࿐Future

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visenya pov

Eu ainda sofria pela dor que o luto me causou. Estava em meus aposentos em Dragonstone quando recebera duas notícias, apenas uma delas me agradou: Baelon finalmente havia tomado King's Landing, mas com essa vitória nós também tivemos uma derrota, meu irmão Jacaerys estava morto.

— Se isso é uma vitória, rezo para nunca mais vencer.

Hvitserk respondeu a um dos maesters quando ele comemorava a posse de King's Landing. Me retirei do salão quando o avalanche de náuseas começou. Sabia que estava grávida, mas não iria contar a ninguém, não agora. Vesti minha armadura e disse para meu irmão gêmeo antes de voar em Canibal.

— Antes de qualquer coisa temos que acabar com o assassino de parentes de vez. Meu reino e minha família não estará seguro se ele estiver respirando.

(...)

Quando cheguei com meu exército em Harrenhal, os homens imaginaram que aquilo era o inferno de tão quente que estava. Os imensos dragões dançavam entre o fogo. Voava com agilidade a procura de Aemond, o caolho. Apesar de ser inteligente, naquele momento as grandes perdas me atormentavam. Lucerys, Rhaenyra, Jacaerys, Rhaenys e Erryk, eu amava a todos eles tão profundamente e não consegui salvar nenhum deles, e eu nunca iria me perdoar.

— Irmã, terá tempo para sofrer depois que terminarmos... Você precisa garantir um futuro para os seus filhos, pense nisso.

Hvitserk gritara de seu dragão para mim, que consegui despertar na hora. O exército verde e preto lutavam com fúria sobre as terras ensanguentadas de Harrenhal. Canibal pareceu detectar a presença de um dragão inimigo. Vhagar, a rainha dos dragões apareceu entre as chamas. Eu estava queimandoum pedaço do exército dos Verdes quando vi Aemond em cima de sua dragão. Robert Baratheon, meu esposo lutava contra fortes oponentes quando o caolho virara Vhagar e sem nem ao menos pensar, queimou todos que estavam ali, inclusive Robert. Não gritei, tudo que eu senti naquele momento fora raiva e uma grande vontade de me vingar por todos.
Nenhum dos dois pareceu estar com medo, dei um sorriso quando fiquei de frente com ele.

— Finalmente desistiu de fugir, querido tio? — disse alto.

— Você viveu tempo demais, sobrinha — Aemond respondeu.

— Nisso podemos concordar.

Fiz Canibal curvar o pescoço e subi com rigidez o dorso do dragão. Aemond se prendeu com as quatro correntes curtas entre o cinto e a sela, mas eu deixei minhas correntes soltas. Vhagar rugiu e Canibal chiou, enchendo o ar de labaredas. Os dois dragões saltaram em uníssono ao ar. Eu Canibal subimos rápido até o céu, desaparecendo em uma massa de nuvens. Vhagar, mais velha e muito maior, era também mais lenta, pesada pelo tamanho, e subiu de forma mais gradual, em círculos mais e mais largos. O ataque foi súbito como um raio, Canibal mergulhou sobre Vhagar com um urro agudo que pôde ser ouvido a vinte quilômetros de distância, oculto pelo brilho do sol poente no ponto cego do príncipe Aemond. Canibal bateu na dragão mais antiga com uma força terrível. Os rugidos ecoaram enquanto os dois dragões se agarravam e se debatiam. Presos um ao outro, os dragões caíram na direção do lado. A boca de Canibal se fechou no pescoço de Vhagar, e deus dentes negros se cravaram na carne do dragão maior. Enquanto as garras de Vhagar dilaceravam a barriga de Canibal e seus dentes lhe arrancavam uma das asas, Canibal mordeu com mais força, mastigando o pescoço de Vhagar à medida que o lago subia até eles com uma velocidade pavorosa. Foi nesse momento que eu passei a perna por cima da sela e pulei de um dragão para outro. Eu trazia em minha mão a Irmã Sombria, a espada que meu pai Daemon havia me dado. Aemond me encarou aterrorizado, mexendo nas correntes que o prendiam, tentando fugir.

— Não vai ter tempo de se arrepender. Que os Sete te amaldiçoem como eu fiz com sua família. — sussurrei para o meu tio e cravei a espada no olho que sobrava com tanta força que a ponta saiu por trás do pescoço do jovem príncipe.

No instante seguinte, todos nós estávamos caindo. Pensei que ia morrer também, até que Hvitserk apareceu e me puxou para seu dragão. Aemond, Vhagar e Canibal atingiram o lago, produzindo uma tromba d'água imensa.

Canibal viveu por tempo suficiente para se arrastar até a margem. Quando avistei meu  amado dragão se arrastando sem uma das asas, corri até a margem do lago e se agachou ao seu lado.

— Você foi mais guerreiro que qualquer um nessa guerra, meu filho... — disse com a voz fraca — Me perdoe por não ter conseguido te deixar fora dessa luta. — beijei o rosto de Canibal até que ele fechasse seus olhos e parasse de gemer de dor.

(...)

Fui recebida pelo povo de King's Landing com gritos de afeição. E por um segundo eu conseguiu sorrir, me lembrei de como minha mãe ficaria orgulhosa por ela ter conseguido. Estava feliz pelos vivos mas minha mente continuava fixa nos mortos.
Quando cheguei até a sala do Trono de Ferro, a primeira coisa que fiz foi correr até meus filhos. Não me importei com os Lordes que estavam ali me esperando, e nem com os guardas que se curvaram. Naquele momento eu precisava da minha família.

(...)

Baelon me acompanhou até a Fortaleza de Maegor. Meu tio estava com um pano molhado e começou a passar pelo meu corpo sujo de sangue.

— Você precisa de um banho.... Um banho longo. — Ele dizia calmo.

— O Robert.... Eu vi ele morrer na minha frente — falei calma e olhei nos olhos de Baelon — Eu não queria... Eu sei que não iria ficar casada com ele, mas iria dar um jeito nisso. Ele não teria que morrer para que... — enfraquecida, acabei deixando minha cabeça cair no ombro do meu tio.

Baelon segurou em minhas duas mãos.

— Não foi sua culpa Visenya! — Ele disse firme — As pessoas que morreram, todas elas... Não foi culpa sua. Eles lutaram e morreram como heróis e estamos aqui por eles.

O homem puxou minha cabeça  com cuidado e a olhou nos olhos.

— Vamos viver para eles e nenhum deles será esquecido.

Deixei uma pequena lágrima cair de um dos meus olhos e dei um pequeno sorriso para Baelon.

— Então é melhor organizar um casamento.... Baelon, eu estou grávida.

⚔️𝐓𝐡𝐞 𝐃𝐞𝐬𝐢𝐫𝐞𝐝 𝐒𝐨𝐧|𝐇𝐎𝐓𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora