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Quando o som da porta se fechando ecoou pela sala e Baran sustentou em seu rosto uma expressão inocente que daria inveja aos anjos, eu soube que estava perdida.
Ficamos parados ali, ele encarando-me como se me visse pela primeira vez, enquanto eu apertava uma mão na outra em uma tentativa vã de conter o nervosismo. Só o que nos ligava à realidade era a presença de seu pai. O ambiente todo imediatamente ficou repleto pelo perfume do meu marido, era como se a casa fizesse festa ao recebê-lo.
- Vou preparar um café.
Ofereci rapidamente, na ânsia por escapar do escrutínio ao qual estava sendo submetida. Mas para meu desespero, fui seguida até a pequena cozinha que de repente tornou-se ainda menor, a ponto de sufocar-me, ou seria o calor emanando de Baran?
Foi o preparo mais demorado da minha vida... Tentei acender o fogão com o gás desligado, depois coloquei a chaleira sem água para aquecer, até que ao pegar o pote do café com as mãos trêmulas, consegui derruba-lo virando todo o pó no chão.
Baran como uma flecha se pôs ao meu lado para ajudar-me a limpar tudo mas devo ter permanecido olhando seu rosto tempo demais, com tal expressão estranha a ponto dele perguntar-me se eu estava bem, o que fez meu corpo em um impulso levantar-se.
- Aceita um suco?
Sem poder sobre meus atos e não conseguindo ouvir nenhum pensamento coerente, abri a geladeira e fiquei observando o que havia lá dentro, muitas embalagens e coisas indistintas, eu precisava pegar o suco mas qual era a garrafa? Eu já nem lembrava se realmente havia isso em casa, na verdade, nem mesmo meu nome acho que seria capaz de recordar tamanha adrenalina que sentia. Quando finalmente encontrei o que procurava, virei-me contente em ter algo para ocupar a mente mas bastou um movimento para bater de frente com meu marido. Com a colisão, minhas forças que pareciam gelatina, deixaram a jarra com suco escorregar e o líquido transbordou por cima do homem a minha frente.
A camisa branca tornou-se vermelha e encharcada. Tentei sem sucesso amenizar o problema com um pano de prato mas o dano era grande demais.
- Me desculpe... Por favor... Eu não sabia que você estava tão perto... Eu irei lava-la agora mesmo...
Na tentativa de consertar meu erro, fui puxando a camisa a fim de limpar a mancha rapidamente antes que o tecido ficasse arruinado para sempre e, só reparei o que esse gesto significava quando meus dedos tocaram sem querer a pele da cintura de Baran. Levei um choque. Eu estava descaradamente o despindo em plena luz do dia, no meio da cozinha... Fiquei vermelha até a raiz dos cabelos enquanto meu marido parecia achar tudo muito engraçado, já que precisou morder os lábios evitando que o riso lhe escapasse.
- Não quer esperar até a noite para fazer isso?
- O quê? Não! Não é nada disso que está pensando...
- Perguntei se não quer esperar até a noite para lavar a camisa...
- Ah... Que alívio! Quer dizer... É melhor que coloque de molho agora antes que a mancha seque.
- Bom... Se esse é realmente seu desejo, então...
Deixando-me de queixo caído, Baran retirou a camisa passando-a pela cabeça em dois movimentos, ficando totalmente nu da cintura para cima. Meus olhos correram imediatamente até seu peito que subia e descia rápido, em uma respiração que espelhava a minha, ofegante. Todos os músculos enrijecidos sob a pele clara e perfeita me hipnotizaram. Eu sabia que era errado ficar encarando daquela maneira um homem sem roupa mas afastar-me estava fora de cogitação. Ele é tão forte... Os braços torneados...Os ombros largos... O perfume vindo diretamente da sua pele é ainda mais sedutor... Um, dois, três, quatro, seu abdômen parece ter mais gominhos porém, fora da minha visão, eles escondem-se dentro da calça... Será pecado cobiçar seu próprio marido? Não sei... Mas o desejo de toca-lo é tão maior e mais potente a ponto de fazer-me esquecer todo decoro e timidez antes de finalmente deslizar as mãos por seu corpo exposto.
Realmente os braços fortes são tão rígidos e musculosos quanto aparentam. Demoro-me avaliando a temperatura da pele, a textura, correndo as unhas sobre as veias arroxeadas... Baran geme alto e eu procuro respostas em seus olhos que agora estão mais escuros do que jamais vi. Minha determinação fraqueja e deixo os braços caírem ao lado do corpo, porém meu marido pega em minhas mãos e as deposita em seu peito, uma bem acima do coração. Deixo ela ali, quietinha, sentindo o batimento frenético tão descompassado quanto o meu. Com a mão livre, faço movimentos leves para cima até seu pescoço, depois para baixo até o limite da calça e percebo alguns arrepios se formando sob meu toque.
Sufoco um grito de surpresa quando sou pega pela cintura e puxada para um beijo. Com uma mão firme em minha nuca, Baran parece querer me marcar, provar para nós dois que eu pertenço a ele. Diferente da primeira vez, que foi gentil e delicada, esse beijo envolve outro sentimento, mais escuro, apimentado e desesperado, inclusive de minha parte, que não pertenço mais ao mundo dos pensamentos coerentes e deixo-me mergulhar em um mar de necessidades primitivas.
Sem ar, nos afastamos e eu cambaleio até uma cadeira onde despenco como se houvesse corrido uma maratona. Baran se recupera mais rápido e oferece-me um copo de água que refresca muito pouco já que com ele parado a minha frente, retorno à dúvida de que se existem mais gominhos em seu abdômen fora os que estão visíveis.
- Por favor... Vista-se.
- Eu não posso. As malas chegarão somente mais tarde. Digamos que meu pai e eu saímos sem tempo para preparar nada.