Não Solta A Minha Mão

Quase no fim...

Lorraine decide seguir Roberta, mesmo andando, caminhavam ao longo do bosque, escuro, entre galhos, Roberta tinha os passos largos, Lorraine que não tinha o costume de andar por tanto tempo a pé, já estava machucando os pés e ficando cansada, parando para descansar abaixou a cabeça e fechou os olhos para controlar a respiração. Ao abrir novamente, ela estava perdida, não viu mais Roberta ao longe, ao seu redor apenas havia árvores e escuridão, o medo quis tomar conta de si, mas ela resolveu encarar e seguir em frente com sua intuição de onde seria o caminho certo.  Após mais uma longa caminhada, ela finalmente encontra um destino, a casa dos Pilsons. Ela caminha até a porta principal mas estava trancada, ela se vira e ver que aquele casebre estava com uma luz acesa. Vencida pelo cansaço e a sede, ela resolver encarar o que tivesse ali. Vai até o casebre e bate na porta, por segundos o tempo ficou ainda mais frio, seu sobretudo não era mais o suficiente para aquece-la do frio, passou em sua cabeça em voltar para casa, mas do jeito que estava frio e com os pés machucados ela não conseguiria chegar. A porta do casebre se abre aos poucos, ela entra, o ambiente era iluminado apenas pelas frestas da pequena casa, ela caminha pelo cômodo, vai até o quarto do velho, perguntou-se onde ele teria sido enterrado já que morava sozinho, mas sua atenção parou em uma pequena caixa encima de uma mesinha, ela se aproxima e abre a caixa, havia um livro com uma capa velha de couro, ela pega o livro e põe encima da mesinha, abre e começa a folhear, em algumas páginas haviam rituais, todos com o mesmo fundo de cenário, a parede do porão da casa onde os Pilson moravam, continuando a passar as páginas ela se assusta quando ver cabelos e pedaços de pele humana grudada nas folhas.

- Só há uma forma de descobrir o que aconteceu naquele casa, e descobrir o que há por trás do comportamento da Roberta, mesmo que isso me afete.
Ela respira fundo, ajeita o terço em sua mão e reúne forças para sua concentração, ela fecha os olhos e começa a passar a mão pelas folhas, onde tinha os cabelos e a pele humana. Começa a ter visão de tudo, décadas e mais décadas de rituais, famílias e mais famílias sendo perdidas e destruídas, rituais satânicos e bruxaria, um local que foi feito de altar para sacrifícios de animais e pessoas, coisas macabras, as pessoas que saiam de lá vivas nunca mais foram as mesmas, sendo guiadas por forças sobrenatural a fazer coisas perversas. E quem morria lá dentro, jamais conseguiria sair, sendo usadas por entidade malignas para atrair mais pessoas.

Ed acorda de um pesadelo, no sonho Lorraine era perseguida pelo velho do casebre, e ela era pega por ele, o Warren acorda em um susto, sentiu dor em sua coluna pela forma que estava dormindo, levantou-se e foi firme falar com sua esposa que não iria dormir longe dela. Quando entra no quarto, ele sente um frio em seu corpo ao ver a cama vazia, o banheiro estava vazio, ele então percebe que o sobretudo dela não estava lá, desce até o hall e viu que as botas de sua amada também não estava.

- Ela só pode está em um único lugar. Ed pega seu casaco, a chave do carro e sai de casa, ao entrar no carro começa a cair um temporal, quase não tinha visibilidade em sua frente, mesmo assim ele seguiu em frente devagar apenas se orientando pelo caminho estreito. Ao chegar em frente a casa dos Pilsons, ele para o carro e vai quase correndo até a porta mas estava trancada, ele olha para trás e ver a luz do casebre ligada, vai até a casa já todo molhado, abre a porta e entra, logo ele ver Lorraine com uma mão encima de um livro de olhos fechados, mas ela estava quase passando mal de tão fraca, ele se aproxima mas antes de chama-la ele ver no canto do quarto uma figura do velho do casebre, atrás dele estava uma sombra muito maligna que até Ed sentiu o ambiente pesado, Lorraine começa a gritar e chorar sem conseguir se soltar, o velho começa a se aproximar deles, Ed puxa Lorraine e sai do quarto, mas por ela está fraca ela cai no chão mas Ed a segura, a porta da sala fecha com força, um vento de repente começa a entrar no ambiente, sem muito o que fazer Ed se abaixa com Lorraine que estava de olhos fechados, e se abraça com ela, o rosto dela ficou no peito do esposo e abraçava a cintura do homem.
- Lou? Meu amor? Você me escuta?
Ela confirma balançando a cabeça. Ele continua enquanto os objetos ao redor eram arremessados pelo ar, portas e janelas batiam.

- Meu amor, não vamos deixar que esse mal afete a nós dois e nossa família, eu sei que qualquer pessoa que entra naquela casa, pode ter a família destruída, e esses últimos dias tem sido difícil pra mim, senti sua frieza comigo é doloroso, não dormir com o calor dos seus braços, senti seu perfume, seus cabelos incomodando em meu rosto- Os dois riram, ela olha para ele.

- Ed, por favor, não solta a minha mão, eu te amo e não vou me conformar se um dia eu te perder.

- Você não vai me perder, nós vamos passar por qualquer obstáculo juntos.
Ele acaricia o rosto dela e os dois se beijam, no mesmo segundo tudo volta ao normal, as luzes ficam acesa, o ambiente não estava mais pesado. Os dois param o beijo e olham redor vendo que tudo cessou, voltam a se olhar.

- Ainda temos algo pendente para resolver...- Lorraine fala se ajeitando para ficar em pé, Ed levanta e ajuda a esposa a levantar e completa

- Roberta.
O Warren tira seu blazer e coloca sobre Lorraine para protege-la da chuva que ainda caia lá fora. Caminham até a casa dos Pilsons, entram pela porta da cozinha, a casa estava escura, Lorraine sente um frio passar pelo seu corpo.

- Não estou bem, Ed, estou sentindo o ambiente muito mais frio.

- É, eu também- ele fica abraçado com ela para esquentar do frio.

- Vamos logo, precisamos terminar com isso. Andaram pela casa para procurar por Roberta. Até que chegam no quarto de casal, abrem um pouco a porta e vêem ela sentada na cama fumando, eles entram no quarto.
Lorraine segura no braço do esposo, Ed a olha e ver sua expressão de preocupada.

- Ed, enquanto eu fazia a leitura naquele livro, em minha visão eu pude ver muita coisa que acontecia nessa casa, são coisas que é melhor você não saber, mas uma delas está com Roberta agora, há uma entidade aqui que faz as pessoas fazerem coisas, elas não são possuídas, mas tem um poder muito forte na mente dessas pessoas de mentalidade frágil...

- Claro, então está explicado o motivo dela querer da encima de mim, essa entidade queria destruir nossa família e com isso ficou colocando essas ideias na cabeça dela.

- Na verdade as vozes que ela escutava...

- Então como podemos deter esse mal?

- Só há uma forma..
Quando Lorraine iria pronunciar a solução, Roberta soltou uma gargalhada alta de deboche, levanta e vira rapidamente para eles, em sua mão tinha uma faca, ela parte para cima deles, Ed fica na frente de Lorraine e segura nos braços de Roberta, mas a mulher tinha uma força sobre humana, conseguindo ferir a perna de Ed que logo cai no chão vendo seu sangue ser derramado, ela se vira para atacar Lorraine mas a mulher não estava mais lá, Roberta fecha a porta do quarto deixando Ed trancado sozinho e sai a procura de Lorraine.