Medos..

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- Calma senhora, não tem outa chave na casa?

- Eu não sei Amélia, talvez Ed saiba mas não sei que horas ele volta, Judy abra a porta filha.

- Mamãe socorro- a menina gritava de dentro do quarto sem abrir a porta. Lou já estava ficando desesperada sem saber o que fazer, ela tentava abrir a porta, mas era vão, chutou várias vezes mas não adiantou. Amélia saiu para procurar alguma chave reserva, dentro do quarto não se ouvia nenhum barulho.

- Judy? Esta Aí? O que está acontecendo? Abra a porta por favor- Lorraine clamava mas não teve nenhum retorno.
Ed chegou, estacionou o carro e assim que saiu do veículo se assustou quando Amélia chegou ao seu lado.

- A menina Judy está trancando no quarto pedindo socorro, não há outra chave.
O homem saiu correndo para dentro da casa, subiu até o andar de cima e chegou na porta do quarto da filha.

- Ed, me ajuda, Judy está trancada aí dentro, já pedi para ela abrir mas ela não abre.

- Se afastem da porta. Ele arromba a porta, Lorraine entra no quarto e ver Judy deitada na cama enrolada dos pés a cabeça com um lençol, a mulher vai até ela e tira o lençol, a menina se tremia toda e estava pálida de tanto medo.

- Judy, estou aqui. A garota senta na cama e abraça a mãe chorando. Ed ficou parado perto da cama sem entender o que estava acontecendo.

- Meu amor, olhe pra mim- Lou segura no rosto dela- O que aconteceu aqui?

- Eu vi uma garota, mais ou menos da minha idade, ela estava com um vestido florido manchando de sangue, eu já tinha visto ela uma vez no jardim mas aí ela saiu correndo, mas hoje ela apareceu ali na janela- ela aponta para a janela que estava aberta- Mas agora ela estava com uma faca na mão dela, na hora eu não pensei em nada, só em gritar, queria sair correndo mas minhas pernas pesaram, ela estava pedindo socorro, pedia ajuda, aí quando eu vi que ele iria entrar no quarto pulando a janela eu me cobri toda.
Ed foi até a janela e não viu nada.

- Você não estava sonhando Judy?

- Não papai, eu estava ouvindo música quando eu vi ela, agora eu sei que ela não é humana, já que não teria como alguém subir até a janela.

- Calma minha filha, logo logo vamos resolver esse problema. Ela olhou para Ed e em seguida para Amelia.

- Judy- Amélia se aproximou- Vamos até a cozinha comer alguma coisa e tomar um chá, vai fazer bem para você se acalmar. A garota levanta, dá um beijo no rosto da mãe e sai do quarto, Lorraine passa as mãos pelos cabelos.

- Ed, de uma vez por todas, eu preciso ir naquela casa e...

- Lorraine, já conversamos sobre isso, eu não quero você envolvida nesse caso mais afundo, você já fez um transe pela casa e não conseguiu ver o ponto principal, eu não vou deixar você se arriscar.

- Então o que você sugere? Que ficamos de braços cruzados? Viu o que acabou de acontecer com a nossa filha? Essa garotinha que ela viu com certeza deve ter alguma coisa haver com aquela casa, Ed essa história toda está afetando nossa única filha.

- Então nós vamos embora, vamos voltar para a nossa casa e pronto.

- Não, isso não, não podemos deixar aquela família abandonada a própria sorte, com nós dois sabendo que há algum mal naquela casa.

- Nós vamos embora, e depois eu volto para tentar descobrir tudo.
Ela levanta e se aproxima dele
- Ed, nós não podemos fazer isso separados.

- Querida, vá fazer suas malas, isso será o melhor para a nossa família. Ela abaixa a cabeça e vai para o quarto, mas ela não foi fazer as malas, ela não estava convencida de que iria embora sem antes resolver toda essa situação. Ed foi para o escritório, ele pensava no que poderia fazer, mas não tinha nenhuma resposta. Lorraine entra no escritório, ele percebe a presença dela, já que estava virado para o lado da janela, virou-se e se aproximou da esposa, deu um beijo delicado na cabeça nela e sentiu o aroma gostoso do perfume que ela usava, e lembrou que era o preferido dele.
- Querido, o que esta acontecendo com nós dois? - ela o olha serena- Estamos cada vez mais exaltados, não conseguimos conversar como antes, calmos, chegar em uma conclusão, mesmo com pensamentos diferentes nós sempre conseguimos resolver tudo. Ele a olhou ainda mais apaixonado com a voz suave e macia que ela exalava, ele não aguentaria se algo acontecesse com ela.

- Você tem toda razão querida, por isso mesmo que vamos embora daqui ainda hoje, para não colocar ainda mais em risco sua vida e de nossa filha.
A mulher respirou fundo ao perceber que não tinha conseguido convence-lo, ele a abraça e beija a cabeça dela.

- Tudo bem Ed- ela volta a olhar para ele- Mas vamos deixar para ir embora amanhã? Vamos curtir mais um pouco a nossa filha, e aquele jogo que você trouxe? que sempre gostamos de jogar em família.

- É verdade, esta bem, hoje a noite vamos jogar e amanhã cedo pegamos a estrada, já fez as malas?
Ela abaixa e cabeça e balança em sinal de não.

- Peça ajuda a Judy e Amelia, vai ajudar a distrair nossa filha. Ela sai do escritório, passa pela pela cozinha e chama as mulheres indo para o quarto.

- Vamos fazer malas mamãe?

- Sim filha, vamos embora amanhã cedo.

- Mas e Catleia? E a familia dela? Não podemos ir embora e deixa-los assim sem ajuda.

- Eu sei querida, mas seu pai acha melhor irmos embora.

- Eu posso ir me despedir dela?

- Claro que sim, mas deixe para ir a noite, seu pai leva você. Elas começam a arrumar as malas. Mais tarde, já a noite, a familia Warren já tinham jantado e estavam na sala, a lareira estava acessa já que estava fazendo frio. Ed estava organizando o jogo na mesinha de centro, Amelia, Judy e Lorraine já estavam sentadas ao redor. Eles começam o jogo e vão até perto das 10h da noite.

- Bom, agora vamos dormir por que já estou cansado- Ed diz levantando.

- Papai, que horas vamos na casa dos senhores Pilsons? Quero me despedir de Catleia.

- Mas nós não vamos lá, filha.

- Mas a mamãe disse que hoje a noite você me levaria. Ele olha para Lorraine, ela segura o olhar nele, mesmo que ele cedesse apenas com o olhar dela, dessa vez ele foi resistente.

- Filha, não acho que é uma boa ideia, fiquei muito preocupado com o que aconteceu com sua mãe ontem, não quero ir lá de novo principalmente com vocês duas.

- Mas então não vou me despedir dela?

- Claro que vai, ligue para ela, mas não demore muito. Judy pega o telefone e liga para a amiga, as duas conversam por um tempo e desligam, todos vão dormir.

Na residência dos Pilsons, a madrugada estava fria, Catleia estava em seu quarto, quando ela acorda após uma pancada, sentou-se na cama e esperou ouvir mais alguma coisa, ela levantou-se e com cautela andou até a porta do quarto, abriu sem fazer barulho e o corredor estava vazio, porém percebeu que a porta do quarto de seus pais estava entreaberta e a luz do abajur estava ligada, ela se aproximou e olhou pela fresta da porta que estava aberta, seu pai segurava Roberta pelos cabelos, a mulher estava com o olho roxo e a boca sangrando, ela chorava, ele fazia um gesto para ela não fazer barulho.

- Me solta- a mulher falou baixo e ele deu-lhe uma bofetada na cabeça fazendo a cair, Catleia assustou e faz um barulho tampando a boca logo em seguida mas seu pai a viu, a garota viu o olhar do homem para ela, aquele olhar que ela tanto tinha pavor, reuniu todas as forças que tinha, mesmo que suas pernas tivessem bambas, e saiu correndo para sair de casa, mas o senhor Pilson correu atrás dela.

Não Solta A Minha MãoOnde histórias criam vida. Descubra agora