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"Você será o único culpado pela morte de seu pai! Vai entregá-lo nas mãos daquela cobra para que termine o serviço que o assassino não conseguiu! Esse não é o homem que criei, não reconheço meu neto mais, aquela mulher te transformou em um fraco Baran! Sua mãe teria vergonha de você!" As palavras de minha avó ainda ecoam em meus ouvidos... Mesmo tendo saído de casa, mesmo crendo na recuperação de meu pai e na inocência de Dilan, mesmo convicto de que a última palavra é minha e deve ser lei. Ainda assim, o discurso cheio de ódio da mulher que me criou calou fundo em meu peito.
Minha avó sempre me respeitou e orientou como chefe da família. Mesmo sendo nossa anciã, nunca foi contra as decisões que tomei, ou enfrentou-me abertamente. Entre nós sempre houve cuidado e afeto mas desde meu casamento que o que tínhamos vem enfraquecendo e tornando-se ressentimento.
Meu último dia na mansão foi a gota d'água. Traído e magoado pela pessoa que foi meu pai e mãe durante os piores momentos de minha vida, o colo onde Cihan cessou seu choro, aquela que era referência e simplesmente articulou um plano desleal e vulgar com o objetivo de acabar com meu casamento. Nunca imaginei que minha avó desceria tão baixo a fim de seus propósitos, mesmo movida pela raiva e desejo de vingança.
Quando retornei do hospital, após um dia inteiro de trabalho e de passar a noite velando o sono de meu pai, pretendia tomar um banho quente com efeito relaxante o suficiente para restaurar minhas forças e continuar. Mas ao passar pela porta sou recebido por minha avó e Derya que enchem-me de perguntas ao mesmo tempo que servem-me chá. Desde a nossa discussão no hospital que não conversamos mais, é impossível eu aceitar intromissão em meu casamento e calúnias contra minha esposa, mesmo que como a Senhora Azade tenha deixado claro, nós dois estejamos mais separados do que juntos, ainda assim, Dilan é minha e eu sou dela.
Para meu alívio, a sabatina dura poucos minutos, pois começo a sentir cansaço e sono em demasia. Meu corpo está cobrando seu preço, irei precisar de pelo menos uma hora de sono invés de sair imediatamente como havia planejado. Até mesmo subir as escadas deu trabalho, minhas pernas não seguiam o comando e os pés pesavam tanto que ergue-los tornou-se impossível. Não imaginava que estivesse tão exausto assim, sentia um pouco de sono é claro mas meus movimentos surpreenderam-me. Mal pude chegar até a cama, com a visão já embaçada e o corpo pesado demais, joguei-me sobre o colchão e apaguei até o anoitecer.
A dor de cabeça veio assim que acordei, nem precisei abrir os olhos para ser atingido por um enjôo forte. Com dificuldade sentei-me e após alguns segundos tentando focar claramente nos detalhes ao redor, notei que havia mais alguém na cama. Precisei olhar duas vezes, mas quando seu sorriso se abriu em uma boca de lábios vermelhos, não tive dúvidas, era ela mesma: Derya. Saltei para longe como se o colchão estivesse em chamas enquanto ela espreguiçava-se sob os lençóis vestindo somente uma camisola.
- O que significa isso? Saia já da minha cama!
Minha voz saiu cortando a garganta que estava seca demais e agora também doía. Derya sorriu mais abertamente e levantou-se de vagar, como se tivesse todo tempo do mundo, ignorando minha ordem. A raiva borbulhava em todo meu corpo e foi preciso repetir para mim mesmo que era uma mulher, senão teria partido para violência.