MIA DOLCE, HARPER! - 3

Capítulo 6

SEBASTIAN SAVÓIA
Fernando de Noronha - Brazil.

— Isso é o Brasil? – Harper olha para todos os lado dessa ilha maravilhosa, consigo ver que ela está chocada e maravilhada ao mesmo tempo.

Na hora de escolher o lugar para a lua de mel, eu queria algo bem diferente. Fiquei sabendo que Harper é fluente, mas não sabe falar português e nunca viajou para esse país tropical, estão aí estava minha chance de impressiona-lá.

— Sim. Um lugar quente, que nos oferece comidas vindo diretamente da terra e água salgada. – sorrio, olhando um pé enorme de coco. – Gosta?

— De quê?

— Água de coco – aponto – É muito boa.

— Tem gosto de que?

— É uma água doce, vem – chamo ela – Você vai gostar.

Vou em direção ao quiosque, e peço duas águas de coco direto da fruta. Chegamos aqui ontem pela madrugada, Harper foi direto dormir e eu fiquei para fazer o check-in e organizar as coisas do trabalho, logo serei o chefe e o trabalho não para mesmo em luga de mel.

Hoje pela manhã, ela fez um café da manhã bem reforçado já que eu não dormi e ela percebeu isso. Não queria invadir o espaço dela, por isso não dormi na mesma cama. No avião eu percebi que ela estava bem calada e pensativa, então não quis forçar um assunto ali.

— E aí, o que achou? – pergunto, enquanto ela bebe o líquido pelo canudo.

— Doce, fresco e.. – bebe mais um pouco – Muito bom, adorei.

— Espera só para experimentar o Matte.

— Matte? – tenta pronunciar meu português. – O que é?

Quando vou respondê-la, meu celular toca e eu decido atender. Peço licença e retiro-me da mesa indo para um lugar afastado, olho o visor e o nome de Mirian pisca na tela.

Droga!

— O que foi, Mirian?

— Oh! Grazie por atender, precisamos conversar Sebas.

— Não, não precisamos. – olho para Harper, que ainda bebe sua água de coco. – Estou em lua de mel, Mirian.

— Eu sei, mas só assunto é realmente sério. – ouço um choro de bebê e faço uma careta.

— Tem um bebê aí? – pergunto, quando percebo que ela ficou calada e o bebê parou de chorar. – Mirian?

— Estou aqui! – anuncia – Então, podemos conversar?

— Hoje não. Voltarei para a Sicília daqui três semanas, somente aí poderemos conversar.

— Você não entende, estou em perigo, estamos na realidade..

— Eu sempre estou em perigo, isso não me surpreende em nad..

— Não estou dizendo você..

Olho para a mesa onde Harper estava e não à encontro, muito menos os seus seguranças. Merda!

Desligo a chamada sem deixar ela terminar, começo a andar na direção do quiosque e pergunto ao atende se viu a mulher que estava comigo, ele disse que viu ela sair com os seguranças.

Volto a procurá-la, até que quando eu olho para a praia lá estava ela. Segurando seu vestido de seda na mão, para não tocar na água, seus cabelos castanhos estão voando com o vendo e suas pernas se mexem com as ondas.

Me aproximo devagar para não assustá-la, faço sinal para os seguranças se afastarem e eles vão sem dizer nada. Volto a me aproximar, mas paro ao ver ela se abaixando e tocando a água movimentada com as mãos e logo pegar a área. Ela então solta seu vestido que cai na água, logo ela se ajoelha e eu passa a mão pelos cabelos.

Estou a poucos passados de distância, mas ao ouvir um suspiro de choro vindo de um soco na água, me fez ficar alerta. Ela está chorando, mas não sei o porque disso. Pensei que ela tinha gostado do lugar, apesar que essa nova vida possa assustá-la.

Voltei a caminhar até ela, enquanto ouço ela chorar e um grito ser liberado da sua garganta. Ela fica em silêncio, quando eu me agacho ao seu lado e toco levemente a água com os dedos.

— Eu sempre pensei que se eu viajasse para outro país, ficaria com medo de não poder voltar para minha casa, minha família, minha vida.

— E o que você fez para não sentir mais medo? Afinal, você sempre terá que viajar.

— Eu me permite viver. Você só vive uma vez, Harper. – olho pra ela, que tem seu olhar fixo no mar com os olhos avermelhados pelo choro – Deixe seu medo, suas inseguranças para trás, assim você poderá aproveitar o momento.

— O passado não me larga, ele não me permite ter uma vida normal. Pode parecer ridículo, mas parece que estou ligada a uma pessoa que não queria.

— Sei que esse casamento não era seu desejo ma..

— Não estou me referindo ao senhor – me interrompe e logo fecha os olhos. – Naoly atrapalha meus desenvolvimento pessoal de todas as maneiras. Não é certo ouvir a conversa dos outros, mas acabei descobrindo sobre vocês dois e isso só me trouxe motivos para odiá-lo e decepcionar-me com ela.

— Por que você fez isso? Sua mãe nunca te ensinou que ouvir a conversa dos outros é feio? – travo meu maxilar para não gritar

— Sim, ela me ensinou. Você estava na minha casa, e aliás, não é a pessoa mais discreta quando está irriado. – ela me olha e percebo que seus olhos azuis estão pretos – Você se deitou com ela, sabendo que no dia seguinte iria me encontrar. Não pensava que você seria fiel, mas ela é minha irmã.

— Da mesma forma que eu não te conhecia, não sabia dela. Não me culpe por algo que não tive intenção, muito menos por algo tão banal.

— Transar com a irmã da sua futura esposa é banal? – ela se levanta e grita as palavras, a luz do pôr do sol batem na sua pele. – Você é um idiota.

— Ei, ei. – seguro seu pulso, quando ela ia sair. – Quem você pensa que é pra falar como assim, em? Eu sou seu marido e seu chefe, você me deve respeito.

— Enfia seu respeito no rabo – ela se solta e volta a correr na arreia, mas logo cai por não está acostumada dando de cara na arreia.

Corro até ela e quando ia ajudá-la, ela mesma se levanta limpando seu rosto e voltando a andar. Seguro seu pulso e a puxo para o meu peito, fazendo-a colidir com minha pele e fechar os olhos.

Ouço sua respiração pesada e logo ela me abraça como se eu fosse sua única proteção, toco em seu cabelo e começo a acariciá-lo. Minutos se passaram e não ouço mais seu choro contido, me afasto para poder ver seu rosto e seguro em seu queixo fazendo ela levantar o rosto.

Seus olhos azuis misturados com o laranja do sol, fazem meu estômago embrulhar e minha garganta se fechar. Ela não diz nada, somente olha para baixo e sorri levemente. Sua cabeça volta a ficar ereta e nesse momento, aproximo nossas bocas com calma e logo selo um beijo aqui, nessa vista linda no pôr do sol, com o som das ondas.