Assassinato, tortura, vingança e traição. É a isso que a existência de um imortal se resume? Tudo é um jogo e qualquer passo em falso lhe fará perder a cabeça.
Não há espaço para amor, empatia ou piedade. Mate ou morra, e mais importante de tudo, nã...
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JASPER
Essa com certeza entra como uma das piores noites da minha vida em minha listinha nada pequena. Não faço ideia de como conseguimos despistar um clã quase que inteiro nos caçando, não faço ideia de como conseguimos chegar inteiros ao mar de Ligúria, mas só tenho a agradecer por Volterra ser tão perto do litoral. Já passava de uma da tarde quando saímos da água em uma praia vazia e cercada por montanhas e florestas. Não soube dizer se tínhamos chegado a França ou numa ilha qualquer no meio do caminho e não fazia tanta diferença, o que importa é o que diabos vou fazer agora.
Meu corpo e minhas roupas estão completamente encharcadas, minha pele cintila sob a luz do sol como a de Lucille que caminha em uma velocidade humana para longe de mim, afundando os pés descalços na terra, enquanto eu paro para olhar para trás. Cerro os punhos e os dentes, não há ninguém à vista, nem uma terra à vista. E lá se vai meu lugar na Itália. Sei que nunca mais poderei voltar, agora me custa entender o porquê me meti nesse beco sem saída.
Bufando, fui atrás de Lucille e agarrei seu pulso, a obrigando a parar de andar e a virando para mim. Fiquei furioso, porque ela estava furiosa.
— O que foi que passou pela sua cabeça, mulher?!— rosnei para a loira que se soltou de mim com um movimento brusco e me fulminou com os olhos negros.— Achou mesmo que essa sua ideia brilhante de fugir daria certo?!
— Não venha me encher o saco, eu te disse que o que eu ia fazer não era da sua conta!
— Encher o saco?— repeti, ultrajado— Eu salvei a porra da sua vida!
— Ninguém perguntou!— ela gritou, abrindo os braços— Ninguém pediu pela sua ajuda, oh, salvador da pátria.
— É, porque você tinha tudo sob controle, não é?
— Não era da sua conta.— ela repetiu, impaciente, e me deu as costas outra vez, continuando sua marcha sem destino aparente. Fui atrás dela porque estava longe de terminar aquela discussão.
— Por que é que você fugiu? Agora os Volturi irão nos caçar até o fim do mundo! Certamente a essa altura estão criando uma aliança com Chinara, era isso que você queria?
— Eu precisei ir embora daquele lugar o quanto antes!— ela se virou para mim com um furacão— Não era seguro para mim, o que é que você não entende?
— Nada, eu não entendo nada! Meus parabéns porque graças a sua atitude completamente covarde tudo está muito pior!— disse com a voz pesando em sarcasmo— Faz ideia do que nós faremos agora, senhorita inteligência?
A loira revirou os olhos e tirou uma alga do ombro, a jogando no chão.
— Não existe um "nós" nessa equação, seu cretino. Vai se perder em algum lugar.— ela sacudiu a mão, me dispensando. Avancei com ela e nós fomos em direção a floresta. Era nossa única opção, de qualquer modo.
