Meu Imortal - Desfeitos

Venha E Me Salve

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Da luz para a escuridão. Este fora o caminho que Alaric percorreu por todo esse tempo, mas não fora com ela o começo sua queda das nuvens até o chão. Ele ainda não sabia que Bella apenas trouxe a sua vida o medo que percorria profundamente em suas veias.

Alaric continuava adormecido pelas injeções que a feiticeira aplicava constantemente em seu pescoço e o lugar que a agulha havera perfurado já estava tão vermelha e quanto a cor de seu sangue. Mas ele estava sendo puxado para um sonho onde seu espírito não se encontrava frágil, onde sempre se escondeu desde sua infância.

Não demorou muito para Alaric observar seu anjo da guarda sentada no chão sujo olhando para água escura e gelada. Ele olhou para cima e assistiu a luz do sol iluminar onde ela estava e tornar a cor do líquido clara para que o reflexo dela fosse exposto.

Alaric sentou-se ao lado dela e sussurrou:

- Eu sempre vinha brincar aqui quando era criança.

Ela virou-se para olhá-lo com suas íris avelã e em seguida direcionou seus olhos para as algemas presas nas enorme correntes que eram usadas para prender escravos durante a escravidão. Alaric recordou que aquilo nunca esteve naquelas paredes e que alguém havera modificado o lugar.

Ele sentiu ela segurando sua mão e não compreendeu porque aquelas íris avelã estavam emaranhadas. Alaric pensou que a mulher iria partir para longe e não iria retornar.

- Por que você está chorando?

- O meu nome é Blair. - ela fez uma pausa. - E eu nunca irei fechar os olhos até que você esteja seguro. - acrescentou.

- O que você...

Antes que Alaric pudesse terminar de falar as palavras que tinha em mente, todo aquele cenário desapareceu com um névoa escura. Ele abriu seus olhos lentamente e a dor de suas mãos presas o fez voltar a realidade e perceber que ainda estava preso naquele porão.

Alaric avistou a porta de abrindo e a feiticeira descendo os degraus da escada. Sasha retirou o sobretudo que vestia por cima de seu terno e jogou em uma cadeira próxima a mesa e aproximou-se dele. Ela notou que onde havera aplicado a injeção estava vermelho e se continuasse aplicando naquele lugar, poderia causar problemas no corpo e sussurrou:

- Sorte a sua que só precisarei aplicar mais uma vez.

- Do que você está falando?

- A Bella voltou dos mortos para salvá-lo. - respondeu.

Naquele instante a porta se abriu e um homem desceu a escadaria. Ele aproximou-se de Sasha e disse:

- Não vai ser fácil matá-la.

Alaric não conseguia acreditar que ele fora capaz de aliar-se ao inimigo e perguntou a si mesmo o que a feiticeira havera prometido para ficar ao lado dela.

- Do que você está falando? - questionou Sasha.

- Talvez, ela não seja mais uma degenerada.

- Sua função é fingir ajudá-la para obter informações para mim. - disse Sasha. - Ou terei que matar você e esse idiota. - acrescentou.

Alaric pensou que não tinha muito tempo. E talvez, para Bella nunca seria tarde demais, já que a mesma retornou dos mortos mais uma vez. Ele sentiu um pensamento egoísta querendo se apossar de sua mente.

Eu estou sozinho, e talvez, ela esteja longe o suficiente para salvar-me mais uma vez. Pensou Alaric enquanto não percebia que nunca aprendeu com seus erros e mal pensava que ela poderia morrer de novo. Quantas vezes ele iria esperar que Bella o salvasse?

O que mais preocupava Alaric naquele momento era que aquele homem não só encontrava-se traindo a confiança de Bella, mas também estava por trás do seu sequestro. Ele não olhava para ela da mesma forma que imortal o via, apenas a considerava um anjo que Deus havera enviado para salvá-lo dos perigos.

Alaric observou ele aproximando seu rosto e antes cuspisse no rosto dele, o homem disse:

- Agora eu sei as palavras certas para dizer a você.

Silêncio.

Alaric já esperava por uma ofensa saindo daquele lábios ressecados. Mas tudo o que ele lhe disse fora:

- Você nunca a deixará a entrar por medo, mas você sempre será a ruína dela.

Depois que Sasha aplicou mais uma injeção no pescoço dele, seus olhos se fecharam novamente. Alaric entorpeceu-se e sua alma encontrou-se outra vez em um lugar frio onde conseguia vê-la. Ele sempre ficava feliz em ver aquela mulher e tinha a esperança de que ela pudesse levá-lo para casa.

Alaric estava vivenciando um destino que já havera passado anteriormente, mas as lembranças deste mesmo momento permaneciam armazenas em seu subconsciente junto com outras memórias de sua vida passada. Ele era incapaz de dizer aquela mulher se seus sonhos que existia uma garota com o coração aberto o esperando e que sempre a manteve longe de seu alcance.

Alaric estava no início de uma escuridão e de uma sensação que já havera sentido em outra vida. Mas ele queria ver a dona daquelas íris avelãs mais um vez para dizer se tornaria ela quando a distância e o adeus tornarem seu mundo mais solitário.

Após Sasha injetar a injeção mais uma vez no pescoço dele fazendo o apagar. Ambos soltaram Alaric e o colocaram dentro de uma lona que era usada para transportar cadáveres para a autópsia.

Quando Alaric finalmente abriu os olhos e olhou para cima, avistou suas mãos presas a correntes e percebeu que estava dentro de uma espécie lago fundo. Ele sentia a água gelada abaixo de seu umbigo, mas a dor de ser pendurado e o frio ficaram distantes quando recordou de estar naquele lugar com a mulher de seus sonhos.

Acho eu vou para baixo. Pensou Alaric enquanto tudo o que vinha em sua mente era a palavra: inferno. Mas Bella também estava em seus pensamentos, ela ainda era o seu anjo vingador que viria para salvá-lo, mesmo que seu amor pertencesse a mulher que existia em seus sonhos.

- Você é o meu anjo. - sussurrou Alaric. - Venha e me salve. - acrescentou.

Aquelas palavras soaram como uma oração, um apelo pela vida. Alaric sentia a dor aumentar cada vez mais em seus pulsos que certamente já estavam machucados. Ele levantou os olhos para ver Sasha e o o traidor que se aproximavam, mas logo atrás avistou Bella caminhando em sua direção. Ela usava um vestido longo de cor branca, tinha algumas tranças em seu cabelo loiro e estava acompanhada por Chad e um homem no qual não conhecia.