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— Então, você quer concluir sua faculdade e um consultório de odontologia? — Ele me perguntou, durante o jantar.

— Isso mesmo! Em troca, eu cumprirei meu papel de seu Omega e mostrarei aos seus irmãos e outras pessoas que você não é inválido só porque está numa cadeira de rodas.  — ele apenas me olhou e pegou sua taça com vinho.

—  Porque escolheu odontologia? — perguntou antes de beber um gole do vinho. Eu sorri ao tocar naquele assunto.

— Sempre foi um sonho, eu gosto sorrisos e poder ajudar várias pessoas a sentir mais confiantes através do sorriso, é gratificante. —  ele assentiu e depositou a taça sobre a mesa.

— Está certo! Você lhe dar o seu consultório! — eu sorri agradecido. — Quando você terminar a faculdade seu consultório estará pronto.

— Obrigado. Mas e quanto ao casamento, quando será?  — ele me olhou surpreso.

— Não sei! — respondeu sem se importar.

—  Que tal, daqui um mês? Uma cerimônia simples no seu jardim. Seria bom, não acha? — ele me observou atentamente.

— Porque tanta pressa? 

—  Achei que seria um problema a menos para você. Casando, seus irmãos iriam para de te atormentar, sim? — Ele desviou o olhar e voltou a comer. 

—  Você acredita que eles parariam se eu casasse?

— Pelo pouco que eu observei dos dois, não. Você tem irmãos um tanto, intrometidos.

— É, eles são assim. Mas eu não me importo em casar em um mês ou uma semana. O que de fato me preocupa é o meu afastamento da presidência do banco.  — ele fez um semblante de preocupação.

— Porque teve que se afastar?

— Por causa do acidente. Estou num tratamento intenso de fisioterapia para recuperar os movimentos das pernas. E fazer as duas coisas, não seria possível. Eu tenho que estar focado na minha recuperação.

— A quanto tempo você está nessa cadeira de rodas?

— Quatro meses. Foi muito difícil aceitar essa condição.

— Eu imagino. Mas você é forte mentalmente e isso pode ser o seu diferencial para voltar a andar. — ele concordou.

— Meu fisioterapeuta falou a mesma coisa. É preciso ter a mente forte, paciência e determinação para sair desta situação.

O jantar foi tranquilo e agradável, o alfa é muito gentil e eu me senti a vontade, na sua companhia. Apesar de estar nessa condição, ele tem seu charme. Eu pensei que esse casamento seria um tormento, mas vejo que não. Nessa troca de favores eu posso me dar muito bem.

— Quer ajuda para ir para o seu quarto? — eu perguntei depois do jantar.

— Não precisa. — ele disse desconfiado.

— Tem certeza? Em pouco tempo eu vou ser seu Omega e preciso saber como lhe ajudar. O que você acha de me ensinar como cuidar de você?  — ele ficou me olhando, e pareceu ter dúvidas em aceitar minha ajuda.

— Tudo bem, você pode me acompanhar. — ele ligou a cadeira motorizada e fomos até o elevador da casa.

Essa casa era muito grande e muito bem decorada, claro que foi adaptada para ele. Tinha poucos móveis, mas ainda assim tinha charme e sofisticação. Assim que o elevador chegou, saímos num corredor e eu sempre o seguindo. Frente a uma porta, ele parou e eu abri a porta. Entramos e seu quarto era enorme.

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