࿐Trust

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visenya pov.

Andei até a porta do meu quarto em silêncio, tinha certeza que sor Erryk não havia visto ou ouvido nada, Baelon entrara pela passagem secreta do meu quarto. Encostei minha orelha e minhas duas mãos em minha porta.

— Sor Erryk? — Sussurrei e esperei uma resposta.

Senti minha respiração pesar quando o escutei.

— Princesa? Está machucada?

Abri uma brecha da porta e sorri para ele com só um lado do meu rosto a vista.

— Eu preciso de você — Respondi

Percebi naquele momento uma coisa que por muito tempo fora despercebido e jogado para o lado por mim mesma, o desejo que eu nutria por sor Erryk. 

— Quer que eu chame os maesters? O que há de errado? — ele perguntara preocupado.

Abri a porta por completo e segurei o manto branco do homem, logo o puxei para dentro do meu quarto. Eu o encarei atentamente.

Depois do sor Erryk ter me encarado de volta pela primeira vez, o silêncio fora interrompido pelo som do meu suspiro abafado. O olhar dele era penetrante demais.

— Se alguém... — Ele quebrou o silêncio.

Levei um de seus dedos até a boca do homem o impedindo de continuar a falação.

— Não há nada além da verdade entre nós agora... — Disse sem mudar o meu tom de voz.

Senti o coração de sor Erryk começar a bater rápido demais e tirei o capacete de sua cabeça com cuidado, fiquei animada quando percebi que ele estava corado.

— Você está dificultando as coisas para mim princesa...— Ele dissera e o respondi com um sorriso de vitória.

— Vejamos então...

Fora a última coisa que dissemos naquela  noite. Aproximei meus lábios nos de Sor Erryk, e fora um beijo conciliatório no começo. Fomos parar em minha cama, já sem armadura começamos outro beijo, um quase selvagem. Algo inesperado pareceu acabar com a distância entre nós dois, e parecia não haver mais nenhuma diferença de idade, nem de ocupação, éramos só Erryk e eu,  apenas duas pessoas se beijando. E fui lavada a um domínio que nunca havia compartilhado com ninguém.

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Quando acordei sor Erryk não estava ao seu lado, o agradeci mentalmente por aquilo, por ele ser o único responsável. Coloquei minha mão em meu rosto para tampar meu sorriso quando lembrei da noite passada. Tive certeza que nunca me arrependeria da noite passada.

Avistei Vermax pela janela e corri para fora do quarto segurando as pontas do meu longo e vermelho vestido. Dei um  forte abraço em Lucerys quando o encontrei foras do castelo.

— Vocês demoraram... — reclamei e logo me virou quando ouvi a voz do meu irmão gêmeo.

— O que foi? Não se sentiu confortável cercada de verdes irmãzinha? — Hvitserk perguntou.

Revirei meus olhos em resposta e o abraçei também. Sorri para Jacaerys quando vi e andei até ele.

— Ouvi dizer que Baela está aqui, por favor não me passe a vergonha de desmaiar quando vê-la.

Jacaerys fechou a cara para mim e me deu um abraço aconchegante e quente.

— Eu não prometo nada, irmã! — Ele falou sorrindo.

Nossa atenção fora chama quando escutamos o barulho do treinamento que estava acontecendo ali. Andamos até lá encarei Lucerys quando vi quem estava ali.

— Sobrinhos, vocês vieram treinar? — Aemond perguntou quando os avistou ali.

— Se acha que tem a coragem...— Hvitserk fora falando mas o cortei antes que uma confusão acontecesse.

— Receio que não, tio! Teremos tempo para isso no futuro, imagino eu — Disse amarga e senti minha pequena cicatriz arder ao olhar para o homem.

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baelon pov.

Eu havia me tornado o Comandante da Patrulha da Cidade, como meu pai tanto desejava. Mas não tinha muito tempo para desfrutar com minha esposa e irmã Alyssa, mal nos falávamos. Quando tinha um tempo livre eu preferia o passar com meu pai. Mas essa noite foi diferente, voltei pro quarto e quando cheguei Alyssa me esperava.

— Marido...Eu preciso de sua ajuda, Visenya mal consegue olhar na minha cara. Eu sinto falta de sua amizade.... — Alyssa soltara tudo de uma vez.

— O que posso fazer, Alyssa? —  perguntei encarando a garota — Anos se passaram, o nosso pai não te proibiu de mandar cartas a minha sobrinha... Isso foi escolha sua.

— Também fora escolha sua não mandar nada, por quê?

Nos encaramos  em silêncio, Alyssa sabia a resposta, e eu sabia que ela não queria realmente a ouvir saindo de minha boca.

— Vá descansar — disse calmamente e fiz um carinho delicado em sua barriga.

— Faltam apenas alguns meses... Me sinto honrada de ter o seu primeiro herdeiro.

Levantei uma de minhas sobrancelhas e a olhei.

— É, e o que ele vai herdar? A patrulha da cidade? — Disse em um tom brincalhão.

Alyssa me encarou e se aproximou.

— O Trono de Ferro... Ele é seu por direito

Fechei minha expressão quando escutei tais palavras saindo da boca da garota. Respirei fundo na tentativa de me acalmar.

— Nunca mais diga isso novamente —  disse em um tom grosso e direto — Minha irmã é a herdeira do trono, você entende Alyssa? — Peguei no queixo de Alyssa com cuidado, apenas para que ela pudesse me olhar nos olhos. — E qualquer um que queira roubar seu direito não passará de um usurpador, e eu matarei quem tentar.

⚔️𝐓𝐡𝐞 𝐃𝐞𝐬𝐢𝐫𝐞𝐝 𝐒𝐨𝐧|𝐇𝐎𝐓𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora