15 | Apocalypse

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Algumas pessoas procuram ter uma vida estável, uma vida a qual possam estar sempre numa rotina e Gabe achava que gostava dessa forma de viver, gostava das promessas que fazia a Lecter no final de cada noite, ou das coisas sujas que falavam em momentos íntimos. Ela havia achado um porto, e não queria mais voltar a navegar, estava feliz seguindo uma vida normal, quer dizer, a medida do possível.

Lecter, não se sentia diferente, ele já havia perdido muito em sua vida, e agora tinha uma pessoa ali por ele e para ele. Mas, como em todos os capítulos da vida, eles não podiam imaginar o quão longe poderiam ir, ou o quão fundo seriam as águas quando voltassem a navegar.

Manchados de sangue naquele porão, se olhavam com a respiração ofegante, brincar com a presa, era divertido quando estavam juntos, e era de costume o caçador dar uma vantagem para a presa.

— No três.— Gabe disse com um sorriso sádico no rosto

— Um.— Contou Hannibal colocando uma mecha do cabelo loiro da garota atrás da orelha da mesma.

— Dois.— Ela passou o polegar nos lábios dele, e então puxou o lábio inferior fazendo uma leve pressão.

— Três.— Contaram os dois juntos, e então deram um leve selinho.

Gabe apertou o botão para abrir a jaula, a qual tinha construído com base no que aprendera com seu pai, era a prova de som, só tinha uma entrada e uma janela para passar comida. O homem de descendência asiática, entrou numa luta corporal com Hannibal, que resistiu muito bem, mas logo foi prensado no chão pelo rapaz.

Gabe mexeu-se e pulou em cima do mesmo, o derrubando para o lado, ao subir em cima dele a mesma desferiu alguns socos, aquilo era por vingança, afinal ninguém podia encostar no seu noivo, mesmo que fosse durante uma caça. Por puro descuido o homem acabou a derrubando e tomando a faca de sua mão, pressionou a lâmina contra a garganta dela e uma ardência se fez presente no local, ela ouviu três tiros e então sua caça caiu em cima de si sem vida.

— Ponto pra mim querida.— Hannibal disse com um sorriso maroto no rosto.

— Quer me ajudar a tirar esse imundo de cima de mim?— Ela tentava o empurrar, mas de fato o cara em questão era bem maior que ela, para ajudar estava há dias sem banho e aquilo era evidente pelo odor.

Lecter a ajudou rolar o corpo para o lado, eles teriam um ótimo estoque até a próxima caça, a mesma sorriu e aproximou-se dele.

— Você ficou maluco?— Gabe o empurrou contra a parede.— Eu poderia ter morrido!

— Está bem, não está?— Hannibal indagou invertendo suas posições e a prensando contra a parede, seus lábios foram até o filete de sangue do pescoço da loira e ele lambeu o local.— Nunca deixaria nada acontecer com você cupcake.— Ele era baixo, sabia mexer com ela, conhecia o botão de desligar a fera. A mulher não se segurou e o puxou para um beijo, cheio de adrenalina e com um gosto ferroso proveniente do restante de sangue que havia ficado no canto da boca de seu companheiro.

Hannibal passou suas mãos pelas curvas da garota, sentindo a pele dela arrepiar com cada toque, ela recebeu um aperto em sua cintura, o que a fez soltar um gemido tímido dentre os lábios de Lecter. O doutor a olhou bem nos olhos, era um combinado deles, sempre pedir permissão, foi assim que a senhorita Edeline superou uma parte de seu trauma. Ao ver que ela confirmou, ele puxou o shorts o qual a garota usava para baixo, um último selar foi dado antes do rapaz começar a agachar-se, ficou admirado por tal visão e honestamente jamais se acostumaria com aquilo, ele não retirou a peça de renda branca, apenas ajeitou de lado e massageou levemente, a garota se contorceu assim que sentiu o toque, era torturante não ir diretamente para o que ela queria, mas também não estava reclamando de ter o seu homem lhe tocando.

— Hanni...— Ela disse sofrida, Lecter estava maltratando a garota, hora massageava sua intimidade, outra fazia carinho entre as coxas da mesma.

Sem aviso prévio nenhum, o mesmo penetrou dois dedos nela, que deixou um gemido arrastado escapar, ele sabia exatamente o ritmo dela, era como um instrumento que ele jamais esqueceria nota alguma. Lecter sentiu que Gabe estava perto de seu primeiro orgasmo, então retirou seus dedos e subiu em direção a boca dela onde colocou seu dois dedos para a garota sentir seu gosto.

— Vem cá.— Gabe o puxou para um beijo, o qual ela o guiou até a mesa do canto do porão, ouviu coisas quebrando, mas naquele momento pouco importava, a loira só queria o sentir dentro de si. Ela o colocou sentado na mesa, o ajudou retirar suas vestes e logo subiu na mesa também, ao contrário de Lecter a senhorita Edeline era de ação. Ao sentar-se em cima dele, sentiu o membro dele a preencher e agradeceu por aquilo, ambos gemeram, sinal que estavam em sintonia.

E era naquele momento que Hannibal Lecter perdia completamente o juízo, vendo sua mulher cavalgando em cima de si, não pode deixar de querer toca-la, mas quando foi fazer, Gabe desferiu um tapa em sua cara e sorriu, aquela sim era a Gabe Edeline de quem gostava.

— Não encosta em mim.— Ela disse depois de desferir o tapa, e logo desferiu outro, naquele momento as costas do rapaz estavam ardendo e o peitoral não estava diferente.

Nenhum dos dois conseguia pensar em outro lugar perfeito para estar, os corpos sintonizados, assim como seus prazeres, em momentos como esse eles tinham certeza que eram feitos um para o outro.

A loira chegou em seu primeiro orgasmo, se debruçou sobre os ombros de Lecter, que aproveitou para inverter as posições, agora ela estava deitada na mesa e ele ditando os movimentos, cada tapa que a garota levava fazia eco naquele pequeno ambiente, o que os excitava mais.

O rosto dela estava vermelho, haviam gotas de suor escorrendo pelo seu rosto, mas jamais admitiria que estava cansada, iria ao seu limite se possível.

— Levanta.— Lecter ordenou e sem pensar duas vezes a garota obedeceu, ele a beijou e novamente a prensou na parede, virou-a de costas, repousou seu nariz para sentir o doce perfume de sua noiva, que naquele exato momento era uma mistura de orgasmo e baunilha. Hannibal voltou a estocar, uma de suas mãos segurava os punhos da loira e a outra puxava os cabelos, não demorou para Gabe ter seu segundo orgasmo, e foi seguida por Hannibal.

No final eles recuperaram suas respirações e sorriram um para o outro, uma coisa eles precisavam concordar, aquela tinha sido a melhor de todas as vezes.

— Precisamos transar mais vezes depois de matar.— Ela sorriu aproximando-se dele.

— Será um prazer te foder mais vezes cupcake.— Ele a beijou, agora era um beijo calmo e doce.

• • •

Gabe acordou de seu devaneio com o tilindar do forno, seu bolo de carne estava pronto. Desde o ocorrido com Hannibal em sua casa, ela tem revivido memórias as quais nem sabia que tinha.  Depositou a forma de seu bolo na bancada e então suspirou, era sua folga, mas pela primeira vez seu serviço era o lugar que queria estar, afinal eles só estavam se vendo lá, Lecter passou seu tratamento para a doutora Bedelia Du Maurier, uma colega de confiança, disse a Jack que estava ocupado demais para lhe dar a devida atenção, mas a verdade era:

Hannibal estava tão perturbado quanto Gabe.

Eles não sabiam mais lidar com esse ímã que sempre os atraí um para o outro, e o melhor jeito de lidar com isso segundo a opinião do psicanalista era se afastando da garota, o que era hipócrita da parte dele, que como terapeuta deveria incentivar as pessoas a enfrentar seus problemas cara a cara.

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⏰ Última atualização: Aug 08, 2023 ⏰

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Dead memories in my heart | Hannibal Lecter Onde histórias criam vida. Descubra agora