0.3 | it's a twin thing

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As investigações do caso andavam bem, apesar da falta de de evidências na casa, mas isso também os ajudava, era sinal de que o assassino era de casa.

Gabe ficou extremamente mexida com aquele caso, mas Jack fez questão de mantê-la na linha de frente de investigações.

— A Alana está fazendo as perguntas erradas.— Gabe cruzou os braços enquanto assistia a entrevista de Alana com a filha mais velha das vítimas.— Ela é manipuladora, basta olhar o perfil traçado pelo doutor Lecter.

— Não acha que estamos nos exaltando?— Jack indagou a olhando seriamente, Gabe sentiu sua mão tremer, não sabia se de ódio, ou por seu ponto estar sendo questionado por todos, se fosse para a questionar toda vez que apontasse algo, os trabalhos não iam andar nunca.

— Me dá um segundo...— Gabe virou as costas e então seguiu para o banheiro, ela precisava ficar um tempo sozinha.

Ao se olhar no espelho notou como parecia estar acabada, a demanda de trabalho era maior do que estava acostumada, óbvio que não deixava de fazer com excelência, mas estava com semblante cansado. Em sua memória um nome apareceu, mesmo que não tivesse em sã consciência, poderia ser uma ajuda válida, quando iria pensar em como poderia contactá-lo.

— Agente Edeline?— Uma batida foi ouvida na porta e logo a voz de Alana ecoou no lugar.— Jack ficou preocupado, pediu para eu checar como você está.

Gabe suspirou e então jogou uma água no rosto, todos diriam que é difícil conviver com a sensação de já ter matado alguém, mas isso era fichinha para Gabe, já que ela convivia com a doutora Bloom, a sensação ruim de querer quebrar o pescoço dela e não poder era pior que o fardo de já ter matado outras vezes.

— Estou bem doutora Bloom, foi só uma queda de pressão.— Gabe gritou e então foi em direção a porta, assim que abriu deu de cara com a mulher.— Não ando dormindo muito bem.

— Quantas vezes você dobrou plantão desde que foi transferida?— A doutora indagou enquanto a encarava.

— Uma vez, mas fiz hora extra em todos os plantões.— Gabe explicou e então lembrou-se que desde sua chegada não havia descansado nenhum pouco.

— Vou falar com Jack para te liberar antes.— Alana saiu andando na frente, Gabe revirou os olhos quando ouviu ela falar aquilo.

"Minha mãe é outra, e graças a Deus ela está morta"

Foi o que ela queria dizer, mas segurou sua língua, o que havia se tornado difícil conforme se passavam os minutos ao lado daquela mulher.

— Eu estou bem, mas aceito ir embora mais cedo, talvez seja melhor eu descansar um pouco.— Gabe tinha ótimas ideias para aquele tempo livre que ganhara, era hora de fazer o que ela não fazia há algumas semanas.

— Pode ir, eu aviso ele e digo que não estava bem.— Ela sorriu e seguiu novamente para a sala de interrogatório, Gabe apenas virou e foi em direção a saída, e então viu Cleo do lado de fora, parecia esperar alguém, dessa vez estava inquieta, diferente de como estava na entrevista.

— Cleo?— Gabe aproximou-se dando um sorriso amigável a ela.

— Eu já respondi tudo que o FBI queria saber...— A senhorita Crain entrou na defensiva quase que por imediato.

— Não estou em horário de serviço, não tem com o que se preocupar.— A mulher soltou uma risada ao ver a respiração aliviada de Cleo.— Como você está depois de tudo?

— Estou um pouco exausta, correndo atrás de fazer o inventário deles, atrás do seguro também, minha irmã tem dado trabalho também...— Sua voz era fria, era como se nada tivesse acontecido, uma pessoa que sofrera uma perda daquele tamanho, e com tamanha brutalidade, jamais estaria preocupada com dinheiro.

Dead memories in my heart | Hannibal Lecter Onde histórias criam vida. Descubra agora