◽CAPITOLO VENTISEI

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Itália, capital 📍

◽ Nádia Salvatore

O restaurante ficava afastado da capital, era um dos mais procurados por turistas.
Nós dois vínhamos bastante aqui, até que por algum motivo as idas ficaram menos recentes, até deixarem de existir completamente.

Lorenzo sorri quando me ver, pega minha e seguimos para entrar no restaurante. Chamamos atenção de algumas pessoas, que agora nos observavam.

— Boa noite, casal. -—  A recepcionista diz, sorridente, olhando para Lorenzo por tempo demais, eu diria. — Gostariam de uma mesa ao ar livre ou em nossas instalações?

Lorenzo me olha e eu manejo a cabeça.

—  Vamos ficar com uma mesa ao ar livre.

Ela sorri e caminha pela área exterior, Lorenzo continua segurando minha mão, me guiando.

— Bonita moça, não? —  Suspendo minhas sobrancelhas e ele ri.

— Você é terrível.

Deixo uma risada escapar.

—  É muito bom te ver sorrindo novamente. Não faz ideia de como isso me deixa feliz.

Abaixo a cabeça, envergonhada.
Lorenzo ainda tem o dom de me deixar com vergonha, embora nós dois nos conheçamos a anos.

Sempre achei que ia acabar casando com ele, e na verdade, sempre quis. Até que Mattia apareceu e eu acabei ficando com ele.
  Desse dia para cá, nunca mais consegui esquecer, onde quer que eu vá, lembro desse desgraçado.

—  Pensando no seu amante? —  Ele indaga, sorrindo.

— Amante? Não sabia que tinha assumido algum compromisso.

— Ainda não, mas só porque você não quer, não é mesmo?

Dou de ombros, sorrindo, quando o garçom se aproxima e deixa nossos pratos na mesa.

—  Bom apetite, casal.

Espero o garçom se retirar, andando calmamente até outra mesa.

— Preciso que você me diga algumas coisas. —  Lorenzo olha para mim.  — Se você tem consideração por mim, quero que seja sincero.

—  Se eu puder...

—  Meu irmão tem algo com Beatrice Conti?

Lorenzo me olha e fica assim por um longo tempo, parece perdido em um milhão de pensamentos, disperso.

—  Nádia, isso não é da minha conta.

—  Ele está fazendo Violleta de trouxa, Lorenzo. Ela está em uma maldita cadeira de rodas, por culpa da nossa família e o que ele faz? Sai por aí ficando com qualquer uma!

Lorenzo nega, passando a mão no rosto.

Deixo o talher sobre a mesa e retiro o guardanapo da minha perna, levantando da mesa.

— Para onde você vai? Nádia, por favor...

—  Não vou ficar aqui sentada com alguém que compactua com as atitudes ridículas do Joe.

Ele começa a falar, mas dou as costas, seguindo até às portas do restaurante. Ando rapidamente até o estacionamento, procurando a chave do meu Audi vermelho.

—  Droga.

Minhas chaves haviam sumido ou ficado na mesa.

Telefono para Mattia, mas ele não me atende.

Quando pretendo voltar para o salão em busca das minhas chaves, sinto duas mãos em meus ombros. Me viro, fico em choque e ao mesmo tempo curiosa por ver meu primo sorrindo.

—  Procurando por isso? —  Ele balança minhas chaves.

— Onde encontrou? — me afasto um pouco —  Ou melhor, o que faz aqui?

Reparo na máscara cobrindo metade do seu rosto, da altura do queixo até a sobrancelha.

— O que aconteceu com você?

— Infelizmente não posso te explicar agora, priminha, mas juro que explico quando você chegar.

Nego, rindo.

— Eu não vou á lugar nenhum com você, Vito.

—  Nós imaginamos isso.

Nós?

Me assusto quando vejo mais dois homens surgindo das sombra.

De repente, não vejo mais espaço para fugir, puxo minha faca e com um movimento rápido, a pressiono no pescoço de um dos homens, segurando ele quando me afasto para ficar de frente para Vito e o outro sujeito.

—  Quero a minha chave. —  Rosno, pressionando a faca, onde um fio de sangue começa a surgir.

— Por que precisa tornar as coisas tão difíceis?- Vito diz, com a arma em mãos. —  Non voglio farti del male, perdio.
(Não vou te machucar, por Deus.)

— Eu quero a droga da minha chave, porra! Dai, niente scherzi!
(Anda, sem gracinha!)

O outro homem levanta a arma, apontando para mim.

— Eu não tenho nada a perder, Nádia. Seja prudente.

O homem continua andando na minha direção.

Aperto a faca com mais força e o homem começa a gritar, dizendo que eu ia matá-lo.

E era exatamente o que eu pretendia fazer.

-— Vito, ela...

Vito mira em mim. Antes de pensar, puxo a faca com força, fazendo o homem gritar e cair no chão, já sem vida.

Ouço o barulho estridente.

De imediato, vejo minha perna sangrando e caio no chão, quando estou perdendo a consciência, vejo o segundo tiro exposto na minha barriga.

—  Não precisava ser assim, porra. — sinto ele me carrega. —  Por que me obrigam a ser assim.

A escuridão não é como eu imaginava. Sinto meu corpo leve, até não existir mais dor.

Tudo o que eu mais queria no momento era ver meu irmão para dizer o que estava por vir.

Mi dispiace, Joe.

LA MÁFIA [VOL.1 OBSESSÕES] Onde histórias criam vida. Descubra agora