Traidor

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Já me seguiu, vadia?

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LUCILLE

Me levanto do chão rapidamente quando a porta da sacada é aberta e Jasper a atravessa, majestoso.

Não soube bem o que dizer ou o que pensar. Imaginei que ele fosse estar a milhares de quilômetros de distância de mim agora, porque é óbvio que não sabe lidar comigo e meu jeito de viver.

Busco controlar minhas feições de surpresa quando ele olha nos meus olhos, mortalmente sério. Então, eu fico com raiva.

Pensei em deixar quieto. O que ele faz ou deixa de fazer não me abala, não me interessa. Outra vez, agindo contra meus instintos, peguei um dos caríssimos abajures da sala e o atirei contra o loiro com toda a minha força. Isso foi imprudente, me repreendi quando a porcelana se espalhou no chão. O estouro foi grande contra o braço de Jasper.

— Você não tem o direito de me tratar como se eu fosse anormal!— eu lhe digo, um tom acima do recomendado. Jasper me olhou com os olhos arregalados— Como se tudo o que eu fizesse fosse errado e como se você fosse melhor do que eu.. o estranho é você que recusa a sua própria natureza e vive numa fantasia onde os sobrenaturais e o ordinário podem coexistir!

Começo a andar de um lado para o outro na frente dele, agitada demais para ficar parada.

Ele sumiu por três horas. Mais uma e eu já não estaria mais aqui. Ele não se despediu, não me ameaçou. Só foi embora com aquele maldito bico de desapontamento que faz sempre que eu me alimento e eu não consegui pensar em mais nada.

— Não sou obrigada a viver isso com você, não sou obrigada a me alimentar de animais fedidos e ter piedade desses humanos que se reproduzem como coelhos, não sou obrigada a me abrir com você só porque estamos fugindo juntos e estamos com medo de morrer.

— Eu não disse que você é obrigada a nada, Lucille— ele defende.

— Você diz o tempo todo com o seu olhar, com suas atitudes! Eu me sinto julgada com quase tudo que eu faço do seu lado! Julgada com suas malditas perguntas, santo Cristo, como eu odeio suas perguntas! É, Jasper, caso não tenha notado, eu sou uma vadia que mata e nem pisca, eu sou distante, eu não quero te falar dos meus sentimentos!

Ele não rebate nada, embora eu tenha lhe dado espaço para tal. Continuo:

— Eu não sou a vilã dessa história, sou uma sobrevivente! Eu estou sempre fazendo o que é melhor para mim porque ninguém mais o fará. Você acha que me conhece porque consegue sentir minhas emoções, mas não faz a mínima ideia do que eu estou pensando! Não entende o que eu te mostro e aceita como se não fizesse ideia de que isso é só máscara que eu uso; uma coisa que aprendi. Você é como todos os outros, vê uma parte de mim e acha que pode prever todas as outras! Ficou chateado porque eu te contei quantas pessoas eu matei?!— eu quase gritei— Seu cretino, você acha que eu passaria quase um século tirando vidas sem parar sem me desligar das minhas emoções? Como diabos você acha que vivem os policias ou os médicos? A gente se acostuma com a morte, mas não tem como ignorá-la!

FRIOS, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora