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JASPER
A madrugada estava acabando quando ela chegou. Lucille abriu as portas do castelo dramaticamente, estranhamente desacompanhada. A loira estava em péssimo estado, com as roupas sujas, rasgadas e manchadas de sangue seco. Ela se apoiou na porta como se sua vida dependesse disso, pelo menos antes de me notar e se atirar no chão como se suas pernas tivessem falhado.
Fiquei parado a vários metros de distância, encarando-a incrédulo e sem ter ideia do que poderia fazer. O que poderia ter acontecido?
Lucille respira fundo por um momento, curvada e com as mãos no chão como se estivesse feliz por estar em casa. Pisquei e fui andando em sua direção. Olhei a praça deserta. Nada de Jane, nada de nenhum bruxo.
Quando cheguei perto o suficiente, ela agarrou meu tornozelo, atraindo minha atenção para si outra vez. Olhei para baixo e a loira ergueu o rosto, olhando-me daquele jeito frio e autoritário que estou acostumado, ainda que não seja a melhor posição para ela fazer uma coisa dessas.
— Me ajude.— ela disse e eu fiquei outro minuto sem saber o que fazer, em duvida se ouvi corretamente, como se minha audição sobrenatural fosse capaz de falhar.
Quis perguntar o que aconteceu, mas ao invés disso, tirei a capa dos meus ombros para cobri-la e segurei seu braço ao puxá-la para cima com alguma dificuldade. Nossos corpos não são leves como os dos humanos.
Lucille colocou o braço por cima do meu ombro e colocou mais peso ainda para cima de mim, fazendo força para ficar de pé, pelo que parece. Ela colocou o dorso da mão contra a testa e fechou os olhos, fazendo careta e parecendo nauseada, como uma donzela prestes a desmaiar.
Esse papel não combina nada com ela, penso, estranhando sua atitude de pura fraqueza. Me passa pela cabeça que ela está fingindo, mas não vejo porquê ela faria uma coisa dessas.
— Como você está?— eu pergunto o tipo de coisa que eu não estou acostumado a falar. Eu sempre sei como os outros estão se sentindo, mas ela tirou esse dom de mim e eu não acho que vou chegar a conclusão correta se continuar tentando adivinhar.
— De que forma isso seria relevante?— ela suspira e pelo seu tom quem ouvisse de fora entenderia como se eu já tivesse feito essa pergunta muitas outras vezes, buscando chateá-la com minha insistência.— Leve-me ao terceiro piso.— ela ordenou e tentou caminhar mais uma vez com meu apoio, no entanto, tropeçou e teria ido ao chão se eu não tivesse agarrado sua cintura.— Mas que merda.— resmungou e eu decidi pegá-la no colo de uma vez.— O que está fazendo?— ela reclamou, lançando-me um olhar surpreso.
Não respondi porque odeio que ela rebata tudo que eu falo então decidi parar de falar. Com a loira nos braços, vou indo em direção aos elevadores ignorando os outros vigilantes que nos encararam com muito interesse.
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FRIOS, Jasper Hale
Fiksi PenggemarAssassinato, tortura, vingança e traição. É a isso que a existência de um imortal se resume? Tudo é um jogo e qualquer passo em falso lhe fará perder a cabeça. Não há espaço para amor, empatia ou piedade. Mate ou morra, e mais importante de tudo, nã...