Assassinato, tortura, vingança e traição. É a isso que a existência de um imortal se resume? Tudo é um jogo e qualquer passo em falso lhe fará perder a cabeça.
Não há espaço para amor, empatia ou piedade. Mate ou morra, e mais importante de tudo, nã...
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LUCILLE
Ele endireitou a postura assim que largou o corpo do animal morto no chão e eu franzi o nariz, enojada.
— Patético— eu digo, encostada numa árvore pertinho do loiro. Jasper me olhou por cima do ombro com uma cara de poucos amigos. Os seus olhos voltaram a ter aquela cor horrenda que eu odeio— Como consegue se alimentar dessa coisa fedorenta?
— Ficou ofendida que eu não tenha te oferecido um pouco?— ele levantou a sobrancelha, sarcástico, e passou a língua no canto do lábio, pegando um pouquinho de sangue que sobrara.
— Tem um banquete há poucos quilômetros. Você não vai dar conta só com o sangue desse animal sujo.
— Que foi? Tá preocupada comigo?— ele se vira para mim, com deboche e malícia. Comprimo os lábios e reviro os olhos— Pensei que iríamos cada um para um lado.— ele me alfineta— O que está fazendo no meu cangote?
— Você grudou no meu cangote primeiro. E eu não tenho como chegar na cidade sem atrair a atenção de pelo menos meia dúzia de humanos. Não poderia matar todos.
— E precisa me perturbar por isso?
— Você que disse que a gente precisa se unir.— dei de ombros.
— E você que disse que não me queria por perto, não é?
— Para de retrucar tudo o que eu digo!— me irrito.
— Por que? Aqui fora somos dois foragidos, então não venha me mandar calar a boca, estamos no mesmo nível.— ele continua me dá um sorrisinho cínico quando o fulmino com o olhar.— Está com medo de ficar sozinha?
Eu devia anular seu dom outra vez, que coisa mais inconveniente...
Balanço a cabeça e inflo as narinas ao virar o rosto.
— Óbvio que não. Quero saber porque você veio atrás de mim.
— Porque eu salvei sua vida?
— Novamente, eu não pedi sua ajuda. Não precisava ser salva.
— É, fala isso para aqueles quatro que te perseguiam.
— Por que você foi atrás de mim?— pressiono, Jasper coloca as mãos nos quadris e olha para cima.
— Fui impulsivo. Simples assim.
— Você não é do tipo impulsivo.— rebato e levanto a sobrancelha quando ele me encara com dureza.
— Você não faz ideia de que tipo de pessoa eu sou.
Um sorriso debochado cresceu no meu rosto.
— Então me diga você... gosta de bancar o herói? Acha que vai ganhar alguma coisa de mim por ter feito o que fez?
