A vida por um fio

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Ed Warren

Estava sentindo meu corpo cansado, senti o chão gelado nas minhas costas, meu joelho estava doendo, meu rosto mais parecia esta quebrado, ainda estava de olhos fechados tentando lembrar o que tinha acontecido, percebo que tinha uma luz de sirene ligada e piscando, abro os olhos devagar para tentar decifrar se era policia ou ambulância, ouço pisadas no andar de cima, mais precisamente na sala, logo me lembro de tudo que aconteceu, sento com dificuldade, vejo Pilson ainda na cadeira, olho para a parede, o ritual tinha se fechado.

- Lorraine!
Minha voz saiu rouca, onde será que ela está, me levanto segurando na parede, subo as escadas com dificuldade, chego na sala e percebi que o carro da policia estava lá fora, a porta principal estava aberta, ouço a voz de um policial vindo lá cima, eu começo a subir as escadas e escuto ele falar no rádio.

- Foi encontrado dois corpos aqui.
No mesmo instante senti meu coração acelerar, eu estava fraco e tonto, continuei subindo até chegar no quarto, vejo dois corpos no chão cobertos por um pano branco, lembrei novamente da visão que tive e isso só estava me atormentando, olhei para o policial.

- Senhor policial diga-me, quem são esses dois corpos?

- Ainda não identifiquei, mas é um homem e uma mulher.

Parece que senti meu coração parar de bater, senti meu corpo inteiro gelar, um arrepeio tomar conta de mim, minha boca secou, minhas pernas pareciam faltar as forças, as lágrimas começaram a cair enquanto meus olhos estavam vidrados no lençol branco, vi a mão da minha Lorraine entrelaçado em seu terço, senti as pernas fraquejarem e perdi minhas forças caindo, por sorte o policial me segurou e não machuquei ainda mais meu joelho, mas isso era o de menos, nada no meu corpo doia mais do que meu coração agora destruido e estralaçado, minha esposa, a única mulher que amei na minha vida, que amei mais que a mim mesmo, a mulher que me fazia viver agora estava..... morta?

- Não, isso não pode acontecer, você não pode me deixar Lorraine!. Exclamei o mais alto que pude, tentei ir até ela mas o policial me segurava.

- Você não pode se aproximar.

- É minha esposa que esta ali, eu preciso ver ela.

- Se aclame, vou tirar o pano para que você a veja, mas não se aproxime, precisamos esperar a ambulância que já esta chegando.
O policial se aproxima e levanta o pano, senti um nó na garganta, ela estava de bruços, de suas costas saia sangue, e tinha mais sangue no piso. Outro policial chega no quarto.

- Tem mais dois homens caidos no chão.

- Você não se aproxime dos corpos- um deles fala olhando para mim e a ultima palavra foi como um tiro em meu peito, corpos? não são corpos, é minha esposa e eu não aceito que ela tenha ido sem mim. Ainda com dificuldade consigo levantar, puxando da perna consigo chegar perto dela, lembro dos sonhos ou visões que tive, mas isso não poderia ser verdade, me abaixo e tiro o pano que a cobria, seu rosto estava sereno, pego em seu pulso e consigo sentir seus batimentos, uma faisca de esperança surgiu em mim. Passo a mão em seu rosto.

- Meu amor, eu estou aqui, você consegue me ouvir?
Ela abre os olhos.

- Ed... Nós conseguimos.

- Você conseguiu meu amor, sozinha, você foi muito forte e corajosa.

- Eu te amo, cuida bem da Judy, eu não aguento mais.
Ela respira fundo e fecha os olhos, entrei em desespero.

- Lorraine, não, não adormeça, não me deixe por favor. Eu não sabia o que fazer, queria abraca-la, mas percebi os cacos de vidro em suas costas, grandes pedaços, isso não parecia ser normal, parecia alguma força maligna.
Vejo alguns enfermeiros entrarem e me tirarem de perto dela.

Não Solta A Minha MãoOnde histórias criam vida. Descubra agora