Capítulo 25

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HARPER SAVÓIA - meses depois

— Atrapalho? – anuncio minha presença, ao entrar no quarto recém feito para o meu filho.

— Oh! Harper.. – Ágata da um pulo pra trás ao ouvir minha voz, Armando continua parado com um sorriso cafajeste nos lábios.

— Cunhada – agora ele se aproxima de mim, ainda exibindo seu sorriso charmoso – É bom vê-la por aqui..

— Claro, né? Seria difícil me ver na minha própria casa.. – arqueo uma sobrancelha, o confrontando silenciosamente – O que fazem aqui?

Ágata veio passar o dia comigo, organizando alguns eventos que acontecerão daqui alguns meses, principalmente o casamento de Jane. A mesma ainda está em missão com Mathias na Rússia, mas assim que ela retornar acontecerá a cerimônia, então deverá estar tudo pronto. Por isso Ágata veio passar o dia aqui, mas ao que parece meu cunhado decidiu tomar seu tempo pra ele.

Não entendo essa fascinação de Armando por ela, Ágata é muito bonita, mas a mesma já demonstrou uma certa vontade de distância. Eu não o julgo, eles trabalharam juntos e isso pode te resultado em algum carinho, mas isso ainda sim, é estranho. Ágata é uma pessoa tão calma, ao contrário do meu cunhado, que faz jus ao seu sangue italiano.

— Então? – questiono novamente, já que ninguém fez questão de me responder.

— Harper.. – Ágata começa, mas é interrompida por Armando.

— Eu insisti para que ficasse – ele diz, me fazendo olhá-lo supresa – Queria conversar com ela, apenas.

— Estou de olho em vocês – dou um passo pra frente, focando meu olhar em Armando – Desça Ágata, me espere na sala de visitas.

— Sim, senhora. – antes que ela pudesse passar pela porta, seguro levemente seu brando, olhando em suas íris verdes.

— Não há senhora, apenas Harper. – digo suave – Não pense que estou brigando com você, apenas quero o seu bem e preservo seu bem-estar.

— Entendo. – abre um sorriso leve – Licença.

Ágata sai do quarto do meu filho, fechando a porta rapidamente. Armando me olha querendo entender o que acabou de acontecer, mas ele já deve ter uma noção. Preciso conversar com ele, impor limites, principalmente por estar em minha casa. Dessa vez foi só uma conversa, mesmo que eu não saiba o fundamento dessa conversa, mas na próxima vez pode ser um beijo ou algo mais sério. Ágata ainda é uma moça, mesmo que já tenha atingido a maior idade, merece respeito.

— Cunhada..

— Você fez errado, Armando – balanço a cabeça, mostrando meu desapontamento – Trouxe uma moça pra cá, prendeu e falou coisas que só dios sabe.

Ela está bem, não machuquei ela. Harper, jamais faria mal aquela mulher.

— Vejo isso em seus olhos, mas não pense só em um mal físico, mas no psicológico. Ágata é uma menina que passou por muitas dificuldades, uma delas é receber a rejeição da própria mãe, que agora está morta. – dou um passo à frente, focando nos olhos verdes intensos, idênticos aos do meu marido – Ela não merece uma desilusão em sua vida, se não estiver disposta a tê-la de forma justa e honesta, se mantenha distante.

— Você está certa.

— É claro que estou. Você gosta dela, posso vê, mas não está disposto a largar nada pra viver esse sentimento e não te culpo por isso, mas deixe-a viver.

— Não se preocupe, cunhada – beija a minha testa – Farei o que é certo.

— Conto com isso.

MIA DOLCE, HARPER! - 3Onde histórias criam vida. Descubra agora