★𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑼𝑴★

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꧁𝙼𝚘𝚘𝚗𝚋𝚕𝚘𝚘𝚍꧂
12 anos e meio atrás


Eleanor estava na varanda do seu quarto, penteando seus longos cabelos loiros claros enquanto o sol estava se pondo formando uma vista incrível. Ela usava um vestido branco com flores brancas bordadas mão a mão.

Ela colocou a escova de cabelo em cima da mesinha de vidro e pegou sua taça de vinho branco tirando um pequeno gole.
Eleanor Aelmere, filha da Rainha Deyanira e do Rei Kai Aelmere de Vallyon. Ela se casou com Arthur Winter Crass II, atual Rei de Greenthysh, então foi coroada a Rainha de Greenthysh.

Ao contrario do que todos pensavam, Eleanor era uma ótima Rainha. Lutava pelos direitos de todos do seu reino e se recusava a baixar a cabeça para qualquer um que tentasse tirar ou contrariar o seu direito de Rainha.

Ela lutava contra o sistema que utilizavam no reino onde reino era dividido em 12 áreas que se baseavam na exploração e na expropriação das pessoas que não eram consideradas "importantes". Era um sistema em que tiravam as crianças dos seus pais assim que completassem dez anos, os selecionavam e os dividiam entre as 12 áreas, faziam isso para conseguir lucro para as pessoas mais ricas, como os lordes, os barões, os proprietários de terras, os ricos, etc. Enquanto os trabalhadores recebiam pequenas porcentagens de tudo que produziam.

Colocavam crianças para trabalhar em minas, trabalhar na agricultura, caça, pesca, empresas têxteis e muito mais. Isso resultou em muitas mortes de crianças inocentes em que morriam nas minas, se machucavam durante a caça e muitas outras coisas. Ao decorrer dos anos, a maioria das famílias passaram a ter menos filhos e a família inteira já trabalhava em diferentes setores. E caso a família não quisesse entregar a criança, os sentinelas do rei, que recrutavam as crianças, matavam a criança. Isso tudo para, supostamente, controlar a superpopulação.

Isso tudo aconteceu graças a "superpopulação" e pelo nível de riquezas do reino ter caído bastante logo após Octavian destruir Thregeryon por completo, Eleanor pensava que tudo aquilo era consequência das atitudes que haviam tomado no passado, ela pensava que talvez aquilo fosse o carma os punindo.

Ela achava injusto chamarem isso de "controle populacional", já que simplesmente matavam crianças inocentes que os pais se recusavam a entregar seus filhos para o governo. Era basicamente os pobres trabalhando para os ricos durante a vida inteira para gastar a pouca porcentagem que recebiam com a própria elite, já que tinham os impostos para pagar e as necessidades básicas para sobreviverem.

Mas não importava sua opinião, ela lutou para acabar com esse sistema a vida inteira, mas ela não tinha voz, mesmo sendo a Rainha. O seu povo a adorava, mas seu marido não tanto. Segundo ele, Eleanor tinha ideias "radicais" demais. Além disso tudo e de inúmeros outros fatores que faziam seu marido a odiar, Eleanor era infértil, pelo menos era o que todos diziam. Ela não conseguiria dar o tão sonhado herdeiro ao seu marido, o que o fazia trai-la com varias outras mulheres.

Porem um milagre inesperado aconteceu e esse milagre se chamava Claire Katherine Eleanor Winter Crass Aelmere.

- Mamãe! - gritava uma garotinha de cabelos loiros claros invadindo o quarto com uma borboleta azul no dedinho. - Olhe o que eu achei!

Claire era filha da Rainha Eleanor e do Rei Arthur II de Greenthysh. A garotinha era considerada um milagre, um presente de Nyra, a primeira Rainha dos Sete Reinos, a criadora do Trono de Chamas. E o mais importante: Claire era uma Moonblood. A única herdeira legítima do Trono de Chamas e do trono de Greenthysh. A única após gerações a ter o Sangue da Lua.

Mas isso era o que ela ouviu a vida inteira, e, talvez, não seja a mais pura verdade. Era estranho uma criança nascer com O Sangue sem que nenhum dos seus pais o tivesse. Então existem boatos de que Eleanor traiu Arthur com algum outro membro da realeza que possuísse esse sangue.

Mas isso era difícil. O último membro que tinha esse sangue, já estava morto há muito tempo quando Claire nasceu, pelo menos era o que seu pai dizia.
Além de ser a única que restou da linhagem de Sangue da Lua, que todos os herdeiros dos Sete Reinos possuíam, Claire era linda. Sua beleza era inexplicável para todos. Os cabelos loiros super claros, olhos azuis como o oceano e pele clara como neve com bochechas rosadas.

Quando Claire nasceu, festejaram por quinze dias. O Rei não ficou tão feliz já que ele queria um herdeiro homem e não uma mulher. Ele se recusava a deixar o trono nas mãos de Claire mesmo que só ela pudesse assumi-lo.

- Pombinha! - disse a mulher, se abaixando para ficar do tamanho da garotinha. - Que borboleta linda! É da mesma cor dos seus olhos.

"Pombinha" era o apelido que sua mãe a chamava porque a pomba era um sinal de paz no reino após a guerra.

- Dos seus também, mamãe - disse, e logo em seguida soltou a borboleta a observando voar para longe.

A mulher pegou a garotinha no colo, mas sentiu uma tontura logo em seguida e colocou a garotinha no chão novamente.

- Claire, docinho, chame o papai aqui no quarto rapidamente, por favor - pediu, se apoiando na mesinha da varanda. A garotinha assentiu e saiu correndo pelos corredores, preocupada.

Mas, quando Claire chegou com o pai, já era tarde demais. A mulher estava convulsionando no chão do quarto. Seu nariz sangrava e sua boca espumava. Depois de um tempo agonizando, a pulsação da mulher parou.

- Claire, saia daqui e peça ajuda rapidamente! - ordenou o homem.

- Papai, o que aconteceu com a mamãe? Ela vai ficar bem? - perguntou, e o homem ficou em silêncio enquanto olhava a mulher.

De repente, a garotinha de apenas cinco anos estava no funeral de sua própria mãe. A mulher usava um vestido branco com flores e seu semblante delicado continuava o mesmo.

- Acorda, mamãe! - gritava a garotinha perto do caixão desesperada enquanto seu pai tentava segurar a garotinha. - Ela vai acordar, papai?

- Amanda! - chamou o homem e logo a serviçal chegou. - Leve Claire até seu quarto e a distraia. Preciso resolver umas coisas.

A mulher deu um sorriso e segurou a mão Claire a levando até seu quarto enquanto a garotinha olhava para trás com lágrimas escorrendo.

- Ela não vai voltar, não é? - perguntou Claire e a mulher se abaixou olhando nos olhos da garotinha.

- Ela vai sempre estar com você, querida. Você ainda vai encontrar ela - disse e Claire assentiu.

Claire visitava o túmulo da mãe todo mês e deixava girassóis, suas flores preferidas. Era uma tarde bonita quando ela se foi e tiveram homenagens bonitas, mas aquele dia foi péssimo.

Então os anos se passaram e Claire já estava com seus doze anos. Ela também estava aterrorizada e traumatizada com tudo aquilo. Mal dormia durante a noite com medo de que explodisse uma bomba no castelo ou algo pior.

Os Sete Reinos se dividiram e a maioria apoiou Greenthysh, novamente, pelo poder e influência que o reino tinha, diferente de Vallyon.

A política estava um caos, a hierarquia estava um caos e os tronos estavam sendo ameaçados. Fora isso tudo, tinham os rebeldes, atrapalhavam muita coisa.
Os avós de Claire estavam mortos, seu tio distante assumiu o poder de Vallyon no meio da guerra e excluiu Claire da linha de sucessão de Vallyon, mesmo que ela também tivesse o direito ao trono por ser filha de Eleanor.

Durante essas guerras, Arthur se casou com várias mulheres. Algumas morreram, outras desapareceram, ninguém sabe ao certo. Arthur era um irresponsável, na verdade. Mandava seu povo para guerra enquanto protegiam o castelo para que nada acontecesse com seu reinado.
O povo estava cansado de lutar numa guerra que não era deles. Arthur simplesmente dizia: "eu sou o Rei. Então vão lá e morram por mim.". Aquilo estava quase causando uma revolução, e Arthur temia aquilo.

A Herdeira Perdida (Em Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora