está planejando não irá funcionar.

Entrei na frente das crianças e os afastei do meu irmão gêmeo que estava os assustando.

— Vocês confiam em mim? — sussurrei para os filhos, que confirmaram. — Quero que corram agora.

— Não! Não o deixaremos aqui sozinho para morrer Sor Erryk. — Ryker respondeu desesperado.

Sorri para o meu primogênito, Ryker era tão corajoso.

— Meu filho... Não temos tempo! Você precisa proteger as suas irmãs, o que sua mãe faria? Acha que ela consegue passar por outra perda? — Perguntei o encarando —Ryker, agora!

Ryker me olhou, seus olhos estavam cheios de lágrimas e ele não queria, mas ele fez o que eu havia pedido.

— Ellyk — Alysanne gritava  enquanto Ryker puxava ela e Rhaenyra para longe dali.

Não queria que aquele fosse o nosso último momento juntos, mas eu faria questão de fazer com que naquele dia, eles continuassem vivos.

Lutamos durante quase uma hora. E no fim, nós dois infligimos ferimentos fatais um ao outro e acredito que morremos abraçados, com lágrimas no rosto.

—Eu amo você, irmão. Me desculpe — Arryk dissera antes de partir.

— E eu amo você, irmão. — Eu respondi.

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visenya pov

Cheguei no Pouso de Gralhas no meu enorme dragão preto Canibal, e minha avó surgiu montada na Rainha Vermelha. Avistei Criston Cole, que não parecia abalado. Criston Cole havia sido nomeado Mão do Rei depois de eu ter cortado a mão de Otto Hightower. Escutamos os tambores soando. Arqueiros vieram à frente, com arcos longos e bestas, para encher o ar de flechas e setas. Balistas foram apontadas para lançar ao alto dardos de ferro. Mas as flechas apenas serviram para enfurecer os nossos dragões. Canibal e Meleys mergulharam, despejando fogo de um lado a outro. Cavaleiros queimaram em suas delas quando o pelo, couro e escrito de seus cavalos inflamaram. Homens de armas largaram as lanças e fugiram. Alguns tentaram se esconder atrás de escudos, mas nem carvalho nem ferro são capazes de resistir ao sopro de um dragão.

— Mirem nas cavaleiras — Escutei a voz de Criston Cole.

Kelītīs (Pare) — pedi ao meu dragão.

Canibal pousou rapidamente e eu consegui pular para o chão. Estava com minha espada na mão e corri com  fúria na direção de Criston Cole, com a segurança de Canibal, que acompanhava meus movimentos. Foi quando escutei um rugido, apareceram duas formas aladas: Aegon o usurpador sobre Sunfyre e Aemond, assassino de parentes com Vhagar.

— Uma armadilha... — sussurrei comigo mesma

Teria que ser rápida. Minha avó Rhaenys era sim a maior montadora viva que eu já havia conhecido, mas eram dois dragões, e um deles era a Rainha dos dragões. Em meio à fumaça e às chamas, eu consegui cortar a cabeça de Criston Cole.

A princesa Rhaenys não tentou fugir, virou Meleys para os inimigos. Contra Vhagar apenas, ela talvez tivesse alguma chance, pois a Rainha Vermelha era velha e astuta, e com experiência de combate. Contra Vhagar e Sunfyre juntos, a derrota era certa. Os dragões se chocaram com violência a trezentos metros de altura sobre o campo de batalha.

— Não, ele é meu! — Gritei quando estava em cima de Canibal novamente.

A mandíbula carmesim de Meleys se fechou no pescoço de Sunfyre por um instante, até que Canibal chegou e mordeu o pescoço daquela esplêndida criatura dourada, que apesar de bonita, era frágil. Aegon o Usurpador caia no chão acompanhado de seu dragão.

Era difícil enxergar qualquer coisa entre a fumaça, mas vi Vhagar chegar, antes que a dragão se chocasse contra mim e Rhaenys, Aemond pulou de seu dragão e acertou o peito de Rhaenys com sua espada. Meus olhos se arregalaram e minha garganta doeu com o  grito de fúria que soltei. Fiz com que Canibal voasse até Vhagar, e pulei. Acertei o olho de Vhagar com minha espada, a deixando cega como seu montador. Quem estava mais perto dos dragões não viveu para contar história. Quem estava mais longe não consegui enxergar, devido ao fogo e à fumaça. As chamas levaram levaram horas para abaixar. Porém, daquelas cinzas, apenas eu, Canibal e Meleys estávamos ilesos. Sunfyre estava morta, sem cabeça. Aegon o Usurpador estava quebrado e estraçalhado no chão. Procurei por Aemond, mas aparentemente ele havia fugido com sua dragão.

— Não... — Desci de Canibal quando avistei um corpo que acreditou que era o da minha avó.

Corri até o corpo quase morto de Rhaenys e a segurei com delicadeza.

— Você se saiu bem para um primeiro combate... — ela dizia fraca — Me orgulho de você.

A amada Rainha que Nunca Foi viveu sem medo e morreu em meio a sangue e fogo.

⚔️𝐓𝐡𝐞 𝐃𝐞𝐬𝐢𝐫𝐞𝐝 𝐒𝐨𝐧|𝐇𝐎𝐓𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora