Não Solta A Minha Mão

Uma visão

Lorraine acorda cedo, senta na cama e faz uma pequena oração, caminha até o banheiro e faz suas higienes matinais. Ao sair, percebe que Ed continuava dormindo, ela desce até a cozinha e ver que Amélia já estava começando a preparar o café da manhã.

- Deixe que eu faço, iremos viajar amanhã e se eu precisar posso lhe chamar?

- Claro, na hora que precisar.

- Obrigada, é que nunca se sabe, é raro a gente viajar assim por uma semana em família.

- Então vamos viajar?-Judy pergunta coçando os olhos, tinha acabado de acordar.
- Sim querida, você já vai entrar de férias então vamos passar uma semana fora- Lorraine diz começando a preparar o chá.

- Que bom, estamos precisando mesmo de uma férias em família- A menina diz sentando na cadeira.
Lorraine termina de preparar tudo e põe na mesa, que estava coberta por uma toalha de renda com rosas que ela mesma fez. Pegou as torradas que tinha acabará de assar e os colocou na mesa. Ed adentra na cozinha, puxa sua cadeira e senta, apoia seus braços na mesa, Lorraine percebe que ele estava cansado, ela se aproxima dele e começa a fazer massagens em seus ombros, ele volta a relaxar, ele pega a mão da esposa e beija. A mulher se aproxima do ouvido dele

- Viu só, você também precisa descansar- ela fala e senta ao seu lado.

- Como sempre, você tem razão- o homem fala e sorri, pega uma torrada e uma xícara e se serve. Judy termina e corre para o quarto, veste sua farda, se arruma e logo desce voltando para a cozinha.

- Estou pronta Papai.
Ed levanta tomando o último gole do seu chá.

- Bom, vou deixar Judy na escola e vou conversar com o padre para ele mandar os casos que aparecer para os outros integrantes- ele dá um beijo em Lorraine e junto com a filha saem de casa.

Lorraine vai para o jardim, cuidar de suas plantas, sempre muito delicada e cuidadosa com suas rosas, ela deixa tudo bem organizado e vai até o quarto para fazer suas malas e da filha. Já que ficariam uma semana fora, precisaria de algumas roupas, mesmo que fossem viajar só no dia seguinte. Ela começa pela mala de Judy, coloca as roupas, os objetos de higiene, e outras coisas. Vai até seu quarto e faz o mesmo com sua mala e do esposo, ela coloca sua Bíblia e seu crussifixo, ela pega o rosário que estava no criado mudo, rosário esse que ela sempre colocava na mão antes de entrar em qualquer casa.

- Sei que é uma viajem de férias, mas nunca se sabe- ela coloca no bolso pequeno da mala, termina de arrumar algumas coisas e vai para a cozinha para ajudar Amélia a terminar o almoço.
Um pouco mais tarde Ed busca Judy na escola e a leva para casa, após ter resolvido tudo.

- Chegamos- ele grita após entrar na casa.

- Estou na cozinha- Lorraine grita e logo os dois entram na cozinha.

-Resolveu tudo?- Lorraine pergunta enxugando as mãos

- Sim, conversei com o padre sobre a casa, e pelo que ele falou ela não é antiga e ninguém morreu lá, então não tem perigo de ter algo sobrenatural lá- ele sorri

- Ótimo, tem lago?

- Sim.

- Perfeito, podem ir lavar as mãos que o almoço está pronto- ela diz e logo o homem e a menina vão lavar as mãos.

12:00
Os três sentam ao redor da mesa, fazem uma oração e começam a saborear a comida.

- Mamãe, que tempero você coloca na comida pra ficar tão gostosa?

- Amor, tudo que fazemos com amor e dedicação fica gostoso e bonito- Lorraine fala sorrindo

- Concordo- Ed termina tomando seu suco. Após conversa e planos de como seria a viajem, terminam o almoço.

- Bom, eu vou fazer uma revisão no carro e depois pegar algumas coisas no meu escritório- Ed fala levantando e levando seu prato até a pia, ele sai, Lorraine e Judy saem para fazer algumas compras de alimentos e produtos de higienes que iram precisar.

18:00
A família se reúne na mesa de jantar e saboreiam um jantar feito por Amélia que já tinha ido embora. Após terminar a refeição Ed vai para o escritório, Lorraine e Judy limpam a cozinha.

- Terminamos, filha agora está na hora de dormir.

-Tão cedo mãe?

- Lembra que vamos viajar amanhã bem cedinho?

- Tá bom, mas deixa eu ficar lendo um livro enquanto o sono não vem?

- Está bem- ela dá um beijo no rosto da filha e a menina sobe para o quarto, a mulher olha para aquele longo corredor de alvenaria, escuro, que ligava a casa principal ao escritório que tinha o tamanho de um chalé. Ela vai caminhando o mais rápido possível, não que ela sentisse algo ali, mas o escuro nunca a fez bem, ela dá duas batidas na porta e abre já entrando e fechando a porta atrás de si.

- Ed, quando você vai colocar uma luz nesse túnel?

- Meu amor não é um túnel, é apenas um corredor…

- Muito escuro por sinal, não gosto.

- Prometo que quando voltarmos vou colocar.

- O que está fazendo?

- Estou lendo algumas coisas para ver o que vou levar.

- Amor, nós vamos em uma viajem de férias…

- Eu sei, mas você sabe como sou, não vou conseguir ficar parado sem está estudando.
Lorraine ri

- Tudo bem, não demore muito para ir deitar, vou está te esperando.

- Dessa vez não vou demorar, prometo. Ela dá um beijo nele e vai para o quarto, ela pega a bíblia e começa a ler alguns capítulos.

Já era por volta das 22:00, Lorraine tinha adormecido com sua Bíblia aberta encima de si, Ed continuava no escritório, mas agora já estava guardando os papéis que iria precisar em uma pasta, resolveu deixar encima da mesa para pegar no dia seguinte. Ele escuta um barulho no corredor e imagina que fosse Lorraine, mas a porta não abriu.

- Já estou indo querida- ele diz e desliga a luminária ficando apenas a luz da lua entrando pelas frestas da janela. O homem abre a porta e sente uma presença pesada e negativa, antes mesmo que ele pegasse seu crussifixo uma massa negra aparece em sua frente, não tinha forma humana, era apenas uma massa que se movía, de repente perto dessa massa negra apareceu um homem abaixado, ele se assusta quando ver que aquele homem era ele mesmo, o homem que estava abaixado estava com a roupa suja e rasgada e perto dele tinha um corpo e um pano coberto. O homem na visão chorava em desespero, como se alguém que ele amasse muito tivesse morrido, ele logo lembra de Lorraine. Ed fecha a porta e abre uma pequena janela dentro do escritório e entra em casa, vai correndo pela sala e sobe as escadas com um desespero enorme quase tropeçando nos degraus da escada, ele entra no quarto gritando.

- Lorraine- ele chama ela em um grito e ela acorda assustada.

- O que foi Ed?

- Te acordei, desculpa meu amor- ele passa a mão pela testa que estava suada- Eu acho que cochilei e tive um pesadelo- ele mentiu sobre o que tinha visto.

- Toma um banho, você está confuso e vem dormir, precisamos acordar cedo amanhã.

Em silêncio ele vai para o banheiro, toma banho pensativo. Termina e deita na cama, abraça a esposa, depois de um tempo acordado pensando no que tinha visto ele consegue dormir.