Levar para casa

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Sigla dos personagens:

Md - Merlin Death

Gl - Genesis Live

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Em sua vida humana Genesis adorava as crianças, sua natureza inocente e despreocupava a invejava e a alegrava de muitas formas, como elas não tinham que se preocupar com seu futuro e só se importavam que brincadeira iriam brincar em seguida, nada mais e nada menos. Enquanto isso os adultos tinham que se preocupar com mil e uma coisas, era frustrante, mas ao menos se sentia um pouco melhor vendo as crianças correndo por toda a vila tão desestressadas com a vida. Quanto mais pensava, mas cômico ficava que sua morte foi culpa de uma criança. No começo culpou aquela criança, mas com o tempo e o seu amadurecimento com os anos como deusa ela percebeu que aquela era a natureza delas, criaturas puras que não faziam as coisas por mal. Era os adultos que as corrompiam da pior forma possível, era sempre a culpa deles no final das contas, mas Genesis não precisava se preocupar mais com isso, todos daquela vila já receberam os devidos castigos. Era maravilhoso ser casada com a própria morte, tinha seus passes em poder participar de algumas torturas, era suculento ver o sangue manchando a pele branca de sua amada Merlin. Apenas uma palavra poderia descrever esse tipo de cena, excitante.

Diferente de sua esposa, que trabalhava regularmente na terra, Genesis ficava apenas em seu quarto criando, era gratificante ver suas criações por um onthou, uma esfera criada por Sage para poderem ver a terra sem precisar estar lá de verdade. Genesis só ia a terra em poucas ocasiões e sempre estava acompanhada de Merlin, que por ter mais experiência sempre lhe mostrava lugares deslumbrantes, mas nunca chegaram a interagir com algum ser humano. Mas de repente estava rodeada de crianças e não sabia o que fazer, um lado seu queria agarrar todas elas e colocá-las em um pote para não serem corrompidas e seu outro lado queria afastá-las e ir ao encontro de Severo, mas quando menos percebeu já estava rodeada por elas e não queria parecer grossa. Como se a sorte estivesse ao seu lado a matrona ajudou a espalhar as crianças para suas tarefas diárias, uma forma de mostrar para ambas as mulheres como as crianças agiam quando estavam sozinhas, mas Genesis estava mais interessada em encontrar Severo e sua esposa que percebeu que tinha sumido.

Quando passava por um corredor que levava para o quintal do orfanato teve a visão mais linda que já teve em toda sua vida, humana e divina. Sua esposa estava lá bem ao lado de seu filho sorrindo um para o outro, era sublime. De começo Genesis pensou em se aproximar e interagir com os dois, mas achou melhor eles terem um momento juntos só deles, mais tarde ela poderia ter o seu momento com seu filho. Genesis iria aproveitar aquele momento para conhecer melhor as outras crianças, esse dia estava saindo melhor do que o esperado.


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Genesis ficou perdida no tempo enquanto brincava com as crianças menores do orfanato, o riso delas enchia o coração da mulher de alegria e nostalgia, quando ela e Merlin tinham que cuidar das crianças do seu antigo vilarejo. Estava tão cativa naquelas lembranças que nem sequer percebeu a presença de sua esposa e a matrona do lugar, que não queriam atrapalhar aquele momento entre a morena e as crianças. Mesmo que seja indescritível ver sua esposa se divertindo tanto, as duas ainda tinham coisas para fazer e não poderiam demorar tanto aqui.

Md – Me desculpe demorar, é que faz tempo que minha esposa fala com alguma criança. Ela adora crianças e não tem muita oportunidade por causa de seu emprego. - explica para a matrona que olhava a mesma cena que se.

- Está tudo bem, não precisa se preocupar senhora Vita et Mors. - responde a matrona, feliz por ter um casal interessado em uma de suas crianças. A mulher era idosa e já tinha visto várias crianças entrarem e saírem, sendo a maioria quando alcançaram a maioridade, para sua infelicidade. Por isso sempre se enchia de esperança quando alguém vinha, mesma que algumas vezes a adoção não acontecesse de verdade - Já tem alguma criança que queira adotar em mente?

Md – Sendo bem sincera com a senhora, antes mesmo de pisarmos o pé aqui já sabíamos que criança adotaríamos. - fala verdadeira para a matrona – Severo chamou a atenção minha e da minha esposa, e seria um sonho realizado se ele fosse nosso filho.

- Antes poderíamos discutir algumas coisas sobre ele? - pergunta a matrona. De todas as crianças Severo foi uma das que mais sofreu na sua opinião, e mesmo que seu maior desejo seja que ele ache uma família que o ame de verdade, ainda tinha que verificar se aquelas mulheres eram confiáveis o suficiente para adotarem ele.

Gl – Me desculpe deixar vocês esperando, eu estava me divertindo tanto com as crianças que nem reparei a hora passando. - se desculpa dando mais uma olhada nas crianças que agora brincavam entre si com as bonecas.

- Não tem problema, é bom ver as crianças se divertirem tanto. - responde a matrona sorrindo – Agora que tudo já foi esclarecido, o que acham de me acompanharem até o meu escritório? - sem delongas a matrona guia as mulheres para o seu pequeno escritório para poderem ter uma conversa séria e longe dos ouvidos curiosos das crianças - Agora que estamos sozinhas, eu queria mencionar algumas coisas antes, por exemplo, sua infância e em que circunstâncias ele foi trazido até nós.

Md - Não precisa se incomodar, nós já sabemos de toda a sua situação. - interrompe a matrona antes dela começar a contar toda a história de Severo – Mas não se preocupe, estamos cientes que devemos dar o nosso melhor para cria-lo para que ele tenha um resto de infância merecido.

Gl – Vamos dizer que éramos próximas da sua mãe, mas não conseguimos chegar a tempo de impedir aquela tragédia. - comenta Genesis, realmente comovida com a morte de Eileen. A mulher poderia não ser a mais corajosa do mundo, mas ela realmente se importava com seu filho e no final deu sua vida para tentar protegê-lo.

- Parece que vocês são realmente as pessoas certas para adotarem ele. - responde a matrona feliz por ver mais uma de suas queridas crianças sendo adotadas.

Por mais alguns minutos as mulheres assinaram os documentos que oficializariam por completo a adoção de Severo. Era muitas papeladas, mas eram necessárias para oficializar a adoção e serem a mães legitimas dele, era emocionante para elas poderem finalmente realizarem seu sonho de ter uma família só sua.

- Parabéns, senhoras Vita et Mors. Agora vocês são as mães de Severo. - parabeniza a matrona sinceramente.

Md – Na verdade, nos que devemos agradecer por nos dar a oportunidade de realizar nosso sonho. - fala Merlin por ela mesma e sua esposa – Agora devemos ir até nosso filho e levá-lo para casa. 

A vida e a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora