Capítulo 2; Part. 1

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Desculpem pela demora, tava sem net...

por isso postarei duas Parts. hj!!

(colocarei as opções de elenco no final do capítulo)

estrelinhas, adoro. comentários, amoo

boa leitura!!

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- Ele se recusa a tomar o remédio, doutor. - digo assim que ele termina de examinar meu pai.

Papai resmunga para o médico que ele não precisa de nada dessas porcarias. Com um olhar sério, ele me chama em um canto do quarto.

- Você pode mandar ele para uma causa de repouso - sua voz é baixa, e sinto seu bafo de Whisky - Se quiser é claro!

Quase deixo escapar um palavrão. Como ele tem coragem de dizer uma coisa dessas?

- Não posso fazer isso doutor. - seus olhos se desviam descaradamente para meu decote. - Ele é meu pai. - digo, ríspida.

- Ele agrediu a senhorita, quem sabe o que mais ele fará?

- Deixe que disso, cuido eu! - Abro a porta do quarto, indicando que ele já pode ir embora.

- Teimosa igual ao pai!  

Colocando o chapéu, o médico se despede, dando passagem para minha irmã, que caminha apressada. 

- Como está o papai, Lize?

- Vai indo... - com seu jeito dramático, ela revira os olhos para mim. - O médico receitou outro remédio, disse que esse vai funcionar.

- Ora, irmãzinha, deixe de ser careta, a medicina hoje é muito avançada, ele deve saber o que faz! - com um sorriso irônico, ela vira o rosto, sentado-se na beira da cama de papai.

- Já volto. - digo, saindo sem fazer barulho.

A chuva bate contra o vidro das janelas do corredor, me assustando. Os galhos das árvores dançam com o vento que uiva em meus ouvidos, a chegada do inverno é sempre brusca por aqui. Enquanto caminho pelo corredor escuro ouço, ao longe, vozes alteradas e alguns berros. Desço as escadas depressa, atravesso a sala de estar e abro com tudo a porta da varanda. A chuva forte invade a varanda e açoita meu rosto e minhas pernas. Meu vestido solto cola no corpo, encharcado, nos meus primeiros passos. Os trabalhadores correm de um lado para o outro, gritando.

- Oh, não.... – digo, quando uma pluma pequena de algodão passa por mim, carregada pelo vento forte. 

As lonas que cobriam os sacos de algodão nos caminhões balançam pelo ar, espalhando tufos brancos por toda parte. Homens e crianças correm pelo campo, tentando juntá-los.

Jeremy está entre eles e quando seus olhos cruzam com os meus, ele sorri abertamente quando olha para meu corpo, marcado pelo vestido molhado. Sinto minhas bochechas esquentarem. 

- Quando teremos nossa próxima aula, senhorita? - sem perceber, ele se aproxima de onde estou. Seus olhos travessos vagueiam por minhas pernas descobertas. 

Não falo nada, apenas dou de ombros, continuando a juntar os maços de algodão. Meu pai com certeza vai ficar louco quando ver isso. O algodão não pode ser vendido molhado, e uma safra inteira seria perdida... 

- Meu pai não vai gostar nada disso... - murmuro.

- Você está bem? - sei que ele se refere ao que aconteceu á alguns dias, mas não quero falar sobre isso. 

- Estou... - grito por cima do barulho da chuva, mas antes que eu termine de falar, sua mão segura meu rosto, expondo uma marca rocha e com sangue seco no lado direito de minha face. - Vou ficar bem. - concluo.

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