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- Posso entrar?

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- Posso entrar?

Para minha surpresa, Cihan olhou-me pedindo a permissão que lhe concedi com um gesto de cabeça.
Um clima estranho pairou sobre nós por alguns segundos onde Baran encarava o irmão que por sua vez mantinha o olhar baixo e as mãos nos bolsos, enquanto eu não sabia bem o que fazer pois acabara de acordar nos braços do homem que amo pela primeira vez, e mal tive tempo de processar tudo antes que outra surpresa caísse sobre nossas cabeças.

- E meu pai?

- Já deve estar acordado - respondi. - Quer vê-lo?

- Sim.

Grata que o constrangimento tenha se dissipado, indiquei o caminho para Cihan e deixei que fosse na frente. Como imaginei, o Senhor Kudret estava com os olhos bem abertos e quando viu os filhos juntos, sua boca contorceu-se em um sorriso.

- Baran! Veja! Seu pai está sorrindo!

Os dois aproximaram-se felizes, dizendo palavras de incentivo e elogiando o pai pelo esforço. Era uma cena de aquecer o coração, os filhos adultos tomados pela alegria, voltando a ser meninos com os olhos marejados, cheios de esperança.
Resolvi sair do quarto, talvez a sós os dois possam conversar e quebrar o gelo entre eles. Fui até a cozinha preparar o café da manhã mas meus ouvidos permaneceram atentos ao quarto que, apesar da porta aberta, mantinha-se em silêncio.

- Nossa avó mandou você?

Baran foi o primeiro a falar e eu temi pela resposta. Talvez após uma noite de sono ele tenha pensado melhor e resolvido voltar para a mansão... E porque me importo? Meu peito não deveria doer com a possibilidade de ficar sozinha novamente.

- Não foi ela... Vim porque queria ver papai e você. Eu... A mansão não é a mesma sem os dois.

- Precisei ir embora. Não chegamos a conversar, mas você sabe o que vovó fez.

- Sim... Confesso que na hora eu acreditei nela, que era o melhor para todos, mas depois...

- Diga o que aconteceu. A Senhora Azade fez algo contra você?

Ouvi Cihan respirar fundo e fiquei tensa. O que pode ter acontecido para colocar os dois netos contra sua amada avó? Aquele diálogo estava cada vez mais confuso e interessante, meu corpo dava pequenos passos silenciosos aproximando-me novamente do quarto.

- Estou sinceramente gostando de uma garota, mas, somos somente amigos... Ela é boa, sua vida é humilde mas seu coração é puro e amoroso... Sempre achei que fosse isso o mais importante em uma pessoa, foi assim que você me ensinou irmão... Quando fiquei sozinho na mansão me senti triste e confuso, então liguei para ela que ofereceu-se para conversar e veio até nossa porta me abraçando e dando conforto, paz... Mas vovó surgiu e imediatamente percebeu se tratar de uma moça sem posses... Ela expulsou minha amiga, me deu um sermão sobre ser o homem da casa agora e que sendo um Karabey deveria honrar meu nome... Que ela própria encontraria uma noiva quando chegasse a hora de eu me casar e, para completar quis obrigar-me a vir até aqui e levar nosso pai de volta, enfrentando você. Eu não pude... Não suportei e fugi... Desculpe irmão, fui fraco e não a enfretei, apenas saí escondido como um covarde...

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